1 - Cuñataiporâ Geraldo Espindola 2 - Vida cigana - Rio de luar - Tuiuiú - Jaburu Geraldo Espindola 3 - Pequenos aliados Geraldo Espindola 4 - Amarga solidão Geraldo Espindola 5 - Divindade Geraldo Espindola 6 - Raça das matas Geraldo Espindola 7 - Forasteiro Geraldo Espindola 8 - Fala bonito Geraldo Espindola 09 - Quyquyho [vinheta] Geraldo Espindola 10 - Deixei meu matão Geraldo Espindola
Músicos Arnaldo Black - Geraldo Espindola - Arnaldo Black - Fernando Melo - Luiz Bueno - Tetê Espindola - Benjamin Taubkin - Karima - Humberto Espindola - Ney Marques - Alzira Espindola - Humberto - Jerri - Tata - Paulo
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A musicalidade pantaneira emergiu com mais brilho quando tomamos conhecimento do LP Tetê e o Lírio Selvagem. Geraldo estava lá e seguiu compondo com e para as irmãs Tetê e Alzira Espíndola, além, é claro, de gravar os seus registros em LPs e CDs, coletivos e solos, nas décadas que se seguiram ao marco inaugural. Esse é o primeiro LP solo de Geraldo Espíndola. Conta com a presença competente de amigos e parentes, como o Duofel e as irmãs Espíndola. Vale o deleite na audição do autor de canções consagradas e de inéditas presentes em seu repertório atravessado por chamamés, folk e blues, com letras que falam de amores e verdades à humanidade.
1 - Romançário Antonio Madureira 2 - Valsa de fim de tarde Antonio Madureira 3 - Valsa de Salão Antonio Madureira 4 - Acalanto Rodolfo Stroeter 5 - Cantiga Rodolfo Stroeter 6 - Estrela Brilhante Antonio Madureira 7 - Ecos Antonio Madureira 8 - Solidão Antonio Madureira 9 - Rugendas Antonio Madureira 10 - Vaga Música Antonio Madureira 11 - Alma Antonio Madureira 12 - Mira Antonio Madureira 13 - Aiuasca Antonio Madureira
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Reproduzo o texto de Agnaldo Farias, presente no encarte desse CD, uma concisa análise dessa obra.
"A economia de meios, o caráter despojado e exato com que as composições de Antonio Madureira saem da tradição, da suave inércia das melodias que estão impregnadas em nossa memória, para se lançarem em direção as fronteiras da linguagem musical, demonstram a transcendência do "movimento armorial", do qual ele foi um dos protagonistas. Embora concisa, não nos enganemos, trata-se de uma poética polifônica, que se plasma em várias vozes. E certo que neste Romançário só duas comparecem: o violão do próprio Madureira e o contrabaixo de Rodolfo Stroeter. Vozes à primeira vista inconciliáveis, dado que em resposta à seiva oferecida pela cultura popular nordestina trazida por Madureira, seiva que o levou ao memorável Quinteto Armorial, Stroeter apresenta o ecletismo voraz paulistano. O interesse disparado sobre as mais variadas culturas musicais do mundo, sempre feito sob as bases de um conhecimento sólido de nossa própria música, como, aliás, bem demonstra seu trabalho junto ao grupo Pau Brasil. Por isso é que é tão fascinante a maneira como se enlaçam, como o som produzido por ambos vão se confrontando no espaço e no tempo, num jogo em que a conjura entre ambos oscila entre a mescla uníssona e a distância irremissível.
Frequentemente cada composição tem seu início em temas evocativos, com o violão trazendo à tona cantigas vagamente familiares, pertencentes a um fundo atávico, evocações de um tempo em que o Brasil ainda se definia pela sua intensa geografia e por cidades moldadas na cordialidade entre as pessoas. Valsas e modas vão assim se construindo em frases cuja singeleza crispa-se levemente com o timbre metálico do violão. Os fios metálicos vão se entretecendo e enquanto se projetam para o alto, vergam-se sob o peso das notas do contrabaixo. Seja como um tecido inconsútil, enredado pelo atrito entre os fios do arco e as cordas do instrumento, seja como degraus fabricados pelos pizzicatos para que o som desça contaminando-se de silêncio, por esses momentos nada que o contrabaixo produz indica distâncias. Durante esses primeiros momentos a música vai avançando lisa, entoada por vozes enleantes.
