Flora Purim - David Amaro - Pat Rebillot - Wagner Tiso - Ron Carter - Roberto SIlva - Airto - Milton Nascimento
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Flora Purim nasceu no Rio de Janeiro, em 6 de março de 1942. Em 1967 foi estudar música na Califórnia, desde então desenvolveu uma sólida carreira como cantora de jazz. O seu primeiro LP solo é de 1973, "Butterfly Dreams". Entre 1974 e 1977 foi considerada a melhor cantora de jazz nos EUA. Ao lado de Airto Moreira, seu marido, e músicos como Santana, Hermeto Pascoal e Chick Corea, entre outros, tem brilhantes contribuições com a sua extensão vocal e capacidade de improvisação, com firme referência na música brasileira.
O LP dessa postagem foi gravado durante o Festival de Montreux, em 1974. Atenção para a participação de Milton Nascimento e para o arranjo de Cravo e Canela.
01 - La bala
02 - Qué lindo es ser voluntario
03 - Marcha de la construcción (Marcha de los trabajadores de la construcción)
04 - Parando los tijerales
05 - El desabastecimiento
06 - Oiga pues Mijita
07 - Obreras del telar
08 - Vientos del pueblo
09 - Aquí me quedo
10 - Venían del desierto
11 - Se me ha escapado un suspiro
12 - Doña María le ruego
13 - Entonces me voy volando
14 - Décimas por nacimiento
15 - Adios, Adios mundo Andino (Adiós mundo indino)
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Provavelmente, esta é uma das mais difundidas gravações de Victor Jara e não está em nenhuma discografia. Prova de que a história de Victor Jara deve ser contada por pessoas, não pelas empresas discográficas. Esta é uma fita cassete, sem data ou registro de quem fez a seleção altamente politizada e difundida no mercado popular de mão em mão nos anos 80, sob as barbas da mesma ditadura que assassinara Jara em 73.
Cá está Vitor Jarra para inspirar: trabalhador, olho vivo, para não pagar pela crise inventada/sustentada por seu patrão!
Vientos del pueblo (Víctor Jara)
De nuevo quieren manchar
mi tierra con sangre obrera
los que hablan de libertad
y tienen las manos negras.
Los que quieren dividir
a la madre de sus hijos y quieren reconstruir la cruz que arrastrara Cristo.
Quieren ocultar la infamia
que legaron desde siglos,
pero el color de asesinos
no borrarán de su cara.
Ya fueron miles y miles los que entregaron su sangre
y en caudales generosos
multiplicaron los panes.
Ahora quiero vivir
junto a mi hijo y mi hermano la primavera
que todos vamos construyendo a diario.
No me asusta la amenaza,
patrones de la miseria, la estrella de la esperanza
continuará siendo nuestra.
Vientos del pueblo me llaman,
vientos del pueblo me llevan,
me esparcen el corazón
y me aventan la garganta.
Así cantará el poeta
mi entras el alma me suene
por los caminos del pueblo
desde ahora y para siempre.
Ventos do povo (Victor Jara - Tradução: google e Homem Traça)
De novo querem manchar Minha terra trabalhadora com sangue aqueles que falam de liberdade e têm as mãos negras.
Os que querem separar a mãe dos seus filhos e queremos reconstruir a cruz que arrastara Cristo.
Eles querem esconder a infâmia herança de séculos mas a cor de assassinos não saiu de seu rosto.
Foram milhares e milhares aqueles que deram o seu sangue e generoso fluxo multiplicado os pães.
Agora eu quero viver com o meu filho e meu irmão a Primavera que estamos construindo dia a dia.
Eu não tenho medo de ameaças, dos patrões da miséria, a Estrela da Esperança continuará a ser nossa.
Ventos do povo me chamam, ventos do povo me levam, apaziguam-me o coração e me arejam a garganta.
Assim cantará o poeta enquanto a alma soa para mim os caminhos do povo agora e sempre.
