Como informa o encarte, os membros do Grupo Paranapanema passaram a juventude em contato com grupos tradicionais de cultura popular do interior, que integram a formação do samba paulista. É essa a base de influência na produção criativa do grupo, formatando um sotaque próprio, advindo das ngomas aos pés das fogueiras rodeadas por malungos, mestres de calibre incalculável. Daí o motivo de encontrarmos aqui sambas rurais, jongos e batuques da tradição paulista que desaguam em um marco muito particular desse grupo.
Chick Corea - Joachim Young - The New Santana Band
15 - Free Angela
Bayete
16 - Samba de Sausalito
Jose 'Chepito' Areas
Lado B
17 - Mantra
Tom Coster - Carlos Santana - Michael Shrieve
18 - Kyoto (Drum Solo)
Tom Coster - Michael Shrieve
19 - Castillos de Arena Part 2 (Sand Castle)
Chick Corea - Joachim Young - The New Santana Band
20 - Se a cabo
Jose 'Chepito' Areas
Disco 3
Lado A
21 - Samba pa ti
Carlos Santana
22 - Savor
The Old Santana Band
23 - Toussaint l'overture
The Old Santana Band
Lado B
24 - Incident at Neshabur
Albert Gianquinto - Carlos Santana
Bônus
(Versão CD)
24 - Mr. Udo
The New Santana Band
Músicos
Carlos Santana - Leon Thomas - Tom Coster - Richard Kermode - Armando Peraza - Jose 'Chepito' Areas - Doug Rauch - Michael Shrieve
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Não vou me deter na biografia desse grande músico pois há farto material a respeito na web. Lotus é o sexto álbum do guitarrista mexicano Carlos Santana, é o seu primeiro ao vivo, gravado em 1973, em Osaka, Japão. São 22 músicas divididas em três discos, com sucessos como Oye Como Va e Black Magic Woman.
Os encartes desse álbum triplo são um show à parte, contêm imagens religiosas que se misturam ao esoterismo e à ufologia. A fantástica arte do disco fica por conta do diretor de arte da Sony japonesa, Tadanori Yokoo, o disco foi totalmente produzido naquele país e reflete uma saborosa salada musical focada na produção latino americana. Curiosamente, em Lotus Santana reapresenta arranjos para compositores brasileiros como Airto Moreirae Tom Jobim.
Atenção: a primeira faixa é mesmo, em grande parte, preenchida por silêncio, posto que se trata da abertura do show com uma meditação. O Homem Traça diz: ROAM!
Joni Mitchell - Don Alias - Manolo Badrena - Alex Acuña - Airto Moreira - Jaco Pastorius
7 - Dreamland
Joni Mitchell
8 - Don Juan's reckless daughter
Joni Mitchell
9 - Off night backstreet
Joni Mitchell
10 - The silky veils of ardor
Joni Mitchell
Músicos
Joni Mitchell - Jaco Pastorius - John Guerin - Wayne Shorter - Alex Acuña - Don Alias - Manolo Badrena - Airto Moreira - Larry Carlton - Michel Colombier - Chaka Khan - Glenn Frey - JD Souther - Michael Gibbs - Bobbye Hall - El Bwyd
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Álbum de transição entre o folk e o jazz, experimental frente aos anteriores, traz também belas canções e as participações de Jaco Pastorius e Airto Moreira (nas faixas "The Tenth World" e "Dreamland"). Alcançou o disco de ouro em três meses após o lançamento, mesmo com a controversa capa que traz Mitchell usando blackface.
