sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

Sacco e Vanzetti - 1981 - Ennio Morricone e Joan Baez


 
1 - Speranze di libertà
Ennio Morricone
2 - La ballata di Sacco e Vanzetti (I Parte)
Joan Baez - Ennio Morricone
3 - Nel carcere
 Ennio Morricone
4 - La ballata di Sacco e Vanzetti (II Parte)
Joan Baez - Ennio Morricone
5 - Sacco e il figlio
 Ennio Morricone
6 - La ballata di Sacco e Vanzetti (III Parte)
Joan Baez - Ennio Morricone
7 - Libertà nella speranza
Ennio Morricone 
8 - E dover morire
 Ennio Morricone
9 - La sedia elettrica
 Ennio Morricone
10 - Here's to you
Joan Baez - Ennio Morricone
 
Bônus da edição em CD
11 - Speranze di libertà (Version 2)
Ennio Morricone 
12 - Nel carcere (Version 2) 
Ennio Morricone
13 - Sacco e il figlio (Version 2)
Ennio Morricone 
14 - Libertà nella speranza (Version 2)
Ennio Morricone 

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Para quem assistiu ou não ao filme Sacco e Vanzetti, essa trilha segue emocionante. Reproduzo o texto presente na contracapa do LP, escrito por Rubens Ewald Filho, quem traz muita informação, mas no contexto brasileiro de 1981, ainda falha sobre Sacco e Vanzetti. Saliento, que faltou dizer que Sacco e Vanzetti foram assassinados pela "justiça" estadunidense. Tendo em vista que foram condenados mesmo depois que outro homem admitiu a autoria dos crimes, essa execução está nos marcos da política reacionária e xenófoba que caracterizam a sociabilidade capitalista historicamente.
 
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"'Durante nove anos, os brasileiros não puderam ouvir a 'Ballad for Niccola and Sacco', especialmente composta pelo maestro Ennio Moricone para as cenas finais do filme 'Sacco e Vanzetti', que conta a saga dos anarquistas italianos Nicola Vanzetti e Bartolomeu Sacco. Em 1927, os dois foram condenados à morte nos Estados Unidos. Em 1971, o governo brasileiro promoveu uma punição póstuma: proibiu a exibição do filme e a execução da música, cantada por Joan Baez. Agora, a música de Morricone tem sido ouvida em milhões de lares brasileiros e sob o patrocínio do governo federal. Ela serve de fundo para um filme, diariamente transmitido por todos os canais de televisão, que exalta as façanhas do Correio Aéreo Nacional e lembra as comemorações do seu 39º aniversário, marcadas para esta quinta-feira'.
 
Foi assim na sua edição de 11 de junho de 1980, com o título de 'Agora Pode' que a revista  'Veja' comentou mais um episódio da saga de 'Sacco e Vanzetti' no Brasil. Relançado finalmente em 1980, com a abertura da censura, pode-se discutir livremente o drama que comove o mundo há mais de 50 anos. Dramas teatrais, filmes e até séries para a televisão já foram feitos sobre a dolorosa história dos dois emigrantes italianos, vítimas da discriminação racial e política.

Mas dentre todas as tentativas de reabilitar Sacco e Vanzetti e reabrir o seu caso, nenhuma foi mais contundente do que este filme de Giuliano Montaldo. Este diretor italiano (nascido em 1924), engajado na esquerda, tem uma carreira que inclui também fitas policiais (uma delas 'A Qualquer Preço', de 67 com Janet Leigh e Edward G. Robinson, rodada no Rio de Janeiro), mas principalmente dramas sobre temas polêmicos com a guerra ('Deus Está Conosco', 1969), a inquisição ('Giordano Brunos', 1973) e a política ('L 'Agneses va a Morire', 1975).

A trilha musical que Ennio Morricone compôs para o filme é considerada um de seus melhores trabalhos. Momentos de grande emoção, como aquele em que Sacco se encontra com a mulher e o filho na prisão, se alternam com momentos de muita tensão, como o do processo, ou a momentos fortemente dramáticos, como a última sequência do filme. A música, enfim, registra com muita eficácia a tese do diretor da revolta social como um componente anárquico enquadrado num particular momento histórico. Isto tudo é expresso com muita força principalmente nos trechos em que canta Joan Baez, que também é autora de certas passagens na letra de 'Ballata di Sacco e Vanzetti', que foi baseada nas cartas escritas no cárcere por Bartolomeu Vanzetti.

