Grupo Terra Livre - Grupo Greda Metiza de Lucho Cavour
Músicos
Abílio Manoel - Arrudinha - Ney - Claudio - Roberto Felenon - Beto - José Gomes - Halter - Sérgio - Walter Sanga - Sizão - Manoel Marques - Bolão - Demétrio - C. Alberto - Alain le Cour - Benito - Laro - Sbarro - Finelli - Ferer - Germano - Isquierdo - Tomazoni - Elias - Loriano - Michel - Dal Pino - Nadir - Buda - China - Ferrugem - Lucho Cavour - Cesar Junaro - Abdon Saravia - Jorge Gil - Mari - Wilson
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Abílio Manoel foi compositor, cantor, produtor musical e radialista. Nascido em Lisboa, Portugal, em 1947, imigrou com a família para o Brasil aos 8 anos de idade. O pai de Abílio fugira do regime fascista português, marcado pelo autoritarismo salazarista. Não era propriamente um militante de esquerda, fora denunciado apenas por não ser religioso.
Abílio estudou física na Universidade de São Paulo no final dos anos 1960. É na efervescência de shows promovidos pelos estudantes e de festivais universitários de música popular que Abílio se aventurou com as suas composições. Ganhou destaque nesse contexto e, em 1967 participou do Primer Festival Latinoamericano de la Canción Universitária, realizado pelos estudantes da PUC do Chile, em Santiago. Esse episódio foi uma verdadeira saga, pois sendo cidadão português, com passagem só de ida, o jovem estudante demorou mais do que o esperado para chegar à Santiago. Mas o esforço rendeu o prêmio de melhor composição para a canção "Minha Rua". De volta ao Brasil, participou de programas de TV e ganhou notoriedade, oportunizando a gravação do seu primeiro LP, em 1968. Com canções românticas e sambas no repertório, à época, no início da carreira, havia comparações ao estilo de Chico Buarque. Deveras, as influências eram perceptíveis, mas como dizia Abílio sobre tal analogia: "era tão honroso quanto prejudicial".
Aqui temos o quinto LP de Abílio, dedicado, sobretudo, à musicalidade latino-americana.
O movimento Nova Canção Latino-americana, marcado por contribuições de artistas chilenos, cubanos e argentinos, entre outros, influenciou a produção de brasileiros nesse período. Milton Nascimento, Dércio Marques e o Grupo Tarancón são ótimos exemplos dessa tentativa de reconexão com a cultura latino-americana e de furo ao cerco imperialista que nos separa de nossos vizinhos.
Embora não tenha despontado nas "paradas de sucesso", esse LP pode ser considerado um dos precursores na perspectiva de estabelecer pontes entre a música brasileira e a dos demais países da América Latina. Exceção aos estilos presentes no repertório desse disco, a faixa "O fado e o cravo de abril" foi censurada pelo regime militar, pois é uma clara referência à Revolução Portuguesa, a Revolução dos Cravos, ocorrida em 1974.
Abílio Manoel produziu o programa radiofônico "América do Sol" entre 1977 e 1986. Era um ponto de encontro para conhecermos a música popular tradicional e a Nova Canção dos nossos hermanos. Para saber mais, leiam o artigo de Tânia da Costa Garcia, disponível aqui.