1 - Conversa de botequim Noel Rosa - Vadico 2 - Vem ver 2 Sérgio Santos 3 - Araripe Ararat Mauro Aguiar - Chico Saraiva 4 - Relatividade Celso Viáfora - Tó Brandileone 5 - Um de três Vanessa Moreno - Paula Mirhan 6 - O galho e a roseira Saulo Ligo 7 - Paçoca, costelinha e ovo frito Rafael Altério - Rita Altério 8 - Beirando Vanessa Moreno - Fi Maróstica 9 - Seiva Fi Maróstica - Marcos Alma 10 - Banzé de cuia Rafael Altério - Rita Altério 11 - Visão do mar Ellen Fernandes - Fi Maróstica 12 - Zimbadoguê Dani Gurgel - Vanessa Moreno 13 - Desse lugar Ellen Fernandes - Vanessa Moreno 14 - Neneca Debora Gurgel - Dani Gurgel - Thiago Rabello 15 - Na casa de Clara Fi Maróstica
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Esse é o primeiro álbum do duo Vanessa Moreno & Fi Maróstica. Pensem na ousadia de fazer uma estreia majoritariamente apenas com voz e baixo, trazendo música popular brasileira da melhor qualidade. Pois bem, é isso o que está aqui, nesse comecinho de carreira dessa moça, dona de uma voz educadíssima e de inventividade daquelas que dá gosto de ver emergir no cenário musical, chamada Vanessa Moreno.
1 - Cai dentro Baden Powell - Paulo César Pinheiro 2 - Samba da bênção Baden Powell - Vinícius de Moraes 3 - Pra que chorar
Baden Powell - Vinícius de Moraes 4 - Só por amor Baden Powell - Vinícius de Moraes 5 - Berimbau Baden Powell - Vinícius de Moraes 6 - Refém da solidão Baden Powell - Paulo César Pinheiro 7 - Lapinha Baden Powell - Paulo César Pinheiro 8 - Cidade vazia
Baden Powell - Lula Freire 9 - Tempo feliz Baden Powell - Vinícius de Moraes 10 - Deixa Baden Powell - Vinícius de Moraes 11 - Consolação Baden Powell - Vinícius de Moraes 12 - Tem dó Baden Powell - Vinícius de Moraes
13 - Canto de Ossanha / Bocochê / Canto de Iemanjá / Canto de Xangô (Medley) Baden Powell - Vinícius de Moraes 14 - Apelo
Baden Powell - Vinícius de Moraes
Músicos
Marianna Leporace - Willians Pereira - Alain Pierre - Fernando Leporace - Eduardo Szajnbrum - David Ganc - Kazuo Yoshida - Dodô Ferreira - Philippe Baden Powell - Célia Vaz - Yuji Otuka - Mikio Watanabe - Marcel Powell - Marcelo Martins - Cacala Carvalho - Eliane Tassis -
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Atendendo a um pedido anônimo, colocamos em nossos prateleiras esse álbum gentilmente fornecido por nosso frequente visitante "lindo0107", a quem agradeço muitíssimo por essas e por outras. Como já anunciado por mensagens, ainda não tenho o CD fisicamente, o que limitou a reprodução das artes gráficas. Fica para futuras atualizações.
Nascida em 1966, Marianna Leporace pertence à uma família de músicos (destaques para os irmãos Gracinha e Fernando Leporace). Formada atriz e jornalista, iniciou a carreira em musicais infantis nos anos 1990, enveredou pela música passando por gravações de jingles e estreou em disco nos anos 2000. Nesse CD, lançado inicialmente no Japão, em 2006, e depois no Brasil, em 2007, temos o sumo da obra de Baden Powell, reinterpretado pela voz competente de Marianna Leporace. O jazz e a bossa grassam em inspiração infinita.
1 - A cidade e a neblina Guilherme Arantes 2 - Águas passadas Guilherme Arantes 3 - Lamento lhe encontrar triste Guilherme Arantes 4 - Descer a serra (Sorocabana) Guilherme Arantes 5 - Meu mundo e nada mais Guilherme Arantes 6 - Nave errante Guilherme Arantes 7 - Cuide-se bem Guilherme Arantes 8 - Pégaso Azul Guilherme Arantes 9 - Antes da chuva chegar Guilherme Arantes 10 - Não fique estática
Guilherme Arantes
Músicos
Guilherme Arantes - Eurico - Luiz Fernando - Fernando Brito - Altamiro Carrilho - Copinha - Maurício Einhorn - Hamilton Cruz - Formiga - Maciel - Aurino Ferreira - João Pinheiro - Otávio Augusto
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Depois de se desligar do Moto Perpétuo, Guilherme Arantes estreia com esse LP no rastro do sucesso de "Meu mundo e nada mais", tema de novela (dispositivo de divulgação que será reiterado em sua carreira, notoriamente, pop). Figura em nossas prateleiras pelo time de músicos que dão suporte ao álbum e pela memória afetiva ativada por algumas faixas.
