domingo, 20 de abril de 2008

Canudos - 1997 - Gereba



01 - Centenário de Canudos
Gereba
02 - Ladainha de Canudos
Gereba - João Bá
03 - Estrelas da favela
Gereba
04 - Duas pedras
Gereba - João Bá
05 - Gamboa
Gereba
06 - Manto Azul
Gereba
07 - Sinos
Gereba
08 - Lamento por Canudos
Gereba - Nêumanne Pinto
09 - Paciência Tereza
Gereba - Patinhas
10 - Sossego da Vila
Gereba
11 - Muié santa de Canudos
Gereba - Patinhas
12 - As curvas do Vaza Barris
Gereba
13 - A oração e o combate
Gereba - Pe. Enóque
14 - O gole
Gereba - Patinhas
15 - A história fará sua homenagem
Gereba - Ivanildo Vilanova

Músicos
Gereba - Bombarda - Ruy Deutsch - Fernando Morais - Nailor Proveta - Adriana Maresca - André Micheletti - Adriano Busko - Toninho Carrasqueira - Jota Gê - Mário Manga - Ana Eliza Colomar - José Ananias - Oswaldinho do Acordeon - Marcos da Silva

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Acabei de assistir a um documentário sobre Canudos e fiquei impressionado com os paralelos possíveis de se estabelecer com os massacres executados pelo Estado burguês nas periferias desse nosso Brasil. É a barbarie! Os morros do Rio que que o digam!

Aí vai o texto do encarte:

"Há 100 anos, Canudos foi destruída. De forma dramática, chegava ao fim um episódio que mexeu com as mais profundas emoções da alma sertaneja, e sem dúvida, uma das mais belas e desconhecidas passagens da aventura humana.

Na célebre comunidade fundada em 1893 por Antônio Conselheiro, o sofrido povo sertanejo buscou construir uma nova experiência de vida, sem polícia e sem impostos, onde não havia patrão nem empregado e com o uso coletivo da terra, materializando assim o desejo ardente de construir com as próprias mãos, o sentido maior de realização na existência humana, que é o de viver não no enfrentamento e sim na comunhão com a vida, na plenitude da liberdade e da justiça social.

Em quatro anos Canudos tornou-se a 2a. maior cidade da Bahia, com mais de 25 mil habitantes (Salvador, na época tinha 200 mil), e esse extraordinário crescimento desagradava as elites fundiárias, a igreja e o Governo, que promoveram uma autêntica guerra civil, envolvendo os canudenses e mais de 12 mil soldados do exército brasileiro oriundos de 17 estados. (O contingente total do exército da época era de 26 mil soldados - Nota do Traça)

Após um ano inteiro de violentos combates, finalizados em outubro de 1897, a cidade estava arrasada e 25 mil conselheiristas mortos, mas não houve rendição, Canudos lutou até o fim das últimas forças. Terminava desta forma, o grande sonho de uma comunidade igualitária no sertão baiano. Esses extraordinários acontecimentos se inscreveram definitivamente como um dos capítulos mais importantes da história do Brasil, que 100 anos depois, ainda emociona centenas de milhares de pessoas em todo o mundo" Antônio Olavo - Fotógrafo (Dirigiu o documentário "Paixão e guerra no sertão de Canudos)

Quando assisti o filme "Guerra de Canudos" de Sérgio Rezende, em 1997, não gostei do filme (o pejo global pesou) e, embora goste muito de Edu Lobo, sua trilha não chega aos pés da sensibilidade registrada no disco de Gereba.

O Homem Traça diz: ROAM!

A oração e o combate

domingo, 13 de abril de 2008

Cacuriá de Dona Teté - 1998



01 - Choro de Lera
02 - Jabuti - Jacaré
03 - Bananeira - Ladeira
04 - Divino
05 - Cabeça de Bagre
06 - Mariquinha
07 - Valsa
08 - Gavião
09 - Rolinha - Quirina - Rosa Menina
10 - A Cana
11 - Saia - Formiga
12 - Mulata Bonita
13 - Chapéu de Lenha - Agarradinho