1 - Injuriado Eduardo Dusek 2 - Chocante Eduardo Dusek - Luiz Carlos Góes 3 - Nostradamus Eduardo Dusek 4 - Iracema Brasil Eduardo Dusek - Luiz Carlos Góes 5 - Olhar brasileiro Eduardo Dusek - Luiz Carlos Góes 6 - Singapura Eduardo Dusek 7 - A coitadinha Eduardo Dusek - Luiz Carlos Góes 8 - A deputada caiu Eduardo Dusek 9 - O pão Eduardo Dusek - Luiz Carlos Góes 10 - Ave Eduardo Dusek - Luiz Antonio de Cássio 11 - Folia no matagal Eduardo Dusek - Luiz Carlos Góes
Músicos Henrique Cazes - Oscar Bolão (Oscar Luiz Werneck Pellon) - Dazinho (Edgard Gonçalves) - Aluisio Didier - Eduardo Dussek - Braz Limongi - Antônia Gnattali - José de Aguiar Ribeiro - Carlos Watkins - Zé Arthur - Luis Almeida - Luiz Bezerra - Sílvio Barbosa - Heraldo Reis - Dazinho (Edgard Gonçalves) - José Barreto Sobrinho - Picolé - Antônio Cândido Sobrinho - Wanda Eichbauer - Jamil Joanes - Lamartine Carlos Gimenez - Roberto Gnattali - Caola (Carlos Didier) - Zênio de Alencar - Manuel Araújo - Edmundo Maciel - Zdenek Svab - Rodrigo - Antônio Santana - Paulinho Braga - Robson Jorge - Lincoln Olivetti - Verônica - Ariovaldo Contesini - Lúcia Adnet - Omar Cavalheiro - Élcio Cáfaro - Chico Batera
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Eduardo Gabor Dusek, ou Eduardo Dusek, nasceu no Rio de Janeiro, em 1 de janeiro de 1954. Iniciou a sua carreira no teatro aos 15 anos. Filho de mãe húngara e pai tcheco, uma família de artistas emigrados, é ator, cantor, compositor e pianista brasileiro. Em 1977 gravou o seu primeiro compacto com produção de Nelson Motta.
Nessa postagem temos o seu primeiro LP, lançado sob o impacto de sua participação no Festival MPB Shell de 1981. Embora a faixa "Nostradamus" não tenha sido classificada, ficou registrada na memória do público. O repertório é marcado por crônicas satíricas, com influência da musicalidade teatral, sobre o cotidiano da vida brasileira de então.
A faixa "Folia no matagal" foi um sucesso radiofônico, embalou muitos bailes de carnaval dos anos 1980, foi gravada também por Maria Alcina e Ney Matogrosso.
Cartola - Carlos Cachaça - Hermínio B. de Carvalho 8 - Festa da vinda
Cartola - Nuno Veloso 9 - Quem me vê sorrindo
Cartola - Carlos Cachaça 10 - Amor proibido
Cartola 11 - Ordenes e farei
Cartola - Aluizio 12 - Alegria
Cartola
Músicos
Cartola - Dino 7 Cordas (Horondino José da Silva) - Gilberto D'Ávila - Canhoto (Waldiro Frederico Tramontano) - Meira (Jaime Tomás Florence) - Jorginho do Pandeiro (Jorge José da Silva) - Wilson Canegal - Marçal (Nilton Delfino Marçal) - Luna - Wilson Canegal - Copinha (Nicolino Cópia) - Raul de Barros - Coro do Joab
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Esse LP é o primeiro da carreira de Cartola (Angenor de Oliveira - 1908/1980) que, embora seja um dos fundadores da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira (1928), só foi gravado após os seus 66 anos de idade. O registro conta com a produção de João Carlos Botezelli (vulgo Pelão), que correu diversas gravadoras com esse projeto antes de ser acolhido pela Marcus Pereira. Teve a direção
artística de Aluizio Falcão e arranjos de Dino 7 Cordas. Contém alguns dos maiores
clássicos da música popular brasileira, como "Tive Sim", "Alvorada" e "O Sol Nascerá".
Esse é um dos discos que mais gosto dessa dupla. Um exemplo de miscigenação com viola e butuque do bom. As participações de Almir Sater tocando e Tetê Espíndola cantando são demonstrações das características boas dessa gente que faz melhor quando está junto. Destaco "Alojá Yang gira das ervas", quase um ponto com as riquezas verdes de cura, beleza e gostozura.