Charlie García 6 - Natalio Ruiz, el hombrecito del sombrero gris
Charlie García 7 - Mariel y el Capitán
Charlie García 8 - Amigo vuelve a casa pronto
Charlie García 9 - Quizás porque
Charlie García 10 - Cuando comenzamos a nacer
Charlie García 11 - Posludio
Charlie García
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A história desse duo, que passou à história da música jovem da argentina dos anos 70, entre outras coisas, por sua imensa popularidade, começou em 1969. Originalmente era formada por: CharlieGarcía (teclados e voz), Nito Mestre (guitarra, flauta traversa e voz), Rolando Fortich (baixo), Juan Belia (guitarra), Alberto Rodríguez (bateria) e Carlos Piégari (voz).
Charlie e Nito se conheceram no terceiro ano do colégio. Ambos participavam de grupos de rock de bairros. Charlie, junto a Rodríguez e Correa, no "To walk spanish". Nito cantava no "The century indignation". Como quinteto, sem a participação de Piégari, debutaram no Colégio Santa Rosa de Buenos Aires. Depois dessa apresentação o grupo sofreu muitas modificações, até se reduzir a um duo acústico. Em 1970, apresentaram-se no circuito de pequenas salas, como a Galeria Nexo.
Nesse mesmo ano realizaram uma apresentação na TV, apadrinhados por Eduardo Falú. Em pouco tempo, viajaram a Mar del Plata onde dividiram o palco com Litto Nebbia. A partir de maio de 71 participaram de uma série de apresentações na Sala ABC, considerados hoje como o ponto de partida de sua carreira de sucesso.
Mas foram recusados por vários gravadoras, sua representante Pierre Bayona tomou contato com Jorge Álvarez, produtor do selo Microfón. Deram uma prova para a gravadora interpretando quatro temas. Como resultado, firmaram um contrato que permitiu-lhes gravar seu primeiro álbum. O disco se chamou Vida, gravado em 1972. O tema "Amigo, vuelve a casa pronto" foi o primeiro gravado pelo grupo; participaram da gravação, como convidados, o violinista Jorge Pinchevsky, o baixista Alejandro Medina e o guitarrista Claudio Gabis.
O álbum "Vida" é marcado pela influência do folk norteamericano (em moda na época), a temática das letras das canções do grupo têm muita influência de Bob Dylan, Crosby-Stills-Nash-Young e transcenderam as fronteiras dos roqueiros, para se instalar como representantes de um grupo mais amplo da juventude.
Qualquer semelhança com Sá, Rodrix & Guarabyra ou com Almôndegas não é mera coincidência, foram tendências da época.
L. A. Spinetta 3 - Dulce 3 nocturno Amaya - Frascino - Spinetta 4 - Algo flota en la laguna Frascino - Spinetta 5 - Serpiente (Viaja por la sal) L. A. Spinetta
Faixas Bônus (edição em CD de 2008)
6 - Me gusta ese tajo Amaya - Frascino - Spinetta 7 - Despiértate Nena J. C. Amaya - L.A. Spinetta 8 - Post-crucifixión J. C. Amaya - C. Cutaia - L. A. Spinetta
Músicos
Spinetta - Frascino - Amaya - Carlos Cutaia
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Esse é o primeiro LP do grupo Pescado Rabioso, anúncio virtuoso dos três anos de existência sob a liderança prodigiosa de Spinetta.