02 - Tambor de mina: Sta Barbara é mensageira do mar
Santa Rosa dos Pretos
03 - Tambor de mina: Chama Verequete
Santa Rosa dos Pretos
04 - Tambor de mina: Verequete da Coluna
Santa Rosa dos Pretos
05 - Bendito de São Benedito
Santa Rosa dos Pretos
06 - Coco: Bota cachaça pro bebedô
Santa Rosa dos Pretos
07 - Maçambique: Cantos pra entrar na Igreja
Aguapés
08 - Maçambique: Alvorada
Aguapés
09 - Maçambique: Contradança
Aguapés
10 - Maçambique: Que senzala foi aquela
Aguapés
11 - Jair de Siqueira: Lenda do Barão Unouê
Mato do Tição
12 - Camdombe: Ia cacundê iauê
Mato do Tição
13 - Cântico com acordeão: Neste mês de alegria
Mato do Tição
14 - Cântico de beijamento da cruz e Candombe
Mato do Tição
15 - Ciranda: Meu limão meu limoeiro - Vai boiadeiro
Mato do Tição
16 - Ladainha de Nossa Senhora em latim
Mato do Tição
17 - Candombe: Viemos das ondas do mar
Mato do Tição
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Esse CD vem do acervo da Associação Cachuêra, contém registros da cultura tradicional realizadas em três quilombos, entre o final dos anos 1980 e meados dos anos 1990. O encarte é rico em informações, em tempo de desmonte das ações culturais realizadas nas últimas duas décadas, é fundamental toda iniciativa de preservação do nosso patrimônio imaterial.
1 - Feito gente Walter Franco 2 - Eternamente Walter Franco 3 - Mamãe d’Água Walter Franco 4 - Partir do alto/Animal sentimental Walter Franco 5 - Pensamento Walter Franco 6 - Toque frágil Walter Franco 7 - Nothing Walter Franco 8 - Arte e manha Walter Franco 9 - Apesar de tudo é muito leve Walter Franco 10 - Cachorro babucho Walter Franco 11 - Bumbo do mundo Chico Bezerra - Walter Franco 12 - Pirâmide Walter Franco 13 - Cena maravilhosa Cid Franco - Walter Franco 14 - Revolver Walter Franco
Músicos: Emílio Carrera - Rodolpho Grani Júnio - Walter Franco - Diógenes Burani Digrado Filho - Rodolpho Grani Júnior - Dudu Portes - Tony Osanah – Luiz Paulo
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Segundo LP de Walter Franco, na linha experimental do primeiro, uma obra coesa, contêm pérolas históricas. "Cachorro Babucho" foi regravada por Jards Macalé no seu LP "Contrastes", de 1977.
Oswaldo de Almeida e Silva, Oswaldinho do Acordeon, é instrumentista, acordeonista e compositor. Oriundo de uma família de músicos, o avô, Aureliano, era mestre sanfoneiro e o pai, Pedro Sertanejo, foi um sanfoneiro precursor dos forrós de São Paulo, que gravou mais de 40 discos.
Desde criança Oswaldinho conviveu com grandes sanfoneiros, como Luiz Gonzaga, Dominguinhos e Sivuca. Teve também uma formação em música clássica e é considerado um dos cinco mais destacados sanfoneiros da linhagem de Luiz Gonzaga. Ao longo da carreira gravou com diversos nomes da MPB, como Dércio Marques, Gonzaguinha, Alceu Valença, entre outros.
Este é o quarto LP da sua trajetória. Os registros realizados a partir do LP trazem alguns ruídos, mas vale o contato com essa obra. Para além da abordagem de ritmos tradicionais dada para o acordeom em diversas faixas, chama atenção a experimentação com linhas do jazz e do rock, a exemplo da instrumental "Albatroz".
