quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

Aurora Vermelha - 1981 - Fredera


1 - Aurora Vermelha
a) Crepúsculo civil
b) Aos mártires
c) Emergência 
2 - Músico viajante - Revelações 
3 - Um bolerésio (para Tenório Jr., no céu) 
4 - Clara, cheia de luz
Mutação 
Rua da Estrela
5 - Pequeno poema libertário (para guitarra, cuíca e piano acústico)
6 - O Horizonte nos olhos de Manu

Participação especial
Gonzaguinha

Músicos
Fredera - Jota Moraes - Paulo Maranhão - Pascoal Meirelles - Amilson Godoy - Théo da Cuíca - Valter Santos - Gonzaguinha

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Frederico Mendonça de Oliveira, também Frederyko ou Fredera, nasceu no Rio de Janeiro, em 1945. Autodidata, iniciou a carreira profissional em 1968. Com sua guitarra, integrou o grupo Som Imaginário, grupo de apoio de Milton Nascimento. Trabalhou com artistas como Caetano, Gal, Milton, Gil, Raul Seixas, Gonzaguinha e muitos outros. 

Esse é seu primeiro LP, cujo repertório reflete o acúmulo adquirido na experiência dos anos com a música brasileira, entre as canções e a música instrumental.

Desde 1984 tem atuado nas artes plásticas, na literatura e no jornalismo. Em 1997, Fredera publicou o livro entitulado "O crime contra Tenório Jr - Saga e Martírio de um Gênio do Piano Brasileiro", um relato sobre o desaparecimento e assassinato, creditado à ditadura Argentina - em colaboração com a ditadura militar brasileira -, do pianista Tenório Jr durante uma turnê de Toquinho e Vinícius na Argentina, em 1976.  Vítima da Operação Condor, Tenório foi morto com um tiro na cabeça pelo comandante Alfredo Ignacio Astiz, alcunhado de Anjo da Morte, segundo o relatório oficial do capitão Jorge Eduardo Acosta (um ofício da Armada Argentina datado de 25/03/1976). 
 
A pretexto do duplo assassinato de Tenório Jr (físico e memória), Frederico também defende a tese de que a música instrumental brasileira e, em consequência, os instrumentistas, teriam sido preteridos pela indústria fonográfica e dos meios de comunicação em benefício da música cantada, a partir de meados dos anos 1960. Tendo a concordar, pois se fizermos um paralelo com o ditado popular que diz: "o que os olhos não veem, o coração não sente", o que os ouvidos não escutam não pode educar e formar repertórios e gostos musicais. Como ir além do que é veiculado se classe que detém os meios de produção e de veiculação dita as "preferências" que se massificam?
 
O HOMEM Traça diz: ROAM!

Pequeno poema libertário

segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Garfunkel - 1994 - Jean e Paulo Garfunkel

 
 
1 - Gato Gaiato (Não Minto Pra Mim)
Jean Garfunkel - Paulo Garfunkel - Prata (Jaime Marques Saraiva)
2 - PHD em dúvida
Jean Garfunkel - Paulo Garfunkel
3 - Queimou o filme
Jean Garfunkel - Paulo Garfunkel
4 - Ninguém é um
Jean Garfunkel - Paulo Garfunkel - Prata (Jaime Marques Saraiva)
5 - Não vale a pena
Jean Garfunkel - Paulo Garfunkel
6 - Não manipule meu medo
Jean Garfunkel - Paulo Garfunkel - Zeba Dal Farra
7 - Avenida São João
Jean Garfunkel - Paulo Garfunkel
8 - Tietê, meu rio (Águas passadas)
Jean Garfunkel - Lony Rosa
9 - Desabalada
Jean Garfunkel - Paulo Garfunkel - Prata (Jaime Marques Saraiva)
10 - Tortura chinesa
Jean Garfunkel - Paulo Garfunkel
11 - Quem tem um não tem nenhum
Jean Garfunkel - Paulo Garfunkel
12 - Cruzeiro do Sul
Jean Garfunkel - Paulo Garfunkel
13 - Modificar
Jean Garfunkel - Paulo Garfunkel
14 - Revigoro
Jean Garfunkel
 