Reproduzimos o texto do encarte, de autoria do poeta Augusto de Campos, que, em nossa opinião, dá a exata pertinência desse LP, sobretudo no que diz respeito à ruptura das falsas barreiras entre a produção erudita e popular.
A ERA DE ERIK, A ERA DO RAG
Este disco reúne dois compositores da mesma época — Erik Satie (1866-1925), Scott Joplin (1868-1917) aparentemente separados por duas barreiras: a distância geográfica e a distância estética. Satie, "o mestre de Arcueil", bem ou mal, enquadrado na área da música erudita. Joplin, "o rei do ragtime", no âmbito da música de divertimento.
Eu disse: aparentemente. Porque Satie, como se sabe, é o riso subversivo instilado na música "séria". O sofisticado autor das Gymnopedies ou da Missa para os Pobres - "o "Esoterik Satle" - é também o inclassificável "Satierik" da Armadilha de Medusa (pré-teatro do absurdo), de Vexames (composição pré-dada feita de 840 repetições do mesmo motivo) e de Parade (que não se pode traduzir por "parada" - desfile militar — porque tem outro significado: espetáculo burlesco representado nas feiras para atrair o público). Parade - o escândalo musical de Paris de 1917, na versão para orquestra, com roteiro de Cocteau, cenários de Picasso, coreografia de Massine, e cuja partitura previa até sirenes, tiros de revólver e máquina de escrever. Nessa colagem circo-musical cubista, Satie intercalava alguns compassos de rag (dança protojazzística, com melodia sincopada sobre um baixo de acentuação regular, em compasso binário): o Ragtime do Navio, na verdade o primeiro rag europeu em concerto.
Acasos e contatos. Scott, pianista negro nascido no Texas, depois de tocar nos cabarés de St. Louis, ascenderia com Mapple Lea Rag (1899), The Easy Winners (1901), The Cascade (1904), Stoptime Rag (1910) e outras composições à galeria dos maiores criadores do ragtime. O imprevisível Erik (Alfred Leslie) Satie, francês, filho de escocesa, depois de antecipar o impressionismo com as suas Sarabandes (1887), se engajaria por algum tempo, à volta de 1900, nos cabarés de Montmartre como pianista-acompanhante do "chansonnier" Vincent Hyspa (época em que criaria as valsas Je Te Veux e Tendrement, cinicomelancólicas homenagens à "belle époque").
A saúde das artes exige, de quando em vez, para o ar rarefeito das elucubrações e das pesquisas sem tréguas, o oxigênio generoso da intuição e da informalidade. Daí a dialética interpenetração dos avessos que a música experimenta, para além dos rótulos e dos compartimentos.
O jazz bi uma dessas lufadas de ar fresco na criação cultivada. Debussy já se mostrara sensível a ele, como se vê de Golliwog's Cake Walk (1908) e Minstrels (1910). Stravinski (depois de Satie) o adotou em peças como Ragtime para 11 instrumentos e História do Soldado, ambas de 1918. Na América, Charles Ives, desde a sua 1ª Sonata para Piano (1902-1909), incorporara o ragtime às suas composições experimentais. E outros, como Milhaud, na Création du Monde (1923) ou Antheil, na Jazz Symphony (1927), para citar apenas os compositores mais preocupados com a música de invenção, do impressionismo à politonidade e desta à "machine music".
Quanto a Satie, o dessacralizador por excelência da música erudita, não é de admirar que tenha demonstrado simpatia jazz. Em 1916, ele tocava ao piano os rags de Jelly Roll Morton. E dizia dos músicos negros: "São extraordinários - tocam em contracanto e terminam sempre em equilíbrio". No jazz ele encontraria a graça espontânea e as fraturas rítmicas que lhe serviriam de antídoto às diluições do impressionismo "fin de siêcle" de que ele mesmo fora um dos precursores. Daí a apropriação que fez do rag para o quebra-quebra de Parade. Um desígnio semelhante o levaria a recuperar o caf' con' e o can can na desconcertante criação de Belle Excentrique, em 1920. "Viva os amadores", dirá Satie. E, como que prevendo a impugnação dos puristas: "Todo mundo lhes dirá que eu não sou músico. É justo. Desde o início de minha carreira, eu me classifiquei, de pronto, entre os fonometrógrafos".