20 - Quero me levantar na primeira cantará do Galo
21 - Ó lua nova que brilha lá no céu
22 - Ô Gerê
23 - Bate bate coração pode bater
24 - Foi na beira do mar que eu vi Ogum guerrear
25 - Sai da linha lesma
26 - O jongo tem mistério
27 - Estrela guia porque choras
28 - Me disseram que aqui tinha mato grosso
29 - Eu plantei café de meia
30 - Eu sinto saudade de quem se foi
31 - Oi tambu oi tambu quando eu for embora
32 - Acendi minhas candeias
33 - Olha a fumaça do cachimbo da vovó
34 - Saravá jongueiro velho
35 - O meu cachorrinho foi no mato caçar
36 - Deixa cantar o bem-te-vi
37 - Segura o jongo criançada
38 - Patrão me deu uma calça
39 - Veado gaiero tá beirando o mar
40 - Segura o sapo que saiu lá da lagoa
41 - Pode mandar que eu espero
42 - Iaiá brinque com ioiô
43 - No saidô não embarca mais ninguém
44 - Clareou clareou clareou um novo dia
45 - Canário Zumba
46 - Adeus adeus povaria
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"O Jongo é uma das mais importantes formas de expressão cultural de comunidades afrodescendentes do sudeste do Brasil, tendo sido registrado como Patrimônio Cultural Imaterial brasileiro em 2005. A tradição, que inclui tambores, canto, dança e poesia, é uma herança dos africanos de origem banto, trazidos de Angola e do Congo pelo tráfico escravo para trabalhar nas lavouras do Vale do Paraíba, principalmente na cultura do café. Em Guaratinguetá, enraizou-se no bairro Tamandaré, onde sua comunidade o preserva, transmitindo o conhecimento jongueiro de geração em geração. Em rodas como a do Tamandaré, ainda nos dias de hoje os jongueiros cantam para falar da sua comunidade, comentar a sua experiência cotidiana e lembrar da sua história e de seus personagens maiores. Assim, o Jongo representa para muitas comunidades negras do sudeste um importante espaço de diálogo, de resistência e de afirmação de valores comunitários e de identidades afro-brasileiras." (Fonte)
No fim da década de 70 fez parte do Grupo D'Alma com Ulisses Rocha, Rui Salene, Mozart Melo e Cândido Penteado em momentos diferentes. André Luiz Geraissati nasceu em São Paulo, em 1951, é dono de um apuro técnico e interpretativo admirável. Geraissati tocou com Egberto Gismonti, Eduardo Agni, Amilson Godoy entre outros nomes da Música Popular Brasileira. Como compositor, gravou as cerca de sessenta músicas que criou. Este é um LP duplo, contendo obras preciosas do seu repertório.
Mercedes Sosa - Clementina de Jesus - Grupo Água - Chico Buarque
Músicos:
Milton Nascimento - Nelson Ângelo - Novelli - Toninho Horta - Robertinho - Edson Machado - Beto Guedes - Fernado Leporace - Dominguinhos - Francis Hime - Totô - Nelsinho - Luiz Gonsalez Carpena - Oscar Perez - João Donato - Notlim Otnemiscsan - Luiz Alves - Polo Cabrera - Nano Stuven - Elizeu - Luna - Doutor - Marçal - Georgiana Moraes - Hidelbrando - Miúcha - Edison Luiz - Cafi - Fernando - Bebel - Noguchi - Elaine - Pii - Djar - Vitória - Misah - Gegê - Lizzie - Miguel - Pareschi - Vidal - Andréa - Aizik - Perrotta - Piersanti - Guettá - Walter Hack - Faini - Ricardo Wagner - Natércia - Gentil - Paschoal - Lona - Tigre - José Alves - Paulo - Wilson Teodoro - Penteado - Macedo - Murillo Loures - Fritz - Watson Marcio - Alceu - Bariola - Peter - Iura - Renato Sbragia - Danilo Caimmy - Mauro Senise - Paulo Jobim - Celso - Paulo Gumarães - Raul Mascarenhas - José Pinto - Braz Limongi - Noel Devos
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Esse é um dos melhores LPs do Milton, é um daqueles que escutamos de cabo a rabo sem dispensar nenhuma das faixas. Aqui, além das contribuições de um time primoroso de músicos notórios, entre as letras cheias de lirismo há também as que registram temas das lutas do povo brasileiro. Nos bônus estão duas faixas de um compacto gravado junto com o Chico Buarque, por ocasião do 1o de maio, dia Internacional dos Trabalhadores. A faixa título do compacto é uma das canções mais bonitas que já ouvi em homenagem à classe que tudo produz.