Participação especial
Sá e Guarabyra
 
Músicos
Paulo Garfunkel - Sizão Machado - Guello (Luiz Carlos Xavier Coelho Pinto) - Roberto Lazzarini - Edson Ghilardi - Luiz Meira - Bocato - Marcelo Munari - Lino Simão Júnior - Nadinho Feliciano (Reginaldo Feliciano) - Cláudio Faria - Derico Sciotti (João Frederico Sciotti) - Cássio Poletto - Mathias Capovilla - Otávio Bangla - Mário Boffa Júnior - Márcia Valentini - Beto Martins - Toninho Ferragutti - Natan Marques - Alexandre Ramires de Vicente - Helena Akiko Imasato - Glauco Masahiro Imasato - Paulo Taccetti - Prata (Jaime Marques Saraiva) - Lony Rosa - Adriano Busko - Walter Arid - Arismar do Espírito Santo - Sílvia Goes - Betto Sodré - Juçara Marçal - Mazé Cintra - Nenê Cintra - Sandra Ximenez - Ilka Cintra - Vésper - Valdo Gonzaga - Derico Sciotti (João Frederico Sciotti) - Eduardo Gudin - Mônica Thiele

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Os irmãos Jean e Paulo Garfunkel têm quatro álbuns gravados, além de participações em coletâneas. Embora possuam uma carreira com os seus próprios registros, são mais conhecidos como compositores com canções gravadas por importantes artistas da MPB, como Elis Regina, Maria Rita Menezes, Zizi Possi, Renato Braz e a dupla Pena Branca e Xavantinho. Em suas músicas experimentam diversos gêneros, desde o samba e a música caipira, do blues ao reggae, com letras muito inspiradas, abordando a vida do povo trabalhador, questões filosóficas e dores de amor.
 
Destaco a canção "Não vale a pena", regravada por Maria Rita em seu álbum de estreia.

O Homem Traça diz: ROAM!

Não vale a pena

quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

SP470 - 2024 - VA

 

1 - São Paulo Rio
José Miguel Wisnik
Intérprete: José Miguel Wisnik
2 -  Ladeira da Memória
Zecarlos Ribeiro
Intérprete: Rumo
3 - Desencontro das Águas
Alcides Neves 
Intérprete: Alcides Neves
4 - O cinza
Tim Bernardes
Intérprete: O Terno
5 - São Paulo by day
Próspero Albanese - Tico Terpins
Intérprete: Joelho de Porco
6 - Rua Augusta
Hervé Cordovil
Intérprete: Os Mutantes
7 - Paulicéia Desvairada
Osvaldo Vecchione
Intérprete: Made in Brazil
8 - Ronda
Paulo Vanzolini
Intérprete: Premê (Premeditando o Breque)
9 - São Paulo não é sopa
Eduardo Brechó
Intérprete: Aláfia
10 - A briga do Edifício Itália com o Hilton Hotel
Tom Zé
Intérprete: Tom Zé
11 - Tradição (vai no Bexiga pra ver)
Geraldo Filme
Intérprete: Geraldo Filme
12 - Uma simples margarida (samba do Metrô)
Adoniran Barbosa
Intérprete: Demônios da Garoa
13 - Depressão Periférica
Kiko Dinucci
Intérprete: Maurício Pereira
14 -
Rodrigo Campos - Nuno Ramos
Intérprete: Rodrigo Campos
15 - Linda de Lua 
Celso Viáfora - Vicente Barreto
Intérprete: Vânia Bastos
16 - Persigo São Paulo
Itamar Assumpção
Intérprete: Itamar Assumpção
17 - Tempo escondido
Luiz Tatit - Ná Ozzetti
Intérprete: Ná Ozzetti
18 - Tietê, meu rio (Águas passadas)
Lony Rosa - Jean Garfunkel
Intérprete: Jean e Paulo Garfunkel
19 - Venha até São Paulo
Itamar Assumpção
Intérprete: Itamar Assumpção - Rita Lee
20 - São Paulo, São Paulo
Mario Augusto Aydar
Intérprete: Premê (Premeditando o Breque)
21 - Sampa
Caetano Veloso
Intérprete: Caetano Veloso
 
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Há alguns anos penso em fazer uma coletânea dedicada à cidade de São Paulo. Mania nascida ainda nos anos 1980, com a manipulação das fitas cassete, permanece como desafio temático musical. Claro que, em se tratando de São Paulo, uma metrópole cosmopolita no sudeste de um país semicolonial, a complexidade de traduzi-la em sons e letras nos coloca no campo da parcialidade, da pessoalidade, da subjetividade. Assim, há crueza, sofrimento, felicidade e beleza nos retratos sonoros aqui presentes, fruto da contribuição de brasileiros, paulistanos ou não, de diversas origens e gerações. 
 
O Homem Traça diz: ROAM!
 