Por tudo isso, é mais do que pertinente esse encontro transcultural promovido por Clara Sverner e João Carlos Assis Brasil entre o piano a quatro mãos de Satie e o de Joplin. Do rasgo do rag ao riso de Satie sopra um ar sempre novo. Um ar não condicionado, onde o humor e a criatividade se dão as mãos.
Papete - Théo de Barros - Ana Maria - Geraldo - Chico - Costa - Verinha - Aeluah - Maria de Lurdes - Ayres - Gabriel - Demetrio - William - Balto - Jorginho -
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Primeiro LP do Papete, aqui já estava registrada a marca do grande percussionista que abrilhantou a música brasileira em sua obra.
01 - Ilha De Cuba Papa Kid 02 - Segredo Luiz Melodia 03 - Surra De Chicote Luiz Melodia 04 - Hoje E Amanhã Não Saio De Casa Luiz Melodia 05 - Negro Gato Getúlio Cortez 06 - Passarinho viu Luiz Melodia (participação especial: Jane Pinto) 07 - Mistério Da Raça Luiz Melodia - Ricardo Augusto 08 - Dias De Esperança Luiz Melodia09 - Feras Que Virão Luiz Melodia
Músicos Lincon Olivetti - Jamil - Robson - Robertinho Silva - Marcio Montarroyos - Bidinho - Oberdan - Zé Carlos - Serginho Trombone - Léo - Ariovaldo - Perinho Santana - Rubens Sabino - Carlos Camargo - Victor e Ricardo Silveira - Luiz Carlos - Zeca da Cuíca - Marco Antônio - Nivaldo Ornelas - Sérgio Boré - Arnaldo Brandão - Piauí - Ricardo Augusto - Djalma Correa - Mauro Senise - Robério - Carlos Camargo
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Esse é o quarto disco da carreira de Luiz Melodia, o qual começa a aparecer em 1972, quando Gal grava "Pérola Negra" levada a ela por Wally Salomon. Nascido em 1951, no Rio de Janeiro, é filho de Oswaldo Melodia, de quem o sobrenome artístico herdou.
Embora sua trajetória e criação se dê pelos morros do Rio, Melodia tem um carreira a parte do samba, as influências da Jovem Guarda e Tropicália lhe dão a marca de poeta urbano, cuja musicalidade é forjada pela experimentação de diversos ritmos, negros decerto, no entanto o samba só aparece bem mais tarde.
Nesse disco podemos ouvir sua releitura de "Negro Gato", uma homenagem ao flerte inicial com a Jovem Guarda, além de muito swing nas demais faixas. Destaco "Segredo", canção calcada no blues, que foi regravada futuramente em duo com Zélia Ducan, quando esta, em seu primeiro disco, ainda assinava Zélia Cristina.
Dorival Caymmi 4 - Bola de meia-bola de gude Fernando Brant - Milton Nascimento 5 - Cais escuro
Paulo César Feital - Zezé Motta 6 - Oxum Johnny Alf 7 - Fez bobagem
Assis Valente 8 - Sete faces
Gonzaguinha 9 - Sem essa
Duda - Jards Macalé 10 - Poço fundo Gilberto Gil
Músicos Chiquinho - Perinho Albuquerque - Luizão - Enéas Costa - Jorginho - Cláudio Guimarães - Bira da Silva - Túlio Mourão - Juarez Araújo
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Terceiro LP solo de Zezé Motta, registra um repertório que ganha um brilho especial com a sua interpretação cheia de personalidade. O viço da multi artista, ex-operária, professora da Educação Básica por formação e militante do Movimento Negro Unificado, destaca-se na reinterpretação de canções como "Dengo que a nega tem", "Fez bobagem", "Bola de meia-bola de gude" ou "Sem essa", ao lado das faixas encomendadas a grandes compositores para a sua voz plena de beleza.