Voz: Dona Teté
Caixas: Dona Teté - Beto Miranda - Cesar Peixiho - Totó
Banjo, violá de 6 cordas, violão de 7 cordas: Gordo Elinaldo
Flauta: Serra Almeida
Baixo: Waldeci e Junior
Clarinetes: Francisco Pinheiro
Teclados: Henrique Duailibe
Agogô e Afoxé: Paulinho Sabujá
Côro: Rosa - Soraya - Ayeram - Cecé - Zuza - Carlos - Nelson
Arranjos e Direção Musical: Gordo Elinaldo
Direção Geral e Produção: Nelson Brito

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Quando se pensa em cacuriá logo se associa a imagem de Dona Teté. A dança de roda foi criada pelo maranhense Aureliano Almeida, mais conhecido por Seu Lauro, em 1973. Teve origem no carimbó de caixeiras, brincadeira realizada no fim da Festa do Divino Espírito Santo, que ocorre sempre cinqüenta dias após a Páscoa. Dona Teté, àquela época, fazia parte do grupo de Seu Lauro como uma das tocadoras de caixa. A ramificação do Cacuriá cresceu bastante e houveram inovações, quando foram acrescentados alguns outros elementos na dança. Alguns elementos foram adicionados também ao ritmo, como o violão, a flauta e o banjo.

"O Cacuriá é uma dança de roda brincada nas ruas e praças de São Luís e tem origem na festa do Divino Espírito Santo. Após a derrubada do mastro, as caixeiras se reúnem para "vadiar", é o "lava-pratos", a que dão o nome de "carimbó de caixeira", "Baile de Caixa", "Bambaê de Caixa", eta, dependendo da região onde acontece.

Seu Lauro, artista popular que também botava Bumba Meu Boi e Tambor de Crioula, criou a partir da musicalidade do movimento e dos versos desta festa a Dança do Cacuriá.

Dona Teté iniciou seu trabalho com o LABORARTE em 1980, quando foi convidada a ensinar o toque da caixa do Divino para o espetáculo teatral "Passos", a partir daí passou a integrar o elenco permanente do grupo. Artista popular de grande versatilidade, Dona Teté toca caixa, canta ladainha, dança tambor de crioula, tira reza em procissão emocionando o público, seja numa cena dramática no palco ou numa brincadeira de muita vibração e alegria na rua." (Texto do encarte).

O Homem Traça diz: ROAM!

 

Gavião

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Bonito que canta - 2002 - Petrona Martinez


01 - La vida vale la pena (chalupa)
Petrona Martinez
02 - El Hueso (puya)
Petrona Martinez
03 -Tierra Santa (bullerengue)
Petrona Martinez
04 - Arremachalo (chalupa campesina)
Petrona Martinez
05 - Rama de tamarindo (son de negro)
Petrona Martinez et Marceliano Orozco, à la mémoire de Luis Enrique Martinez
06 - Un niño que llora en los montes de Maria (bullerengue sentao)
Petrona Martinez
07 - Sendero Indio (afroindigena)
Rafael Ramos - Javier Ramirez
08 - Mi mama abreme la puerta (bullerengue sentao)
Petrona Martinez
09 - El Parrandon (chalupa)
Petrona Martinez
10 - Conchita (fandango)
Petrona Martinez
11 - La Currumba (chalupa)
Petrona Martinez
12 - A recogé-correra la bolita (canto de arrullo)
Petrona Martinez

Músicos
Petrona Martinez - Canto
Alvaro Llerena Martinez - alegre, guacharaca, totumas, coro, canto em "Rama de tamarindo"
Edwin Munoz - tambora
Guillermo Valencia - llamador
Javier Ramirez - gaita, cana, guache, coro
Luis Castro - maracas, totumas, coro
Joselina Llerena Martinez - totumas, coro, canto em "Arremachalo"

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Petrona Martinez é originária de San Cayetano, próxima da cidade histórica de Cartagena de las Índias, na costa colombiana do pacífico. É herdeira de uma tradição de pelos menos quatro gerações de músicos que cantam o “bullerengue”, ritmo afro acompanhado de danças, cantado pelas mulheres grávidas solteiras ou concubinas que eram impedidas de participar das festas e celebrações religiosas de São João e São Pedro. “Bullerengue” é o único canto exclusivamente feminino na Colômbia.