Quando então a harmonia se rompe. Do âmago do que já conhecíamos, daquilo cujo andamento já mentalmente adivinhávamos, irrompe, brusco, o inaudito, o surpreendente. As vozes afastam-se em dissonâncias e em superposições onde cada uma não quer mais a mistura, a fusão na outra; espelho que se recusa ao fabrico do igual. Agora é comum o contrabaixo recusar-se a criar o fundo onde o violão finca suas pegadas. Como também assistimos ao deliberado emaranhamento dos fios que o violão vai desenovelando no espaço. Esta, talvez, a lição de Madureira e Stroeter: de como, palmilhando o tranquilo caminho da memória, é possível topar-se de súbito com o impossível. Venha ele sob a forma de uma melodia que ainda não conseguimos apreender, venha ele sob o forma de silêncio."
1 -Dos prazeres das canções Péricles Cavalcanti 2 - Elegia Augusto de Campos - Péricles Cavalcanti (a partir de poema de John Donne, séc. XVII) 3 - Blues da passagem Péricles Cavalcanti 4 - Tudo sobre Eva Péricles Cavalcanti 5 - Sonho proteína Péricles Cavalcanti 6 - Nuvoleta Augusto de Campos - Péricles Cavalcanti (a partir de um fragmento de "Finnegan's Wake" de James Joyce) 7 - Sem drama Péricles Cavalcanti 8 - Meu bolero Péricles Cavalcanti 9 - Ode primitiva Augusto de Campos - Péricles Cavalcanti (fragmento de "Uma Galáxia") 10 - Quem nasceu? Péricles Cavalcanti 11 - Canto maneiro Péricles Cavalcanti 12 - Farol da Jamaica Péricles Cavalcanti 13 - Música, por que? Péricles Cavalcanti 14 - Eassimserá... Péricles Cavalcanti
Péricles da Rocha Cavalcanti, nasceu no Rio de Janeiro e foi criado em São Paulo. Formou-se e filosofia pela USP em 1969 e andou por Paris até 1971. Nesse ano estreia participando como intérprete da trilha sonora do filme "Copacabana, mon amour", de Rogério Sganzerla, trilha composta por Gilberto Gil. Desde então participou de trilhas para cinema e teatro.
Teve músicas e adaptações suas gravadas por Caetano Veloso e Gal Gosta nos anos 70, como Elegia e Negro Amor (versão de uma canção de BobBylan).
Este é seu primeiro disco, pelo que sei. Particularmente acho Péricles bastante despretensioso, um cara que faz música como um jeito criativo e bem humorado, encanta e diverte ao mesmo tempo. Parece que canta sorrindo, deve ter aprendido isso com Mário Reis.
"Elegia" está aí pra quem quiser ver o autor em ação. Mas destaco "Tudo sobre Eva", pra reforçar que a "mulher é um livro místico e somente a alguns a que tal graça se consente é dado lê-la".
1 - Arpoador Armandinho - Dadi - Gustavo - Mu 2 - Na onda do Rio Armandinho 3 - Tigreza Caetano Veloso 4 - De tarde na Liberdade Moraes - Haroldo 5 - A cor do Som Dadi - Marcelo 6 - Sambavish Pepeu 7 - Espirito Infantil Mu 8 - Bodoque Túlio Mourão 9 - Conversando é que a gente se entende Armandinho 10 - Odeon Ernesto Nazareth 11 - Pique Esconde Armandinho - Dadi - Gustavo - Mu
Músicos (A cor do som) Armandinho Macedo - Dadi Carvalho - Gustavo Schroeter - Mu Carvalho (ritmistas) Joãozinho - Ari - Nenem
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Esse é o primeiro LP do grupo A cor do som com a formação que à época já vinha acompanhando os membros dos Novos Baianos, seja no conjunto ou em seus trabalhos solos. Armandinho vinha de trabalhos com o Trio Elétrico Armandinho, Dadi vinha dos Novos Baianos, Gustavo passou pelo grupo A Bolha e Mu veio da Banda do Zé Pretinho. Nesse disco instrumental encontramos a música brasileira misturada com o rock e o jazz de forma muito criativa e competente.