LP produzido no período em que retomara a morada no Brasil, após o fim da dupla Teca & Ricardo, segue a linha estética dos anteriores, destacando o tradicional e o contemporâneo da música popular brasileira. À época, Teca participou do histórico Projeto Seis e Meia da Sala Funarte, juntamente com a Cátia de França, uma parceria com performances brilhantes.
Hermelino Neder - Eduardo Ramos - Sueli Gondim - Luis Britto - Luis Eduardo Mineiro - Tino de Morais - Henrique Reinach - Silvia Ocougne - Mário Campos - Alex Amback (Sacha) - Paulo Eduardo Mello - Bozo Barreti - Fábio Oriente - Maurício Zidói - Mário Biafra - Ana Amélia - Vânia Bastos - Ana Iara Campos - Marcelo Petráglia - Marcelo Mig - Ruriá Duprat - Gilmar Jardim
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Hermelino Neder é um daqueles que na década de 1980, agitou Sampa com a tal Vanguarda Paulista. Nesse tempo formou o grupo Hermelino e a Football Music. A canções tem arranjos divinos, que emolduram diálogos, depoimentos e a poesia da metrópole daqueles anos. Hermelino ainda escreveu várias trilhas sonoras, dentre elas as dos filmes A dama do Cine Shanghai, Perfume de gardênia, A hora mágica e Onde andará Dulce Veiga? Há várias composições suas gravadas por Arrigo Barnabé, Suzana Salles e Cássia Eller. Aliás, Arrigo, vira e mexe, retoma o tema "amar é importante".
Esse disco é raro, chegou-me pelas mãos da minha amiga Estela. Nem na rede não achei o LP inteiro, está estreando em nossas prateleiras para o mundo. Destaco a voz maravilhosa de Vânia bastos, mas também o registro da canção "Noite sendo" na bela interpretação de Sueli Gondim.
1 - Lenço e vento Zé Pedro - Raimundo Prates 2 - Paulista quatrocentão Clemente - Adolfo 3 - Beija-flor Perboyre Sampaio - Adauto Santos 4 - Cantoria Raimundo Prates - Adauto Santos - J. Corsini 5 - Vide vida marvada Rolando Boldrin 6 - Ora viva São Gonçalo Paulo Vanzolini 7 - Pião de rodeio Adauto Santos - Índio Vago 8 - Velho macho Nonô Basílio 9 - Santo Reis passou na sua casa Miltinho Rodrigues - Lourival dos Santos 10 - Pingo d'água Raul Torres - João Pacífico
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Adauto Santos (1940-1999) foi violonista, violeiro, compositor e cantor brasileiro, obteve destaque ao trazer a música caipira para o seu repertório, misturando com a MPB. Esse LP traz o espírito do título, Adauto canta diversos autores do cancioneiro caipira, inclusive com as incongruências das letras da época como na identificação com os assassinos e escravocratas bandeirantes em "Paulistano quatrocentrão" e na citação acrítica do comportamento do pai em "Velho macho". Segue o registro da competência de Adauto Santos com a sua viola.
H. Villa Lobos - C. Paula Barros 6 - Todos os santos
Maurício Maestro - Joyce
7 - Ciclo da vida
Maurício Maestro 8 - Ouvindo estrelas
Maurício Maestro
9 - Quantas vezes
Maurício Maestro
Bônus (da versão em CD)
10 - Água clara
Maurício Maestro 11 - Upside down
Maurício Maestro
Músicos
Maurício Maestro - Naná Vasconcelos - Kay Lyra - João Carlos Coutinho - Iura Ranevsky - Paulo Guimarães - Deborah Cheyne - André Cunha - Nayran Pessanha - Denise Pedrassoli - Mauro Rufino Martins - Leo Ortiz - Rúbia Siqueira - Pancho Roa - Martina Stroeher - Marco Catto - Mateus Ceccato - Marcus Ribeiro
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Gravado em 2010 na onda do sucesso de Visions of dawn, LP de 1976 e só lançado em 2010, Maurício Maestro nos brinda com canções de diversas fases de sua carreira, além de duas inéditas, "Água clara" e "Upside down".