Petrona nasceu em 1939, canta desde menina em festas populares, começou sua carreira no mercado fonográfico no final dos anos 80, já fez show's pela Europa, EUA e já esteve no Brasil. Seu estilo musical, calcado nas tradições herdadas da África e misturadas à cultura colombiana é semelhante aos batuques brasileiros como o tambor de crioula do Maranhão e o batuque de umbigada de São Paulo.


O Homem Traça diz: ROAM!


La vida vale la pena

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Mário Reis



01 - Vamos deixar de intimidade
(Ary Barroso - g.1960)
02 - A tua vida é um segredo
(Lamartine babo - g.1960)
03 - Rasguei a minha fantasia
(Lamartine Babo - g. 1960)
04 - Linda Mimi
(João de Barro - g. 1960)
05 - Isso eu não faço, não
(Tom Jobim - 1960)
06 - Nem é bom falar
(Ismael Silva, F. Alves, N. Bastos - g. 1971)
07 - Gosto que me enrosco
(Sinhô - g. 1971)
08 - Se você jurar
(Ismael Silva, F. Alves, N. Bastos - g. 1930)
09 - Dorinha, meu amor
(José Francisco de Freitas - g. 1928)
10 - Fita amarela
(Noel Rosa - g.1932)
11 - A razão dá-se a quem tem
(Ismael Silva, F. Alves, Noel - g. 1932)
12 - Marchinha do amor
(Lamartine Babo - g. 1931)
13 - Formosa
(Nássara, J. Rui - g. 1932)
14 - Mulato bamba
(Noel - g. 1932)
15 - Esquina da vida
(Noel, Francisco Mattoso - g. 1933)
16 - Mentir
(Noel - g. 1932)
17 - Vai haver barulho no chatô
(Noel , Walfrido da Silva - g. 1933)
18 - Prazer em conhece-lo
(Noel, Custódio Mesquita - g. 1932)
19 - Filosofia
(Noel, André filho - g. 1933)
20 - Vejo amanhecer
(Noel Francisco Alves - g. 1933)
21 - Meu barracão
(Noel - g. 1933)
22 - Capricho de rapaz solteiro
(Noel - g. 1933)

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"Ídolo da música popular brasileira na década de 30, carioca do Rio Comprido, e considerado o cantor mais original da época por seu estilo suave, que trinta anos depois influenciou a bossa nova. Em sua época, imperavam os cantores de vozeirão empostado e ribombante, de tom operístico, que tinham necessariamente que cantar muito alto para suprir as deficiências dos microfones, ainda rudimentares. Foi um dos primeiros cantores a se beneficiar dos avanços que os equipamentos de som conheceram no final dos anos 30.

Intérprete favorito do compositor Sinhô, Reis formou uma dupla lendária com Francisco Alves. Seu sucesso foi total, numa época em que era moda em música popular os duetos e trios. Em quatro anos, de 1930 a 1934, gravaram 24 canções. Em 1936, participou do filme Alo, Alo Carnaval, cantando Teatro da Vida e Cadê Mimi. No mesmo ano, com apenas 29 anos e no auge do sucesso, Reis abandonou a carreira artística, passando a cultivar um padrão de vida requintado, em sincronia com as festas e comemorações da mais variada natureza onde participava a alta sociedade carioca. Em 1939, ainda participaria do filme Joujoux e Balangandãs, ao lado de Dorival Caymmi. Grande acionista da fábrica de tecidos Bangu, Reis gabava-se de não precisar trabalhar e tornou-se frequentador assíduo do fechado Country Club do Rio de Janeiro, onde era o centro das atenções com sua conversa agradável e inteligente.