Kleiton Ramil - Kledir Ramil - Quico Castro Neves - Gilnei - Pery Souza - João Batista - Zé Flávio
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O Grupo Almondegas é um daqueles representantes do que se convencionou chamar de rock rural. Originário de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, tem o seu primeiro registro em LP no ano de 1975 após vencerem o I Festival Universitário da Canção Catarinense com a música Quadro Negro. O grupo passou a ser conhecido nacionalmente com a "Canção da Meia-Noite", faixa que integrou a trilha da novela Saramandaia (tema do lobisomem), levada ao ar pela TV Global com grande repercussão em 1976.
Circo de Marionetes é o último LP, embora já flerte com a MPB pop da futura dupla Kleiton & Kledir, trás também as caraterísticas dos discos anteriores, misturando a música regional sulista e o folck rock. Destaco a faixa que dá título ao disco, um convite à perseverança:
"Nós somos ásperos por força do hábito Trazemos o sangue muito quente Vivemos de migalhas, promessas e batalhas Estamos rindo de nervosos Cobertos de feridas num beco sem saída No entanto o coração palpita"
Vitorino - Cecília Barreira - Fausto - Fernando Gonzalez - José Luis Iglésias - José Niza - Quim Barreiros - Luis Duarte - Michel Delaporte - Ramón Galarza
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José Afonso considerava esse LP o seu melhor disco. Gravado em 1976, testemunha as vivências ímpares do período imediato à Revolução dos Cravos. Todas as faixas são composições de José Afonso e são registros das lutas do povo trabalhador, os seus impasses e acertos no período revolucionário, questões presentes ainda em nossos embates atuais.
"Há um momento em que o texto silencia para dar lugar ao canto. A representação e o drama transmutam-se em rito e lírica a verticalizar o espectador. Ao introduzir-se na peça, a música captura a palavra do texto e a faz girar como uma broca, afilando-se para dentro da terra e para dentro do céu. Aí fixado, esse eixo gira o mundo e dispõe nossas almas em uníssono, num redemoinho que concentra a vida e a projeta no êxtase da voz para o universo os deuses e o silêncio do futuro que nos escuta. Ao instalar-se o teatro, na rua ou no palco, o Coro já convida à comunhão entre os atores e a platéia, cuidando de renová-lo, através da música, por todo o espetáculo. O bumbo, o violão, a gaita, a flauta, o sax, o acordeão e o canto imantam as falas, a luz, o figurino e o cenário até fazê-los saltar do palco e ressoar na geometria interior dos ecos de seu público. Quando a cena final se desmancha e o Coro se vai, é através desses hinos que o teatro resiste no nosso imaginário, a invocar não só as cenas vistas como aquelas em que, num lampejo, prometemo-nos viver.
O Galpão não é um grupo musical. Faz teatro e é para prolongar esse teatro que ele produz este disco: nas suas músicas repercute o espetáculo visto e que não mais se repetirá. Ao ouvi-las o espectador modula as falas, refaz o cenário, intensifica a luz marca os gestos, recompõe os figurinos. Enfim, ele se dá em papel, passa a contracenar com o mundo e a dirigir a peça da vida que lhe cumpre encenar. Eis, em tuas mãos, o último instrumento do Coro: um sino, cujas badaladas criam em torno de si o redemoinho de acordes pelos quais se procura compassar a vida afora.
Por ele, este disco, o teatro do Galpão resiste e se entrega a ti. Aproveita-o: Romeu, Julieta e Cristo estarão, sempre a te ouvir." Cacá Brandão, no encarte do CD.
Em 1992 assisti o espetáculo"Romeu e Julieta" apresentado na praça da Sé, em São Paulo, e depois no palco do Teatro Municipal. Foi uma grande surpresa! Depois em 1994 assisti ao "A rua da amargura", mesmo sendo ateu, emocionei-me com a paixão da personagem, principalmente pelo empenho de homens e mulheres, que no palco descortinaram, através do trabalho, o seu exemplo de fé pela vida e pelo teatro.
As histórias são conhecidas e mesmo que você não tenha assistido essas montagens do Galpão poderá acompanhar a trama através das canções populares. Mas cuidado, eu sei de gente que chora desde 1993 quando ouve essas músicas. Prepare seu coração! Pra saber do grupo: Aqui!
