sábado, 5 de agosto de 2023

Imyra, Tayra, Ipy - 1976 - Taiguara

Postagem original: 14/12/2007


1 - Pianice (pecinha sinfônica)*
Taiguara
2 - Delírio transatlântico e chegada no Rio*
Taiguara
3 - Público*
Taiguara
4 - Terra das palmeiras**
Taiguara
5 - Como em Guernica*
Taiguara
6 - A volta do pássaro ameríndio*
Taiguara
7 - Luanda, violeta africana*
Taiguara
8 - Aquarela de um país na lua**
Taiguara
9 - Situação**
Taiguara
10 - Sete cenas de Imyra*
Taiguara
11 - Três Pontas**
Milton Nascimento/Ronaldo Bastos
12 - Samba das cinco **
Taiguara
13 - Primeira bateria**
Taiguara
14 - Outra cena*
Taiguara

Ficha Técnica
Arranjos e orquestrações: Taiguara*/Hermeto Pascoal**
Regência e produção: Wagner Tiso
Diretor artístico: Miltom Miranda
Diretor de produção: Renato Correa
Técnicos de gravação: Toninho/Dacy/Roberto/Serginho
Técnico de remixagem: Nivaldo Duarte
Corte: Osmar FurtadoMontagem: Ladimar
Layout da capa: Thomas Michael Lewinsohn
Desenhos: Taiguara

Músicos:
Taiguara: Voz/piano/sintetizador/mellotron/flauta
Nivaldo Ornellas: Sax soprano/tenor/flauta
Toninho Horta: Violão
Jacquinho Morelembaun: Cello
Novelli: Baixo acústico
Paulinho Braga: Bateria/percussão em Três Pontas
Zé Eduardo: Bateria/percussão em A volta do pássaro ameríndio
Ubirajara Silva: Bandoneon em Primeira bateria
Lucia Morelembaun: Harpa
Hermeto Pascoal: Flauta/flauta baixo
Mauro Senise: Flauta
Neco: Cavaquinho
Vozes: Lucinha/Malu/Eva/Marizinha/Novelli/Nivaldo Ornellas/Wagner Tiso

********************************************************

André Breton e Trotsky falavam da necessidade da arte ser independente e revolucionária. O artista deveria ter a liberdade de tratar do que quiser, como e onde quiser. Deve-se poder falar de bunda, flor, alegria, trabalho, amor, não importa o tema e a forma! A criação está á mercê da escolha do artista. Quanto mais livre, mais ousado e revolucionário nas artes! Mas a história mostra que nem sempre é assim o que acontece...

Taiguara sempre foi ligado na cultura popular brasileira, falava de amor e paisagens em seus primeiros discos. Com a ditadura se auto-exilou e teve na Inglaterra um projeto totalmente censurado - embora cantasse em inglês na maioria das faixas - pelo governo brasileiro.

De volta ao Brasil em 1976, colocou-se em movimento para gravar e lançar o disco "imyra, tayra, ipy, taiguara" tendo a companhia dos melhores músicos da época e Hermeto para fazer os arranjos em parceria. a proposta era ter um disco que falasse dos fatos que estavam ocorrendo em nosso país. Opressão brutal, subserviência ao imperialismo norte americano e por aí vai. Mas a censura interrompeu o processo 24 h do lançamento em 1 de maio de 1976, nas ruínas do convento de São Miguel das Missões no Rio Grande do Sul.

Pode-se pensar que se trata de mais um disco de protesto da época, mas a qualidade das melodias, arranjos e letras superam as expectativas. O disco soa como algo entre o clube da esquina (e não é à toa, basta ver quem está tocando!) e as experimentações de Hermeto.

O fato é que a repressão recolheu os LP´s em 72h! Quem tem esse vinil original em casa está diante de uma raridade. Além da raridade houve relançamentos em CD no Japão e, mais recentemente, em 2013, também aqui no Brasil!
 
O Homem Traça diz: ROAM!


Terra das palmeiras


7 comentários:

quilombra dos palmares disse...

Excelente, cara!
pode usar qualquer postagem do sombarato sem problemas nenhum.
o que precisar, é só falar!
abraços e boa sorte no seu blog...

Anônimo disse...

Valeu camarada!

Anônimo disse...

link atualizado (em 15/5/2012)

http://lix.in/-31363e

DADO disse...

Grande Homem Traça Tomo a liberdade de anexar dados do Wikipédia: ..." Em 1975, voltou ao Brasil e gravou o Imyra, Tayra, Ipy - Taiguara com Hermeto Paschoal, participação de músicos como Wagner Tiso, Toninho Horta, Nivaldo Ornelas, Jacques Morelenbaum, Novelli, Zé Eduardo Nazário, Ubirajara Silva e uma orquestra sinfônica de 80 músicos. O espetáculo de lançamento do disco foi cancelado e todas as cópias foram recolhidas pela ditadura militar em poucos dias. Em seguida, Taiguara partiu para um segundo auto-exílio que o levaria à África e à Europa por vários anos"
Espero que essa raça de ditadores energúmenos nunca mais volte. O disco é maravilhoso.
Obrigado pela postagem
Dado

Trebor disse...

Ooooh, another great Brazilian release that passed me by…

I really should have bought this on CD, back in the day, but it didn’t connect with me at the time.

Listening it to now, I can really appreciate it for what it is. While it’s still early days for me to dissect it, I can detect some Hareton Salvanini influences, especially in the first half.

‘Primeira Bacteria’ is the only track that feels out of place but I’m slowly getting use to its inclusion.

Many thanks for updating this rip!

Hugs,


Trebor

Homem Traça disse...

Olá, Trebor!

Para mim esse LP é uma obra prima do Taiguara. De fato há semelhanças sonoras com Salvanini, mas em geral, a obra de Taiguara se distingue positivamente pela sintonia poética com a realidade enfrentada pelo povo trabalhador naqueles anos de ditadura militar. As letras, arranjos e melodias desse LP mantêm uma linha coerente, traduzindo as angústias, as injustiças e a esperança pela libertação da nação semicolonial. A faixa "Primeira Bateria" é um exemplo de expectativa de superação, no sentido de beber as amarguras e desaguar na alegria libertadora. Não é por acaso que esse LP passou tantos anos censurado por aqui, mesmo depois do fim da ditadura militar.

Alegra-me saber que o nosso humilde blog contribui para divulgar a nossa música e recuperar o que não conseguimos adquirir ou conhecer em tempo.

Grande abraço!

Trebor disse...

You are absolutely correct. Yes, the similarities lie in the sonics or music arrangements but, beyond that, this album is a very different beast.

Unfortunately, my Portuguese is non-existent but thank you for telling me more about the circumstances surrounding this album and the political climate at the time.

Definitely his masterpiece!