Voltou aos palcos numa nostálgica e curta temporada em 1973 e chegou a gravar um LP no ano anterior. A maioria de seus discos foram gravados em 78 rotações, entre os anos 20 e 30, e apenas três LPs. Seu maior sucesso foi Jou-joux et Balangandãs, destacando-se também outras interessantes melodias: Sabiá, Se Você Jurar, Fita Amarela, Filosofia, Linda Morena, A Tua Vida é um Segredo, Agora é Cinza e Ride Palhaço. Grande intérprete de Noel Rosa, ele gravou Mulato Bamba, um samba que teve como musa inspiradora o travesti Madame Satã. Apesar de galã e capaz de paixões arrebatadoras, Mario nunca se casou e, nos últimos 22 anos de sua existência, morava sozinho num apartamento do Copacabana Palace. Faleceu aos 74 anos, em 5 de outubro de 1981."
Fonte

Aqui temos uma pequena mostra com momentos distintos desse grande intérprete. Pessoalmente creio que sua maneira quase falada e um tanto quanto risonha de cantar, influenciou outros cantores na MPB, além da bossa nova, como Juca Chaves e Luiz Tatit, ex-Grupo Rumo.
Destaco "Razão dá-se a quem tem", em dueto com Francisco Alves, exemplo de dois estilos opostos e complementares. Para saber mais: aqui!

O Homem Traça diz: ROAM!


Razão dá-se a quem tem

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Plínio Marcos - 1974 - em prosa e samba, nas quebradas do mundaréu


01 - Tiririca
Geraldo Filme
02 - Vou sambar n'outro lugar
Geraldo Filme
03 - Tradições e Festas de Pirapora
Geraldo Filme
04 - Silêncio no Bixiga
Geraldo Filme
05 - Tebas "O escravo" (Praça da Sé)
Geraldo Filme
06 - Brasil recebe o mundo de braços abertos
Zeca da Casa Verde
07 - Congada
Zeca da Casa Verde
08 - Linda manhã
Zeca da Casa Verde
09 - Noite encantada
Zeca da Casa Verde
10 - De Pirapora a Barueri
Tradicional - Música tradicional paulista
11 - Ditado antigo
Toniquinho
12 - Bloco do Chora Galo
Toniquinho
13 - Samba de lei

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Plínio Marcos é um dos grandes dramaturgos brasileiros e pode ser enquadrado no naturalismo, pois sua temática se incumbia de retratar a saga dos desvalidos como prostitutas, marginais e miseráveis de toda ordem. Suas peças foram perseguidas pela censura durante a ditadura militar e hoje temos exemplos cinematográficos como "Dois perdidos numa noite suja", "Navalha na carne" e "Querô" levado às telas.

Plínio Marcos nasceu em Santos (1935) e faleceu em São Paulo (1999), sua obra é fruto de suas vivências no circo, no teatro amador ou não, entre intelectuais e a malandragem.

"Já em São Paulo, em 1964, escreveu um texto para um espetáculo de música popular brasileira, Nossa Gente, Nossa Música, realizado pelo Grupo Quilombo, dirigido por Dalmo Ferreira, no Teatro de Arena. Sempre foi um defensor e divulgador do trabalho de
sambistas das Escolas de Samba de São Paulo. Em 1970, escreveu e dirigiu Balbina de Iansã. As músicas do espetáculo, de compositores tradicionais do samba paulista, como Talismã, Sílvio Modesto, Jangada, foram gravadas em LP, em 1971. Em 1974, lança outro LP – Plínio Marcos em Prosa e Samba, Nas Quebradas do Mundaréu – com os sambistas Geraldo Filme, Zeca da Casa Verde e Toniquinho Batuqueiro, disco considerado fundamental para quem quer estudar o samba da cidade de São Paulo. Esse disco é resultado de um show que já vinha fazendo com esses e outros músicos e que, com algumas variações, recebeu diferentes nomes: Plínio Marcos e os Pagodeiros, Humor Grosso e Maldito das Quebradas do Mundaréu, Deixa Pra Mim que eu Engrosso.
Além desses e de outros shows, nesse mesmo período tinha programas em rádios e na Televisão Tupi, nos quais divulgava o trabalho dos sambistas paulistas. Durante vários anos, fez a cobertura do desfile das Escolas de Samba de São Paulo para jornal, rádio ou televisão.

Em 1972, é o fundador da primeira banda carnavalesca de São Paulo, a
Banda Bandalha, que saía na quinta-feira da semana anterior ao Carnaval e, também, no sábado de Aleluia, e cujo ponto de partida era em frente ao Teatro de Arena, no Bar Redondo, reunindo artistas, intelectuais e sambistas de várias Escolas de Samba, que se misturavam a milhares de foliões." Fonte

O Homem Traça diz: ROAM!

Bloco do chora galo