Abrimos essa playlist com quatro faixas do compacto duplo gravado com o Grupo "O Bando" em 1972, reeditado em 2021. Seguem algumas canções extras, são gravações inéditas em discos da dupla como sobras de estúdio, participação em trilha sonora ou disco com amigos, show's e gravações caseiras captadas de programas de rádio em algum momento dos anos 1980-1990.
Miguel Abuelo figura entre os músicos precursores do rock argentino, tais como Litto Neblia, Luis Alberto Spinetta e Pappo Napolitano. Los Abuelos de Nada foi sua banda desde 1967, contemporânea de Los Gatos e Almendra. Nos anos 1970 Abuelo viveu na Europa, este LP foi gravado na França em 1973, lançado em 1975. Sem lançamento na América Latina, por décadas permaneceu como um daqueles discos afamados e caros. Pudera, trata-se de mesmo de uma produção criativa e potente, que não poderia faltar aos apreciadores do bom rock setentista, de peso, de viagem e poesia.
Nessa postagem acrescentamos também as faixas da edição em CD, daí as canção de 1968 e 1969, exemplos da fase anterior, com a sua banda originária em performances marcadas pelo rock psicodélico.
Destaco Señor Carnicero, uma pauleira com crítica social.
Essa é a trilha sonora do filme "O cineasta na selva", de Aurélio Michellis, que registra a saga do português Silvino Santos, fotógrafo e cineasta, um dos precursores do cinema Brasileiro. Trata-se do retrato da região norte do Brasil do início do século XX, em pleno ciclo da borracha, capturado com maestria por Michellis, aproveitando a riqueza dos registros de Silvino Santos. A trilha composta por Caito Marcondes é um dos pontos fortes da narrativa, com diálogos impressionantes entre a musicalidade dos povos originários e a produção contemporânea da Música Instrumental Brasileira. Assistam ao filme, ouçam a trilha!
Miroslav Ladislav Vitouš nasceu em 6 de dezembro de 1947, é tchecoslovaco de Praga e construiu uma ampla carreira como baixista de jazz nos Estados Unidos. Iniciou os estudos musicais aos 6 anos, tocando violino, aos 10 passou aos estudos de violino, aos 14 chegou ao baixo. Estudou no Conservatório de Praga e, ao vencer um concurso em Viena, ganhou uma bolsa para estudae na Berklee College of Music. Tocou com músicos de destaque como Larry Coryell, Jan Hammer, Freddie Hubbard, Miles Davis, Chick Corea, Wayne Shorter, Joe Zawinul e Jan Garbarek. Em 1970 foi um dos fundadores do grupo Weather Report.
Tiago Araripe - Oswaldinho do Acordeon - Tony Osanah - Jica - Turcão - Félix Wagner - Mané Silveira - Dino Vicente - Tetê Espíndola - Passoca - Itamar - Vânia Bastos - Cid Campos - Felipe Vagner - Marcelo Ehrlich - Nelson Kunze - Sebastião Interland - Cabral - Wilson Souto Jr. - Luiz Brasil - Gaby Santini - Mari - João Maurício Galindo - Marley Chamorro Jr. - Luiz Britto - Silvano - João Calos - Paulinho Costa - Renato Lemos - Felipe Ávila - Armando - Sílvio Interland
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Esse é o primeiro LP do Tiago Araripe, músico cearense, que desde o fim dos anos 1960 construiu sua obra junto à cena paulistana. Trabalhou com os concretisdas irmãos Campos e Décio Pignatari. Com Tom Zé, em 1974, gravou o compacto "Contos de Fraldas"/"Teu coração bate, o meu apanha" e, no mesmo ano, lançou o seu compacto "Sodoma e Gomorra"/"Os 3 Monges". Entre 1976 e 1978, integrou o grupo Papa Poluição. Passou pela Vanguarda Paulista e gravou o LP Cabelos de Sansão pelo selo Lira Paulistana. As canções desse disco misturam as experimentações paulistanas, a musicalidade nordestina, à tarimba roqueira setentista. Em 2008, Zeca Baleiro relançou essa pérola em CD por seu selo, Saravah Discos.
PLIM é o primeiro disco de Sérgio Machado. Conhecido baterista da cena paulistana do início dos anos 2000, participou de trabalhos do Metá Metá, Clube da Encruza, Tulipa Ruiz, Criolo e também tocou com Elza Soares, Raul de Souza, Laércio de Freitas, Toninho Horta, Proveta e Siba. O disco reúne ideias gestadas em casa desde 2013, inspiradas em trilhas de filmes e cartoons e aproxima amigos dessa tragetória inovadora e crítica da vida na metrópole desumanizadora. Das composições instrumentais às letradas, das faixas orgânicas às eletrônicas, a unidade desse trabalho é a grata surpresa que as provocações musicais nos reservam.
Mazinho Lima - Sérgio Cassiano - Maurício Alves - Eder "O" Rocha - Siba
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A banda nasceu em 1992, destacando a música tradicional nordestina como o Caboclinho, o Cavalo Marinho, o Coco, o Baião, o Maracatú. O nome da banda é também uma homenagem à manifestação do Cavalo Marinho, teatro popular da Zona da Mata. O vigor das apresentações, seja pela musicalidade, seja pela intervenção teatralizada e a dança popular presentes, deram evidência ao grupo, que estreou no CD em 1996, com produção de Lenine, Marcos Suzano e Denilson, no mesmo periodo em que o chamado movimento Mangue Beat ganhava notabiliadade no Brasil e no exterior. Em 2022, por ocasião dos 30 anos dessa empreitada exitosa, o grupo voltou a realizar shows e os registros dos seus discos ganharam versões em LPs.
