quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Ensaio - 1992 - Geraldo Filme




1 - Batuque de Pirapora
2 - Samba da Barra Funda
3 - Lava-pés
4 - Tebas
5 - Eu vou mostrar
6 - Benedito chorou
7 - Silêncio no Bexiga
8 - Cordão do Vai-Vai
9 - Vai no Bexiga pra ver
10 - Tradições e festas de Pirapora
11 - Que gente é essa

Músicos
Zé do Cavaco - cavaquinho;
Edmilson Capelupi - violao 7 cordas
Jorginho Cebion - percussão
Geraldo Filme - tamborim
Theo da Cuíca - percussão

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Aquela sentença afirmando ser São Paulo "o túmulo do Samba" cunhada por Vinícios de Moraes e repetida por Caetano Veloso só pode ser obra de quem não conhece São Paulo e sua história. Nessa cidade viveram e vivem pessoas como Geraldo Filme que mantêm viva a tradição da cultura negra herdada dos ancestrais que, embora sempre espoliados, resistem culturalmente e vieram a formar o samba paulista, distinto do resto do país é claro, para manter sua personalidade altiva.

Geraldo Filme é descendente direto do Samba de Bumbo, o Samba Rural, que chegou à São Paulo com a vinda dos negros ex-escravos que tomaram a Capital do estado em busca de trabalho. Até hoje essa manifestação, de crônicas em versos curtos e improvisados, mantém-se viva, passando por quintais de Bom Jesus de Pirapora, Campinas, Mauá e pelo bairro da Brasilândia em São Paulo.

"Nascido em 1928, em São João da Boa Vista, interior de São Paulo, aportou menino na cidade e caiu no lugar certo, o bairro da Barra Funda. Ajudando a mãe, tornou-se entregador de marmitas, iniciando seu conhecimento da cultura do povo e a popularidade que o cercaria para sempre. Ouvindo os mais velhos cantar, foi fazendo da memória um arquivo de futuro valor inestimável e que jamais se furtou a consultas ou informações. Tornar-se-ia normalmente compositor, ignorando a tradicional rivalidade entre a Barra Funda e o Bexiga e os demais redutos, transitando por escolas como a Camisa Verde, a Vai-Vai, Unidos do Peruche, distribuindo por elas todas talento e sabedoria. Foi o grande precursor da escola de samba Paulistano da Glória, na rua da Glória no bairro da Liberdade. Seu samba-prece Silêncio no Bixiga, homenagem ao amigo Pato N'Água, morto misteriosamente, até hoje é um hino de todos os sambistas paulistanos. Morreu em 1995, às vésperas do carnaval, preocupado com os festejos de rua, usando o telefone do hospital para dar instruções para que tudo saísse bem, no desfile que não chegou a ver." Fonte.

Pois é, quem nunca viu o samba amanhecer, vá no Bexiga pra ver...

O Homem Traça diz: ROAM!


Vai no Bexiga pra ver

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