Andy Paley - David Rudder - Jeff Vincent - Paul Pesco 6 - Ifá, um canto pra subir
Vevé Calasans 7 - Hino das Águas
Aroldo Medeiros - Buziga 8 - Maravilha Morena
Jorge Portugal - Roberto Mendes 9 - Tudo à-toa
Peri Albuquerque 10 - Abra a boca e feche os olhos
Dito - Gerônimo
Participações especiais
David Rudder - Roberto Mendes
Músicos
Margarete Menezes - Ramiro Mussoto - Pedro Guiorlandini - Ângela Loppo - Titta - Silvinha Torres - Cláudio Martins - Villator - Luciano Silva - Guiga Scott - Joatan Nascimento - Claus Jake - Fred Dantas - Gibba - Carlinhos Marques - Renato Fechine - Carlinhos Brown - Álvaro Assmar - Andy Paley - Paul Pesco - Jeff Vincent - Café - Charles Negrita - Milton Cardona - Steve Sandberg - Vincent Velez - Bobby Porcelli - Ite Jerez - Angel Fernandes - Barry Rodgers - Louis Kahn - David Byrne - José Mangual - Marc Quinones - Ray Martines - Paquito Pastor - Roberto Mendes - Cesário Leoni
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Margareth Menezes da Purificação Costa, ou simplesmente Margarete Menezes, nasceu em 13 de outubro de 1962, em Salvador, Bahia. Iniciou a carreira artística como atriz, atuou entre 1980 e 1986. Desde 1987 desenvolve a carreira musical, inicialmente conhecida como expoente samba-reggae, tem um repertório mais abrangente. É impulsionadora do movimento afropop brasileiro, que tem por objetivo a promoção da cultura afro brasileira. Em 2023 se tornou Ministra da Cultura do Governo Lula.
Nessa postagem temos o segundo LP de Margareth Menezes, gravado em 1989, foi lançado em janeiro de 1990, sobre o lastro virtuoso do primeiro LP que chegou à marca de 100 mil cópias vendidas. Produzido por David Byrne e com a direção artística de Mayrton V. Bahia, o repertório é marcado pela diversidade de gêneros baianos misturados à algumas tendências pop daquele momento. Samplers e programações são experimentados ao lado de naipes de sopro e percussões, dando base ao estilo vigoroso de Margareth Menezes. Para além dos ritmos dançantes de um repertório sofisticado (a versão de Negra melodia é um reggae poderoso!), chamam atenção as letras com preocupações sociais. Destaco a faixa "Hino das Águas" como um desses exemplos.
1 - Foi Deus quem fez você (Luiz Ramalho) Intérprete: Amelinha 2 - Tão minha tão mulher (Carlos Colla - Mauricio Duboc) Intérprete: Maurício Duboc 3 - Demônio Colorido (Sandra Sá) Intérprete: Sandra Sá 4 - Mais uma boca (Fátima Guedes) Intérprete: Fátima Guedes 5 - Hino Amizade (Zé Ramalho) Intérprete: Zé Ramalho 6 - Saudade (Nato Gomes) Intérprete: Jane Duboc 7 - Rasta-pé (Chico Evangelista - Jorge Alfredo) Intérpretes: Jorge Alfredo & Chico Evangelista 8 - Essa tal criatura (Leci Brandão) Intérprete: Leci Brandão 9 - Nostradamus (Eduardo Dusek) Intérprete: Eduardo Dusek 10 - Festa da carne (Paulinho Rezende - Paulo Debétio) Intérprete: Mariama 11 - Anunciação (Diana Feital - J. Maranhão - Paulo Feital) Intérprete: Zezé Motta
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Dessa leva de classificados eu gostava muito de dançar "Rasta-pé", encantáva-me com a Leci Brandão e a Zezé Motta, além de me divertir com a apocalíptica "Nostradamus" do Duzek. Esta, aliás, poderia voltar às rádios, ou chegar ao "gosto" dos algoritmos, pois ainda é exemplar para o comportamento geral frente ao esgotamento dos recursos naturais implementado pelo capitalismo.
1 - Agonia (Mongol) Intérpretes: Oswaldo Montenegro 2 - Devassa (Wania Andrade - Solange Boëke) Intérpretes: Fernanda 3 - A massa (Raimundo Sodré - Jorge Portugal) Intérpretes: Raimundo Sodré 4 - Porto Solidão (Zeca Bahia - Gincko) Intérpretes: Jessé 5 - O mal é o que sai da boca do Homem (Pepeu Gomes - Baby Consuelo - Galvão) Intérpretes: Baby Consuelo 6 - Rio Capibaribe (Toinho Alves - João de Jesus Paes Loureiro) Intérpretes: Quinteto Violado 7 - Clareana (Joyce) Intérpretes: Joyce Moreno 8 - Reunião de Bacana (Ari do Cavaco - Bebeto Di São João) Intérpretes: Exporta Samba 9 - Diverdade (Chico Maranhão) Intérpretes: Diana Pequeno 10 - Choro Alegre (Xico Chaves - Marcos Darlan) Intérpretes: Elza Maria 11 - O pinhão na amarração (Canto de Amarração) (Elomar) Intérpretes: Dércio Marques
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Disco de festival é uma salada sempre curiosa, pelas histórias dos indivíduos que participaram e pela diversidade dos estilos que elencam as coletâneas.