Maurício Maestro se notabilizou como compositor, arranjador, instrumentista e, claro, pela longa carreira junto ao grupo Boca Livre.
Curiosamente, a página da gravadora cita o contexto histórico em que surge a maioria das obras presentes nesse álbum, na obscuridade do regime cívico militar brasileiro dos anos 1970, e saúda serem trazidas à baila em um momento de prosperidade, em 2010, em meio ao segundo mandato do governo Lula. Esse dado é notável, pois em 2021 o Boca Livre anunciara a sua dissolução por divergências políticas, tendo em vista a adesão de Maurício Maestro ao Bolsonarismo, algo, no mínimo, incoerente tendo em vista a história do grupo e os ataques que esse governo ultraconservador implementara contra a cultura e a educação, para ficar em apenas duas áreas, entre 2018 e 2022. Em 2023, o Boca Livre ganhou o Grammy de Melhor Álbum de Pop Latino com "Pasieros", gravado em 2011, e superou a crise, retomando os trabalhos.
1 - Complexo de Épico Tom Zé 2 - A noite do meu bem Dolores Duran 3 - Cademar Tom Zé - Augusto de Campos 4 - Todos os olhos Tom Zé 5 - Dodó e Zezé Tom Zé - Odair Cabeça de Poeta 6 - Quando eu era sem ninguém Tom Zé 7 - Brigitte Bardot Tom Zé 8 - Augusta - Angélica e Consolação Tom Zé 9 - Botaram tanta fumaça Tom Zé 10 - O riso e a faca Tom Zé 11 - Um "Oh" e um "Ah" Tom Zé 12 - Complexo de Épico Tom Zé
Músicos
Tom Zé - Grupo Capote (Koelho, Geraldo Rosa, Marinho, Edgar) - Cleon - Dualib - Rogério Duprat - Odair Cabeça de Poeta
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Quarto LP da extensa carreira do mestre Tom Zé, segue a sua marca com faixas provocativas, humoradas, experimentais e muito apoiadas nas tradições populares. O diálogo entre Dodô e Zezé é um escárnio sobre a ideologia da classe dominante, mostrando que as décadas passam e a doutrinação para a exploração de amplas massas continua a mesma.
Trilha sonora do espetáculo teatral homônimo, esse LP marcou (e marca) diversas gerações de famílias inteiras, crianças e adultos. História baseada em conto dos Irmãos Grimm, tem a tradução do texto original de Sérgio Bardotti realizada por Chico Buarque e a música é de autoria de Luiz Enriquez. Embora não tenha sobrado muito do encarte por aqui, seguem nessa postagem também o livreto com fotos da peça e uma publicação de partituras simplificadas, transcritas pelo Maestro Léo Peracchi.
Músicos Gerson Conrad - Eduardo Souto Neto - Marcelo Frias - Paulo de Castro - Tomás Improta - Pedro Jaguaribe - Áureo de Souza - Roberto Martins - José Pestana
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Aqui temos a Zezé Motta estreando em LP e o Gerson Conrad, egresso do Secos & Molhados, dando os primeiros passos após o meteoro de sucesso experimentado entre 1973 e 1974. No repertório constam incursões pela MPB, pelo pop e o rock influenciadas pela produção da época.