Persigo São Paulo

quarta-feira, 17 de janeiro de 2024

Maxixes - 1978 - Régis e Rogério Duprat

Postagem original: 24/01/2010
 
01 - João Lopes
Anônimo - 1910
02 - Ou vai ou racha
Anônimo - 1920
03 - Pinicando
Pedro Salgado - ?
04 - Sertão Paulista
Henrique castellari - 1922
05 - Amorzinho meu
R. Vieira - 1930
06 - Satan
M. Alarido - 1918
07 - Aí Horácio
Guarací da Costa - ?
08 - Tango Maxixe
Anônimo - ?
09 - Sô Capoera
Anônimo - ?
10 - Como é belo o Carnaval
Anônimo - ?
11- Quebra meu povo
Anônimo - ?
12 - A Banda de Lá
Anônimo - ?

Músicos
Severino Gomes da Silva - Benedito Pereira dos Santos - Arlindo Bonadio - Edgar Batista dos Santos - Settimo Paioletti - Dorival Auriani - Geraldo aurieni - Drauzio Chagas - Demetrio Santos Lima - Rafael Galhardo caro - Eduardo Pecci - Hector Bisignani - Isidoro Longano - João Batista Pirahy - Roberto Sion - Walter Ferreira Godinho - Dirceu Simões de Medeiros - Antônio de Almeida

Direção Musical 
Régis e Rogério Duprat

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Esse LP é o segundo de uma coleção de 5 volumes intitulada "Três Séculos de Música Brasileira".  Trata-se de um excelente trabalho de pesquisa, recuperando partituras e manuscritos que dão a linha para orquestrações originais.

Régis Duprat escreveu na contra-capa desse LP que a palavra Maxixe aparece, pela primeira vez na História "oficial", publicada no Jornal do Commercio em 1883. A referência primeira é para uma dança - libidinosa e excomungada - , a qual foi embalada por gêneros híbridos que misturaram desde o lundú ao tango, passando pela polca, entre outros. É muito interessante a análise que Régis faz em seu texto sobre a formação da dita MPB, de como os indivíduos desprovidos das técnicas e tecnologias de registro comuns nos centros urbanos ficam alijados dos méritos na construção da cultura. Dêem uma lida, vale a pena!

O Homem Traça diz: ROAM!

Sertão Paulista

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Sementeira - 2010 - VA

1 - Sementeira
2 - Ifa
3 - Canto de trabalho
4 - Nada mais sério
5 - Triciclo
6 - Lua Nova
7 - No morro
8 - Ditempus intempus
9 - Convite
10 - Ensaio geral

Músicos
Naná Vasconcelos - Caíto Marcondes - Marcos Suzano - Coração Quiáltera (Pax Bittar - Wellington Tibério - Léo Nascimento - - Luciano Bispo)

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"A proposta de reunir quatro forças distintas da percussão brasileira me soou muito atrativa desde o início. Convidado peta Baluarte Agência para a função de produtor e diretor musical do cd - em projeto idealizado por Caíto Marcondes - imaginei o que deveria ser feito para que a espontaneidade musical fosse privilegiada. Pensei num encontro rápido, mas intenso. Ao invés de muitos dias de estúdio, apenas uma sessão de montagem e duas de gravação. Um encontro junto aos artistas norteou definitivamente o projeto. Ali, em um hotel perto do Parque Ibirapuera de São Paulo - Marcos Suzano, Naná Vasconcelos, Caíto Marcondes e os integrantes do Coração Quiáltera levantaram inspirações comuns e diversas. Cada um refletindo uma maneira de reproduzir a natureza e a sonoridade brasileiras com cores próprias. A mágica música de Naná, o morro e o asfalto do Rio de Janeiro representados pelo ritmo inconfundível de Marcos Suzano, a parafernália genial de sons coletada e coletivizada pelo Coração Quiáltera e a mistura universal e paulistana de Caíto Marcondes se fundem. Mais do que se fundirem, se integram. Nas sessões, cada uma das composições se desenvolveu naturalmente. Uma ideia sugeria uma outra ideia, e uma resposta se fazia, uma complementação se expunha. Da diferença se fez a semelhança. Música criada coletivamente através da intuição de todos, gerando unidade. Intensa, forte e original. Como só um encontro desta importância poderia ser. Tão original quanto brasileiro. Urbanos brejeiro, eletrônico, acústico, tudo ao mesmo tempo agora já. Sementeira planta e colhe no precioso quintal da nossa diversidade: ritmos, vozes, sons e silêncios." (Rodolfo Stroeter - extraído do encarte do CD)

O Homem Traça diz: ROAM!
 