Nesse festival de 1980 "Agonia" levou o primeiro lugar (na minha opinião, uma canção coerente, é uma agonia chatíssima); em segundo ficou "Foi Deus quem fez você", embora seja romântica, possui uma letra cheia de possíveis trocadilhos divertidíssimos para a molecada da época (eu adorava um de ordem biológica); em terceiro veio "A massa", essa sim, deveria ter sido o primeiro lugar.
Destaco o Exporta Samba com a sua "Reunião de Bacana", a Diana Pequeno em seu início de carreira com "Diverdade" e Décio Marques com "Canto de Amarração", do Mestre Elomar. Na minha opinião são três libelos com posicionamento político importante tão importante para aquele ano de 1980, quanto hoje. E claro, aqui tem "Clareana" com a Joyce, hoje também Moreno; e tem também Baby e Pepeu com "O mal é o que sai da boca do Homem", um receituário "bíblico" proibido, na época, de tocar nas rádios.
Manassés é natural deMaranguape, Ceará. Iniciou a carreira musical profissional aos 17 anos, em 1975 imigrou para São Paulo, onde dividiu com Belchior apartamento e a vida modesta do início da carreira. Violonista, compositor e arranjador, participou de trabalhos históricos de expoentes da canção brasileira, como Ednardo, Amelhinha, Simone, Chico Buarque, Gal Costa, Fagner, entre outros.
Antes de ser reconhecido no Brasil teve seu trabalho disseminado pela França, onde morou por algum tempo, chegando a tocar com Paco de Lucia.
O LP presente nessa postagem é uma bela mostra da contribuição de Manassés à tradição do violão brasileiro.
Cássia Eller - Roberto Frejat - Jorge Helder - José Marcos - Nelson Faria - Elcio Cáfaro - Mac Willian - Dunga - Tom Capone - Peninha - Wanderley Silva - Márcio Faraco - Andréia Ernesto Dias
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Nem preciso falar muito, já há o bastante sobre essa moça na rede. Quase não acredito que esse seu primeiro disco já tem mais de 25 anos! Sempre que o ouço lembro de histórias e pessoas queridas.
Tive um "namoro" com o pôster desse disco por meses. Eu descia para a estação Barra Funda todos os dias após o trabalho, passava numa loja de discos que havia na Av. Francisco Matarazzo e lá estava Cássia deitada sorrindo com seus cabelos compridos. Os vendedores me negaram o pôster meses a fio. O pôster ficou famoso, contei para os meus amigos e graças a isso, numa festa de aniversário alguém que contou pra outro alguém tinha um marido na loja e o pôster virou meu presente de aniversário. Tantos outros pôsteres se foram, mas o da Cássia está por aqui.
Lembro de tantos espetáculos que assisti cercado de gente querida! No Anhangabaú, nos parques da cidade, mas teve um especial no SESC Pompéia: Cássa e Almir Sáter. Levei a minha mãe, que comigo curtiu os dois. A maioria do público estava lá pra ver o "violeiro da novela" e se chocou quando Cássia, no êxtase de sua performance, mostrou seus seios no palco (Chicão ainda estava pequenino na barriga).
Na véspera do desaparecimento de Cássia eu estava acampado, isolado da babilônia. À beira-mar, comentava com uma amigo o tanto de música boa que ouvimos da geração 90, Cássia teve destaque, pois sempre teve a manha de fazer brilhar tudo o que tocou (até o insosso Nando Reis!). Passamos alguns dias e encontramos um companheiro de viagem recém chegado da metrópole que nos contou sobre a morte de Cássia. Não acreditamos até voltarmos pra casa, éramos um tipo de gente que "chegou um dia a acreditar que tudo era pra sempre".
Esse disco é recheado de asperezas, belezas e encantos para quem sabe "experimentar o delicado da vida".