1 - No céu com Noel Stroeter 2 - Poeira Morena Stroeter - Nelson Ayres 3 - Hino Stroeter 4 - Tina e Diego Stroeter 5 - Pessoa Stroeter - Nelson Ayres 6 - Mundo Stroeter - Vicente Salvia 7 - Pérola Stroeter 8 - Conforme o dia Stroeter 9 - Repentista Zeca Assumpção
Músicos Lelo Nazário - Nelson Ayres - Paulo Bellinati - Vicente Salvia - Azael Rodrigues - Zeca Assumpção - Roberto Sion - Alejandro De Leon Laurnaga - Antônio Felix Ferrer - Audino Eliseo Nunes Aparício - Caetano Domingos Finelli - Elias Slon - German Wajnrot - Jorge Gisbert Izquerdo - Maria Luiza Brandão - Maria Vishnia Bouvet - Paulo Taccetti - Zigmunt Kubala -Sérgio Borgani - Teco Cardoso - Mauro Rodrigues - Toninho Carrasqueira - Gilson Barbosa Ferreira - Felix Wagner - Bob Wyatt - Michel Verebes - Walmir de Almeida Gil - Salvador Mazano - Luiz Augusto Pereira - Daniel Havens - Mário Sérgio Rocha
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Rodolfo Stroeter é paulistano, nascido em 1958. Iniciou sua carreira musical em 1979, integrando o grupo Divina Increnca. Concomitantemente, integrou o grupo Pau Brasil. Em 1982, passou a integrar o Grupo Um. O LP "Mundo" é o seu primeiro trabalho solo com composições próprias. Como instrumentista, Stroeter tocou com artistas como Milton Nascimento, Joyce, Edu Lobo, Chico Buarque, Wagner Tiso, Gilberto Gil, Marlui Miranda e Antônio Madureira, entre outros. Em suma, Stroeter faz parte da constelação de instrumentistas, arranjadores e compositores que fazem a música brasileira brilhar.
Ruben Rada - Daniel Lagarde - Enrique Rey - Eduardo Ustea - Mario Cabral - Santiago Ameijenda
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O gruo Totem em 1972 se consolidou como um dos mais populares do Uruguai. Seu segundo disco matem as misturas do rock, jazz e black music com a música tradicional uruguaia, sobretudo com o candombe. O resultado é de extrema qualidade, com instrumental competente, marcado por uma percussão característica do rock latino, coroado por vocais fortes. Ao ouvi-los lembramos de Santana e outros tantos como Deodato (há passagens que semelham Casa das Máquinas, mas Um sueño para Gonzalo é anterior ao Lar de Maravilhas!), no entanto, não se apaga o caráter original desse grupo que marcou a música uruguaia.
Destaco a faixa "Negro" para seguirmos cantando, entoando em todos os idiomas contra toda opressão e racismo.
Esse CD é um registro precioso, trazendo à baila regravações para os precursores da musicalidade afrodescendente brasileira na indústria fonográfica. Sob a direção musical e com arranjos de Letieres Leite, decerto, são releituras, que partem da força original da verve dos mestres que primeiro gravaram essas peças históricas, para cumprir a façanha de atualizá-las. As performances vocais de Juçara Marçal, Russo Passapusso, Lucas Santtana e Karina Buhr são brilhantes nessa empreitada. Para quem quiser comparar os resultados, cá estão os primeiros registros com as devidas notas explicativas: clique aqui. Essa edição em CD também traz um encarte muito rico em informações.
1 - Cão Vadio Celso Adolfo 2 - Minha Fé Celso Adolfo 3 - Coração Brasileiro Celso Adolfo 4 - Arenga-de-sapo Celso Adolfo 5 - Flor bonita Celso Adolfo 6 - Argentina Celso Adolfo 7 - Azedo e mascavo Celso Adolfo 8 - Calango dela Celso Adolfo 9 - Pensa que nós é boi? Celso Adolfo 10 - Sombra de Vinhedo Celso Adolfo
Participação especial Milton Nascimento
Músicos Celso Adolfo - Paulinho Carvalho - Moura - Paulinho Santos - Nenem - Juarez Moreira - Luiz Avelar - Túlio Mourão - Nivaldo Ornelas - Tavinho Bretas - Armando Bonfim - Gilmar Rodrigues - Sérgio Santos - Alexandre Salles - Eduardo Delgado - Mariene Gondim - Silvana Malta - Tifi Walter - Vanessa Falabella - Renato Andrade - Dori Caymmi - Sérgio Andrade - Luiz Carlos -Giancario Parechi - Michel Bresser - Paschoal Perrotta - Walter Hack - Alfredo Vidal - Alzir Geller - Carlos E. Hack - José A. da Silva - Murilo Loures - Nelson de Macedo - Arlindo Penteado - Frederick Stephany - Marcio Mallard - Alceu de A. Reis - Jaques Morelenbaum - Jorge Ranevsky
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Esse é o primeiro LP de Celso Adolfo. A direção geral de Milton Nascimento, trazendo à execução uma constelação de músicos de primeira linha, lança luz para composições primorozas, inspiradas na congada mineira, no calango, no samba, na latinidade, entre outros ritmos, emoldurando uma poética sofisticada que passeia entre o barroco e o olhar caipira sobre o mundo, com metáforas a partir de imagens do campo e inquietações contemporâneas sobre o amor e questões sociais.