Nada mais sério

sábado, 13 de janeiro de 2024

Karma - 1972

 
 
1 - Do zero adiante
Jorge Amiden - Luiz Mendes Jr.
2 - Blusa de linho
Jorge Amiden - Zé Rodrix
3 - Você pode ir além
Jorge Amiden - Luiz Mendes Jr.
4 - Epílogo
Jorge Amiden - Luiz Mendes Jr.
5 - Tributo ao sorriso
Jorge Amiden - Sergio Hinds
6 - O jogo
Jorge Amiden
7 - Omissão
Jorge Amiden - Luiz Mendes Jr.
8 - Venha pisa na grama
Jorge Amiden - Luiz Mendes Jr. -Alen Cazinho Terra
9 - Transe uma
Jorge Amiden
10 - Cara & Coroa
Jorge Amiden

Músicos
Jorge Amiden - Luiz Mendes Junior - Alen Cazinho Terra - Oberdan Magalhães – Gustavo Schroeter – Bill – Ian Guest – Rildo Hora – Arthur Verocai 
 
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Único LP do grupo que foi um "racha" da formação inicial de O Terço, hoje é um registro hiper valorizado em sites internacionais especializados. Curiosamente, há quem estipule o preço entre $500 e $900, considerando também o envio. Uma facada que só o conceito de fetiche (leiam Marx) pode explicar. Fico chocado com esses fenômenos. Por acaso tenho uma cópia comprada há algumas décadas, quando não era cotado. Felizmente foi relançado a um preço mais razoável.
 
O grupo mesmo, era composto por  Jorge Amiden (ex-O Terço, guitarra tripla), Luiz Mendes Jr. (Violão e vocal) e Alen Cazinho Terra (baixo e vocal). Os arranjos de metais de Arthur Verocai, a bateria de Gustavo Schroeter (que posteriormente integraria A Bolha e A Cor do Som, além de acompanhar Jorge Ben, Moraes Moreira, Zé Ramalho e João Donato), além dos arranjos vocais dão qualidade para a proposta calcada em letras que transitam com a espiritualidade e a musicalidade que se convencionou chamar de rock rural.

O Homem Traça diz: ROAM!

Você pode ir além

quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Caia na estrada e perigas ver - 1976 - Novos Baianos

 
 
1 - Beija-flor 
Jorginho Gomes - Galvão
2 - Ziriguidum 
Jackson do Pandeiro
3 - Se chorar beba a lágrima 
Galvão - Pepeu Gomes
4 - Na banguela 
Galvão - Pepeu Gomes
5 - Biribinha nos States
Pepeu Gomes
6 - Sensibilidade da bossa
Galvão - Pepeu Gomes
7 - Porto dos Balões
Riroca
8 - Caia na estrada e perigas ver
Galvão - Pepeu Gomes 
9 - Brasileirinho
Waldir Azevedo
10 - Barra Lúcifer
Galvão - Pepeu Gomes
11 - Rocarnaval
Pepeu Gomes
12 - Eu não procuro som
Galvão - Pepeu Gomes - Moraes Moreira
13 - Suor do sol
Jorginho Gomes - Galvão
 
Músicos
Pepe - Jorginho - Baixinho - Didi - Paulinho Boca de Cantor - Baby Consuelo - Charles - Bola - Riroca

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"Caia na estrada e perigas ver" é o sexto álbum dos Novos Baianos. Com a saída de Moraes pouco antes desse período, conjecturo se o título não seria uma resposta à dúvida sobre a sobrevivência sem o seu principal compositor desde o início do grupo. Pepeu assumi a liderança e o resultado é um som mais roqueiro que o dos LPs anteriores, embora não perca a brasilidade característica de sempre.
 
Destaco a faixa "Se chorar beba a lágrima",  ótimo conselho embalado por boa música para nos livrarmos de momentos ruins.

O Homem Traça diz: ROAM!