Disco 1 1 - Desilusão Paulo Leminski 2 - Ogum Paulo Leminski 3 - Razão Paulo Leminski 4 - Verdura Paulo Leminski 5 - Não mexa comigo Paulo Leminski 6 - Filho de Santa Maria Paulo Leminski 7 - Se houver céu Paulo Leminski 8 - Luzes Paulo Leminski 9 - À você amigo Paulo Leminski 10 - Navio Paulo Leminski 11 - Mudança de estação Paulo Leminski 12 - Esta voz está sendo ouvida em Marte Paulo Leminski 13 - Valeu Paulo Leminski 14 - Adão Paulo Leminski
Disco 2 15 - Diversonagens suspersas Paulo Leminski - Natália Mallo 16 - Dor elegante Itamar Assumpção - Paulo Leminski 17 - Sinais de haicais Paulo Leminski - José Miguel Wisnik 18 - Transformar Moraes Moreira - Paulo Leminski 19 - Live with me Paulo Leminski - Willian Shakespeare 20 - Hard feelings Itamar Assumpção - Paulo Leminski 21 - Hoje tá tão bonito Edvaldo Santana - Paulo Leminski - Fortuna 22 - Oxalá (Cesta cheia da sexta) Moraes Moreira - Paulo Leminski 23 - Sou legal eu sei Paulo Leminski - Ivo Rodrigues 24 - Promessas demais Moraes Moreira - Zeca Barreto - Paulo Leminski 25 - Nóis fumo Alice Ruiz - Paulo Leminski
Participações especiais
Arnaldo Antunes - Zeca Baleiro - Zélia Duncan - Ná Ozzetti - Serena Assumpção - André Abujamra
Músicos
Fred Teixeira - Natalia Mallo - Estrela Leminski - Téo Ruiz - Estevan Sinkovitz - Dú Gomide - Alonso Figueroa - Érico Viensei - Denis Mariano - Mariá Portugual - Danilo Penteado - Rogério Naressi - Marcela Zanette - Leon Miguel - Denis Mariano - João Tiska - Otto Nascarela - Gustavo Porença - Vitor Dezute - Rafael Rosas - Bernardo Bravo - Rogéria Holtz - Iria Braga - Viviane Medeiros - Fran Rosas - Luana Karam - Giuly Biancato - Juliana Biancato - Anaterra Viana - Rosângela Araíjo - Mayara Santarém - Leon Miguel - Romulo “Cabuquinho” - André Castelo Branco - Oda Gomes - Giuly Biancato - Rosângela Araújo - Mayara Santarém - Estevan Sinkovitz - Mariá Portugal - Davi Sartori - Danilo Penteado - Swami Jr. - Uyara Torrente - Leo Fressato - Grace Torres - Juliana Cortes - João Castelo Branco
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Aqui temos a uma compilação de canções cometidas a partir da poesia de Paulo Leminski. No primeiro disco constam as de autoria solo, no segundo, as parcerias. Estrela Leminski anunciou assim a produção na abertura do encarte:
"'A questão é a seguinte: eu quero ficar semi profissionalizado em matéria de música por uma questão inclusive de criatividade. (...) Eu quero ficar meio com um pé atrás e um pé a frente dentro desse universo da música popular', disse o Paulo em uma entrevista para a Rádio Brasil 104.
Em franca carreira musical, sendo gravado por diversos intérpretes e sendo requisitado para parcerias por muitos outros, meu pai acabou deixando um trabalho múltiplo e espalhado pelo cancioneiro popular. Hoje, poucos fazem ideia da veemência do polaco tocando seu violão em apresentações performáticas e memoráveis.
Neste CD duplo me propus a fazer o que mais se aproxima do que meu pai faria, caso ele mesmo fosse reunir suas composições musicais, tanto pelo recorte quanto pelas referências.
Os arranjos foram baseados no que ele ouvia, então se você encontrar aqui The Police, Nhô Belarrnino e Nhá Gabriela, John Cage, Sex Pistols, Gilberto Gil, Elvis Presley, Itamar Assumpção, Cramani e Faroeste, não se preocupe: você está ouvindo bem."
A profusão criativa de Leminski daria para outros tantos álbuns, estamos esperando os próximos.
O Clube da Esquina número três!Não oficialmente, mas tá aí o espírito de reunião do grupo e "Em família" já dá o tom logo de saída, pra não dizer que exagero. O Homem Traça diz: ROAM!