Direção Artística de Produção e Estúdio - Ednardo Co-produção - Augusto Pontes Coordenação Musical - Rodger Rogério / Petrúcio Maia / Stélio Valle Assistentes de Produção Artísticas - Rogério Crato / Dudu Praciano Fotos - Gentil Barreira / Lise Torok / Francisco Régis Desenhos Gráficos - Brandão Arte - Vanda Alves Ferreira Direção de Arte - Géu
MÚSICOS
Arranjos e Regências - Grupais Violões - Ednardo / Rodger Rogério / Sid / Régis Soares / Stelio Valle / Lázaro Guitarras - Robertinho de Recife / Manassés / Gerardo Gondim / WillViolas - Manassés / Gerardo Gondim Bandolim - Zé Maia Teclados (Piano) - Ednardo / Túlio Mourão / Petrúcio Maia / Antonio Adolfo Alano de Freitas / Ferreirinha (Francisco Casaverde) Sanfona - José AméricoFlautas - Tarcísio / Renato NevesContra Baixos - Ife / Luiz Miguel / Ronald / LázaroBaterias - Tuti Moreno / Rui Motta / Elber Bedaque / Stone Percussões - Sérgio Boré / Zizinho Coro Massafeira - Ângela Linhares / Ana Fontelles / Mona Gadelha /Tânia Araújo / Teti / Zezé Fontelles / Marta Lopes / Ferreirinha / Lúcio Ricardo / Graco / Caio Silvio /Rogério Soares / Régis Soares / Stone / Vicente Lopes / Stélio Valle / Chico Pio / Wagner Costa / Sérgio Pinheiro /Alano de Freitas / Calé Alencar / Pachelli Jamacarú /Ednardo / Fausto Nilo / Rodger Rogério / Petrúcio Maia.
"Massafeira começou faz muito tempo, até bem antes do que quando se materializou em forma de um grande ajuntamento de som, imagem, movimento, poesia e muita, muita gente transando tudo isso, numa efervescência febril, bela e loucamente solta durante quatro dias. Era como se fosse o carnaval mudando de data e mais verdadeiro, março de 79/Fortaleza. De lá pra cá muita coisa aconteceu, inclusive o registro aqui de uma pequena porém significativa parte do que se cantou por lá. Esse espaço extremamente pouco para transmitir e transportar o que se guardou, maturou e explodiu num pique de energia, na cabeça de cada presente àquela alegria imensa. No espanto da descoberta que não se traduz, a mágica reza das palavras vestidas de canção na boca plural de todos nós, o chifre desse carneiro apontando o infinito do caminho e a certeza dessa força, motor da transformação e evolução plena, constante nesse imenso estoque de dias que o sol tem pra nascer, se pôr e nascer de novo." Texto da contra capa sem assinatura.
Massafeira é o nome de um grande movimento cultural ocorrido em Fortaleza em março de 79. Aconteceram show´s com vários artistas locais da época, inclusive o primeiro disco de Patativa do Assaré foi gravado ao vivo em uma das noites. Nesse disco Ednardo tem o registro de sua voz em quatro faixas apenas, mas os demais artistas, desconhecidos do grande público daqui, arrebentam com suas composições e interpretações ricas em criatividade e poesia. Batalhei muito por esse LP duplo, na época, parece que não houve lançamento dele aqui por São Paulo, portanto, o preço das cópias que circulavam em sebos era o que chamávamos de uma "facada"!
Destaco algumas curiosidades: "Vento Rei" foi regravada em 2002 pelo selo Palavra Cantada, sendo interpretada por crianças no Disco "Canções do Brasil" e está aqui a versão original "Pé de espinho", canção que guardo em meu repertório de "arranhador de viola".
Desde 2010, em comemoração dos 30 anos do lançamento do disco, o Massafeira está disponível em CD, mas falta na edição a faixa "Frio da Serra", uma exigência da herdeira de Petrúcio Maia. O mais Bacana ainda é que é acompanhado de um livro super bem produzido, cheio de ilustrações, textos dos participantes do movimento da época, tendo até espaço para uma monografia com muita informação. Quem quiser pode adquirir neste link.