Se chorar beba a lágrima

terça-feira, 9 de janeiro de 2024

Grande coisa - 1986 - Premê (Premeditando o Breque)

 

1 - Pode vir crente que eu estou fervendo
Wandi - Claus
2 - Padaria 
Mario Manga
3 - Gelado 
Wandi
4 - Rubens
Mario Manga
5 - Império dos sentidos 
Wandi
6 - Espinha 
Wandi - Mario Manga
7 - Garota de Copacabana 
Wandy
8 - Fi-lo porque qui-lo 
Wandi - Marcelo - Osvaldo Luiz - Claus - Manga 
9 - Pinga com limão 
Ranchinho - Alvarenga
10 - Grande coisa (Introdução)
Premê - Sylvinho
11 - Grande coisa 
Premê - Sylvinho
12 - P.R.E.M.Ê 
Igor Lintz Maués
13 - Rubens (Não me censure)
Mario Manga
 

Músicos

Dal Farra - Claus Petersen - Marcelo Galbetti - Mário Manga - Wandi Doratiotto - Sylvio Mazzuca Júnior - Jaques Morelenbaum - Danilo Caymmi - Paulo Jobim - Edmundo Maciel - Hamilton Pereira Cruz - José Barreto Sobrinho - Marçal - Ricardo Pontes - Zé Carlos Bigorna - Don Bill - Jorge Davidson - Mayrton Bahia - Sérgio Affonso - Werner

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Esse é o quarto LP do Premê. Originalmente lançado em 1986, tem nova prensagem em 1987, incluindo a faixa "Rubens (Não me censure)". 

A ditadura civil/militar acabou oficialmente em 1985, porém, certos instrumentos de controle, como o departamento de censura, ainda tiveram uma sobrevida. Possivelmente a produção do LP ainda se batera com o procedimento de submeter as letras ao controle estatal antes do lançamento. Daí a marca de censura das três faixas apontadas na contracapa (Rubéns, Império dos sentidos e Espinha). O selo de censura foi mais uma estratégia de denúncia e um jogo de marketing, pois o que vigorou mesmo foram as versões originais. A prensagem de 1987 faz justiça à nova letra para Rubens, além de ser uma curiosidade, é tão boa quanto a original. Ridiculamente, o tacão dos censores, nesse e em tantos outros casos, destinava-se à preservação de questões morais ultrapassadas.

A versão original de "Rubéns" foi gravada no primeiro álbum da Cássia Eller, uma interpretação magnífica.

O repertório desse álbum é tão irônico e divertido, mantendo a qualidade musical, quanto os demais da carreira do Premê.

O Homem Traça diz: ROAM!

Império dos sentidos

sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Só Tetê - 1994 - Tetê Espíndola

 


1 - Noite torta
Itamar Assumpção
2 - Relógio da Paulista 
Passoca - Guga Domenico
3 - Saber nadar 
Luli & Lucina
4 - Nossos momentos 
Arnaldo Black - Carlos Rennó
5 - Esquinas 
Djavan
6 - Ajoelha e reza 
Arnaldo Black - Carlos Rennó
7 - Imagina 
Tom Jobim - Chico Buarque
8 - Serenata do prado 
George Gershwin - Ira Gershwin - Versão: Carlos Rennó
9 - Meu caboclo 
Laurindo de Almeida - Junquilho Lorival
10 - Londrina 
Arrigo Barnabé
11 - Judiaria 
Lupicínio Rodrigues
12 - Mensagem 
Péricles Cavalcanti - John Donne - Versão: Augusto de Campos
13 - Que será 
Marino Pinto - Mário Rossi
14 - Solidão 
Cláudio Leal Ferreira sobre poema de Oswald de Andrade
15 - Água 
Arrigo Barnabé - Arnaldo Antunes
 
Músicos
Tetê Espíndola - Mário Campos - Paulo Braga - Vander Galvez - Guello - Mané Silveira - Marcos Pedroso - Celso Veagnoli - Marcos Daloia - Dejair Rodolfi - Almir Sater - Dalgalarrondo - Formiga - Dueofel (Fernando Mello - Luís Bueno) - Mário Manga - Dino Vicente - James Miller - Maurício Pereira - Sérgio Espíndola - Karin Fernandes - Newton Carneiro - Eduardo Gianesella - Paulo Belinatti - Toninho Ferragutti - Junior Galante - Turcão - Paulo Bira - Juan Carlos Herrera - Jica - Zé Gomes - Rui Carvalho - Paulo Braga - Claudio Lucci - Arrigo Barnabé

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Esse é o quinto álbum da carreira de Tetê Espíndola. Aqui temos um repertório bastante versátil, passando pela velha guarda da música popular brasileira e chegando na experimentação vanguardista. Em minha opinião, cabe reparo na capa e encarte, ainda que em 1994 não tivéssemos assimilado a negatividade do uso de "black face"; algumas faixas (poucas) teriam uma sonoridade melhor sem o uso de bateria eletrônica (febre da época). De todo modo, a interpretação, a voz peculiar e a craviola da Tetê salvam o conjunto do álbum.

O Homem Traça diz: ROAM!

Saber nadar