1974 é o ano de lançamento do LP "Atrás do Porto tem uma Cidade" e esse disco aqui postado é o registro fiel de um show de divulgação em Belo Horizonte. Um registro tirado diretamente das mesas de som e disponibilizado nas bandas de cá por algum técnico que esteve por lá. Viva ele e viva nós que podemos curtir o climão rock pós mutantes e (arrrrg...) pré-disco-roberto-de-carvalho!
1 - Colheita do trigo Nivaldo Ornelas - André Dequech 2 - Sentimentos não revelados Nivaldo Ornelas Participação: Milton Nascimento 3 - Nova Lima Inglesa Nivaldo Ornelas 4 - Sorriso de criança Nivaldo Ornelas 5 - Rock novo Nivaldo Ornelas 6 - Adeus à infância Pierre Luc Vallet 7 - Cello romanceado Nivaldo Ornelas 8 - 12 de outubro Nivaldo Ornelas
Músicos Paulinho Braga - Luizão Maia - David Ganc - Nivaldo Ornelas - Pierre Luc Vallet - Flávio Venturini - Zé Nogueira - João Baptista - Eveline Hecker - Tavito - Túlio Mourão - Robertinho Silva - Bira da Silva - Nelson Faria - Patrícia Regadas - Mingo Araújo - Rubinho Moreira - David Ganc - Sidinho Moreira - Don Chacal - Paulinho Trompete - Beto Lopes - Cid Ornelas
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Nivaldo Ornelas é mineiro de Belo Horizonte, nasceu em 1941, de uma família de músicos, iniciou os estudos musicais aos 12 anos. Passou pelo acordeón, pelo clarinete e, em 1963, definiu-se pelo sax tenor. Chegou ao Rio de Janeiro em 1965 com uma leva de mineiros da sua geração que marcariam a música brasileira, como Paschoal e Wagner Tiso. Além de sua carreira solo, Nivaldo Ornelas acumula trabalhos preciosos com músicos como Airto Moreira, Hermeto Paschoal, Milton Nascimento, Wagner Tiso e Egberto Gismonti.
Esse é o sexto LP de Nivaldo Ornelas, precioso som mineiramente universal.
1 – Flor de La Noche Cezar de Mercês 2 – Luz de Vela Cezar de Mercês 3 – Guitarras Sérgio Hinds 4 – Foi Quando Eu Vi Aquela Lua Passar Flávio Venturini e Cezar de Mercês 5 – Sentinela do Abismo Flávio Venturini e Márcio Borges 6 – Flor de La Noche Cezar de Mercês 7 – Casa Encantada Venturini e Sá 8 – Cabala Flávio Venturini, J. Geraldo e Murilo Antunes 9 – Solaris Luiz Moreno 10 – O Vôo da Fênix Venturini e Sá 11 – Pássaro Sá e Guarabyra
Este é o quarto LP do grupo "O Terço", tendo apenas Sérgio Hinds como integrante original, a sonoridade transita entre o rock progressivo e o folk (ou rock rural como se convencionou por aqui), cabe bem no gosto dos amantes da MPB. A proximidade do grupo com a dupla Sá & Guarabyra nesse período é um fator considerável na costituição do repertório e no resultado artístico desse álbum.
Raimundo Sodré é baiano, nascido em 1947, fez seus estudos médio no Colégio Central da Bahia, centro intelectual da estudantada nos anos 1960. Ingressou no curso de medicina, mas não seguiu por falta de recursos. Foi para São Paulo em 1972, depois de testes e projetos que não resultaram, retornou para Santo Amaro da Purificação, em 1974. Lá conheceu Roberto Mendes e Jorge Portugal e integrou o "Sangue e Raça", um grupo que misturava música e teatro. Trabalhou em diversas ocasiões com Djalma Corrêa, com destaque para o grupo Baiafro. Gravou o seu primeiro LP em 1980, cujo tema, A Massa, fez parte do Festival MPB 80. Viveu na França entre 1994 e 2000, quando retornou ao Brasil.
Esse é o segundo LP de Raimundo Sodré, contém elementos rítmicos e melódicos do recôncavo baiano e do sertão nordestino como a chula, emboladas, baiões, frevo e xotes. É daqueles que a audição é de prazer e encanto de cabo a rabo. As letras críticas e, até certo ponto, satíricas, desnudam das mazelas enfrentadas pelo povo trabalhador brasileiro, sobretudo pela população negra e os povos originárias de nossa nação semi colonial. Como sinaliza a canção "Realismo Fantástico", por aqui, de fato, há muito "o dia a dia é de luto e luta".