Clementina de Jesus - Doca - Geraldo Filme - Papete - Djalma Correa - Don Bira
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Esse LP é uma pérola rara. Os cantos gravados apresentam 14 das 65 partituras registradas no livro "O Negro e o garimpo em Minas Gerais", de Aires da Mata Machado Filho, (Editora José Olympio, 1943). Raiz de toda sorte de gêneros da música popular brasileira, a matriz africana carece de muito mais registros como esse.
Este é o primeiro LP solo do Moraes Moreira, gravado em meio ao processo da sua separação dos Novos Baianos. A sonoridade roqueira, as misturas dos ritmos estão presentes, uma marca que o acompanhará por muito tempo da sua carreira. O trio que o acompanha é o embrião do que seria o grupo A Cor do Som, um petardo de grande valor. Embora o disco não tenha decolado, é um marco inicial da carreira solo do nosso, já saudoso, Moraes Moreira.
Ályson Bruno - Eduardo Brechó - Fabio leandro - Filipe Gomes - Gabriel Cantanzo - Gil Duarte -Jairo Pereira - Lucas Cirilo - Pipo Pegoraro - Victor Eduardo - Xênia França
Ivan de Andrade - Walmer Carvalho - daniel nogueira - Bira Júnior - Amilcar Rodrigues - Diogo Duarte - Douglas Antunes - Abdnaldo Santiago - Paulo Ifatide Ifamoroti - Vinícius Chagas - Djavan caetano - Renato pereira - Wallas Peña - joel Souza - Lu Oliveira - Tibless - Raphão Alaafin - Negravat - Tássia Reis
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Esse é o segundo disco do Grupo Aláfia, formado em 2011. O som é pautado pelas influências da matriz africana, passando pelo funk, pelo rap, pela MPB, expressa os anseios pela liberdade, a vida cotidiana com seus amores e dores. A aspiração por caminhos abertos, significado da palavra que dá nome ao grupo, está inscrita na faixa de abertura e perpassa a experimentação de cada arranjo de todas as faixas, convites contumazes para dançarmos e nos livrarmos dos "capatazes" de sempre.
Maranhense de São Luís, Alcione nasceu em 1947. Filha de músico militar, aprendeu instrumentos de sopro ainda criança e foi brincante de Bumba-meu-boi e Queimação de Palhinha, manifestações da Cultura Popular Tradicional do Maranhão. Professora primária de formação, mudou-se para o Rio de Janeiro nos anos de 1960, onde iniciou a sua carreira com os primeiros registros. Em 1973 gravou um compacto simples (as faixa bônus dessa postagem) e, em 1975, emplacou o seu primeiro LP, vendendo 100 mil cópias (disco de ouro), um grande feito para a época.
Esse é o seu quinto LP, o samba é o estilo majoritário, mas há espaço para misturas com a música nordestina, como em Paraíba do Norte, Maranhão. O repertório do disco é preenchidocom brilhantes interpretações de obras compostas por mestres como Nei Lopes, Candeia e Wilson Moreira.
Zenzile Miriam Makeba, ou Mama África nasceu em Joanesburgo, em 4 de março de 1932. Faleceu em Castel Volturno (Itália), em 10 de novembro de 2008, quando sofreu um ataque cardíaco durante um espetáculo em favor de Roberto Saviano. Foi uma cantora sul-africana muito popular, iniciou a carreira em meados dos anos de 1950, ganhou expressão mundial no final dos anos 1960, com a canção "Pata, pata".
Dona de uma voz marcante e de um repertório voltado para a cultura do seu povo, a sua cerreira também é marcada pela luta pelos direitos humanos, contra o imperialismo e contra o apartheid na África do Sul. Dando curso à sua carreira nos EUA e na Europa, com a militância tendo tanto destaque quanto a música, teve a cidadania Sul Africana cassada e os seus discos proibidos até o fim do apartheid na África do Sul.
Esse LP foi gravado nos EUA. Cada um dos seus registros é uma pérola de resistência contra as injustiças e q autoritarismo contra o povo que, infelizmente, vigoram no mundo ainda hoje, inclusive no Brasil, após o golpe de 2016.