10 - Na festa de Pirapora, mataram meu companheiro
Tradicional
11 - Você fala mal de mim
Tradicional
12 - Se seu chifre está crescendo
Tradicional
13 - Nunca vi prefeito pobre
Tradicional
14 - Bicho que atrai o homem
Tradicional
15 - Carreiro bom
Tradicional
16 - Eu sou filha do Raé
Vera Lúcia Fellipe
17 - No alto daquele morro tem uma velha pra morrer
Tradicional
18 - No alto daquele morro tem um relojoeiro
Tradicional
19 - No samba de roda a coisa é séria
Dirceu Felippe
20 - Minha cria já criou
João Mário Machado
21 - Deus fez o Paraíso
Dirceu Felippe
22 - Coruja canta no toco
Dirceu Felippe
23 - Sabiá canta bonito
João Mário Machado
24 - Quem foi que disse
Tradicional
25 - Vamos, Maria, vamos
Tradicional
26 - Ê, Pirapora, Parnaíba aqui vai bem
Tradicional
27 - Curimbatá, lambari mandou dizer
Maria Ester
28 - Eu tenho um chapéu de palha
Tradicional
29 - Eu estava na roda de samba
Tradicional
30 - Na Festa de Pirapora, quem achar um lenço é meu
Tradicional
31 - Eu tenho um tatu
Tradicional
32 - Dona Maria, comadre minha
Tradicional
33 - Olê, olê, está chegando a hora
Tradicional
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O Samba de Roda de Pirapora, um dos sotaques do samba rural paulista, também conhecido por samba de bumbo, nasceu nas fazendas de café de São Paulo, a partir das misturas da cultura afro trazida pelo povo negro escravizado. Era nas festas de Bom Jesus de Pirapora, em agosto, com a confluência das romarias que vinham de diversas partes do Estado de São Paulo, que essa manifestação profana tomava os barracões e as ruas da cidade em desafios de versos e evoluções dos casais a cada ponto, claro, depois das obrigações religiosas. As singelas quadras, embaladas pela mesma melodia e fortalecidas pela repetição do coro popular, registram expressões de fé, críticas sociais e crônicas do cotidiano.
A perseguição religiosa e do poder institucional ao samba de bumbo, com a demolição dos barracões que abrigavam os romeiros, e mesmo com a migração para a capital na primeira metadade do século XX, levaram ao esvaziamento da festa. Ao mesmo tempo, esta tradição está na origem dos primeiros cordões, depois blocos e por fim escolas de samba de São Paulo, como foi o caso da Lavapés, fundada em 1937, com a participação de Dona Maria Ester e Dona Eunice.
Dona Maria Ester, falecida em 2017, aos 92 anos, foi uma das principais expoentes do samba de Pirapora. A sua força se mantém na memória e na continuidade do seu legado no Samba de Roda de Pirapora, fundado nos anos 1940 e ainda ativo nesse terceiro milênio.
Hiromi Uehara - Mitch Cohn - Dave DiCenso - Anthony Jackson - David Fiuczynski - Jim Odgren
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Hiromi Uehara nasceu em 26 de março de 1979, em Hamamatsu, Japão. Iniciou os estudos de piano aos 6 anos, foi apresentada ao jaz aos 8 anos, aos 14 anos tocou com a Orquestra Filarmônica Tcheca, aos 17 anos conheceu Chick Corea, estudou na Berkle.
Aos 24 anos estreou em gravações com o CD Another Mind, que recebeu o prêmio de álbum de jazz estrangeiro do ano no Japan Annual Gold Disc Awards de 2004. Todas as faixas são de sua autoria. O virtuosismo é a marca para os estilos que atravessam as suas composições, executando o piano e , teclados eletrônicos, passeia pelo jazz rock, pelo rock progressivo e pelo fusion (aqui podemos identificar referências também à música instrumental brasileira). Suas execuções ao vivo são de tirar o fôlego, tamanha a energia que toma todo o espaço.
Confesso que piro com a "XYZ", mas destacarei "Dançando no Paraiso", faixa que, na minha opinião, se aproxima bastante de segmentos da nossa música instrumental brasileira.
Eumir Deodato - Paulo Moura - Edson Maciel - Raul de Souza - J. T. Meirelles
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O Trio 3-D foi um grupo instrumental de música brasileira e jazz muito competente, o repertório girava entorno do que se transformou em standards. A formação trazia Antônio Adolfo no piano, Nelson Serra de Castro na Bateria e Carlos Monjardim no Contrabaixo. Nesse registro Antônio Adolfo tinha apenas 18 anos, realizou-o enquanto estudava para o vestibular de direito! O grupo se formara em 1963, esse é o segundo LP, uma contribuição ao que se convencionou chamar de 2a Geração da Bossa Nova. Os arranjos e as execussões são primososas, a maior parte de autoria do Antônio Adolfo. Eumir Deodato arranjou "Só tinha de ser com você" e "Peter Samba". Os convidados são o brilho do lado B do LP, segundo o texto da capa original do LP: Raulzinho, com seu trombone de válvulas, impossível; Maciel, "o rei da frase"; Paulo Moura, sax-alto, o "rei do som" e o sax-tenor Meirelles, o "rei da ideia".