quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Fogo sobre terra - 1974 - VA

 

1 - As cores de abril
Vinícius de Moraes - Toquinho
Intérpretes: Vinícius de Moraes - Toquinho
2 - A sanha do lavrador
Helvécio - J. Jorge
Intérprete: Ruy Maurity
3 - Uma rosa em minha mão
Vinícius de Moraes - Toquinho
Intérprete: Marília Barbosa
4 - Calmaria e vendaval
Vinícius de Moraes - Toquinho
Intérprete: Djavan
5 - Pele de couro
Ruy Maurity - J. Jorge
Intérprete: Ruy Maurity
6 - Fogo sobre terra
Vinícius de Moraes - Toquinho
Intérprete: Coral Som Livre
7 - Com licença, moço
Ruy Maurity - J. Jorge
Intérprete: Ruy Maurity
8 - Divinéia
Adauto Santos - Getúlio Oliveira - Léo Karan
Intérprete: Eustáquio Sena 
9 - Planta baixa
Vinícius de Moraes - Toquinho
Intérprete: Betinho
10 - Ai, quem me dera
Vinícius de Moraes
Intérprete: Toquinho
11 - O verde é maravilha
Ruy Maurity - J. Jorge
Intérprete: Ruy Maurity
12 - Passarinhada
Ruy Maurity - J. Jorge
Intérprete: Ruy Maurity
13 - Fogo sobre terra
Vinícius de Moraes - Toquinho
Intérpretes: Quarteto em Cy e MPB 4

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Trilha sonora de uma novela da Rede de TV Globo, ainda em processo de disputa pela hegemonia que se consolidou posteriormente, naquele período um franco aparelho ideológico da ditadura civil militar, eis aqui uma play list (como se diz hoje) curiosa, sob a direção musical de Eustáquio Sena e João Melo. Curiosa por quê? Primeiro motivo: pela majoritariedade das composições serem de autoria da dupla Toquinho e Vinícius. Segundo: pela versão da famosa canção de Toquinho, de nome "Aquarela", aparecer aqui com outra letra e nome, "Uma rosa em minha mão". Terceiro: por trazer uma faixa instrumental, interpretada por Toquinho e de autoria exclusiva de Vinícius, mais notabilizado por sua poesia e letras. Quarto: por pelo registro estreante de Djavan.

Infelizmente, LPs desse tipo não traziam mais informações sobre as faixas, tais como os músicos que participaram das gravações e arranjos. De todo modo, trata-se de uma trilha de muita qualidade, sobretudo quando comparamos às das novelas da atualidade.

O Homem Traça diz: ROAM!


Calmaria e vendaval


4 comentários:

Iluvatar - de Chiador-MG disse...

Infelizmente, o título e a capa desta maravilhosa trilha sonora nos remete ao atual momento vivido pela Amazônia, com queimadas sem precedentes (Manaus está uma fumaceira intensa - estive lá na semana passada). Os palpiteiros de plantão (Greta, DiCaprio e muitos outros)não sei porquê sumiram das notícias).

Iluvatar

Homem Traça disse...

Pois é, de fato também pode ser uma negativa referência à atualidade. Quanto aos "desaparecimentos", penso que os algorítmicos e a imprensa monopolista dá foco ao que interessa ao mercado financeiro. Nem sempre se dá a evidência necessária a pautas como soberania nacional e a depredação das condições de vida da população e do meio ambiente. Em muitos casos, noticiam-se apenas casos irreversíveis, como os assassinatos de Dom Phillipis e Bruno Pereira.

Trebor disse...

Wow, what a great find! Many thanks for this.

It’s a great soundtrack album from start to finish, with some lovely gems, including a rare Djavan recording.

It’s strange that there are quite a few Ruy Maurity tracks on here but, luckily for me, they’ve been lifted from, IMHO, his two best studio albums (‘Em Busca Do Ouro’ and ‘Safra/74’).

So, was this soap opera very popular in Brazil?

Hugs,


Trebor

Homem Traça disse...

Olá, caro Trebor. Fico feliz que tenha gostado dessa coletânea. De fato, há muitas pérolas. O Ruy Maurity contribuiu também em outras trilhas. Nesse período, havia certo destaque para composições com temáticas rurais e regionais.

Não sei te dizer, ao certo, se essa novela foi um grande sucesso. O que consta é que a TV Globo já estava entre as três com maior audiência no Brasil e que, embora fosse um baluarte de sustentação ideológica da ditadura militar, o setor de dramaturgia dessa emissora não foi poupado da censura. "Fogo sobre terra" foi um exemplo extremo, sofreu muita interferência dos censores por conta do conflito que retratara entre a resistência do povo que sofreria com a inundação de uma barragem e a "modernidade" defendida pelo estado e setores privados da sociedade. Desconfio que a falência do "milagre econômico" e as primeiras derrotas políticas da ditadura no período abriram espaço para os produtores dessa novela ousarem.