Ennio Morricone nasceu em Roma, em 1928, frequentou o conservatório de Santa Cecília e diplomou-se em composição e instrumentação para banda e música coral. Músico dos mais preparados e compositor de talento, escreveu música sinfônica e de câmara, mas sua atividade se desenvolve sobretudo no campo cinematográfico. Compôs música para mais de duzentas trilhas sonoras, colaborando com os mais famosos diretores: de Bolognini a Pontecorvo, de Petri a Montaldo, de Pasolini a Patroni Griffi.

A música de Morricone se distingue pela originalidade dos temas e pela moderna instrumentação, capaz de produzir melodias inéditas e provocantes. Principalmente esta segunda característica o qualifica para compor músicas que se baseiam em crônicas e em personagens do nosso tempo. Para exemplificar esta capacidade basta citar alguns filmes em que colaborou: 'Investigação de um Cidadão acima de qualquer Suspeita', 'A Batalha da Argélia', 'O Atentado', 'A Classe Operária vai ao Paraíso' e, naturalmente, 'Sacco e Vanzetti'.

A voz de Joan Baez, de timbre inconfundível, tem sido definida como uma maravilha de espontânea pureza". Nasceu em Nova York, em 1941, de mãe escocesa e pai mexicano e é unanimemente considerada a melhor cantora folk americana. Sua estreia aconteceu de maneira retumbante no 'Primeiro Festival de Música Folk' de Newport, em 1959. Desde então, Joan Baez esteve na crista da onda. Não somente por sua atividade artística, mas também pela intensa participação política e social.
 
Em 1962, realizou três turnês no sul dos Estados Unidos se opondo à todas as formas do discriminação. Ela mesma, filha de imigrantes, não foi bem tratada nos anos em que viveu na Califórnia; em 1964 participou de uma batalha muito dura contra as autoridades americanas, pois não queria pagar ao taxas que financiavam a Guerra do Vietnã; em 1967, durante uma manifestação pacifista foi presa junto com a mãe e uma irmã, e acabou ficando dez dias na cadeia. Depois destes e outros numerosos atos que caracterizaram sua vida e sua luta, Joan Baez se tornou símbolo nacional do protesto.

De tudo que foi dito é fácil imaginar como Baez se entusiasmou em colaborar com Ennio Morricone na elaboração da trilha sonora do filme 'Sacco e Vanzetti'."
 
O Homem Traça diz: ROAM!


La ballata di Sacco e Vanzetti


quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Workingman's Dead - 1970 - Grateful Dead

 
 
1 - Uncle John's Band
Jerry Garcia - Robert Hunter
2 - High Time
Jerry Garcia - Robert Hunter
3 - Dire Wolf
Jerry Garcia - Robert Hunter
4 - New Speedway Boogie
Jerry Garcia - Robert Hunter
5 - Cumberland Blues
Jerry Garcia - Robert Hunter - Phil Lesh
6 - Black Peter
Jerry Garcia - Robert Hunter
7 - Easy Wind
Robert Hunter
8 - Casey Jones
Jerry Garcia - Robert Hunter
 
Músicos
Jerry Garcia -Bob Weir - Mickey Hart - Bill Kreutzmann - Phil Lesh - Ron "Pigpen" McKernan

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O Grateful Dead é uma das bandas mais destacadas no auge da movimentação hippie, criada em 1965, tinha, em seus primeiros anos a fama de jam banda, por conta da disposição experimental com seu som psicodélico. O nome da banda vem de um conto folclórico inglês sobre um viajante que encontra um cadáver em decomposição em um vilarejo.

O LP dessa postagem é o marco de uma guinada na carreira da banda. Trata-se de uma volta às origens folk e country, retomando a sonoridade acústica e a harmonização vocal, algo muito próximo do que Crosby, Stills, Nash & Young faziam à época. As letras de Robert Hunter refletem dilemas da juventude da época, enfrentando a reação conservadora frente ao sonho de paz, amor e liberdade ora solapado por perseguições, prisões e mortes. A canção Casey Jones reflete o choque com a realidade enquanto o "trem" avança inexorável.

O Homem Traça diz: ROAM!


Uncle John's Band


quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

Tesouros da terra - 1999 - Deo Lopes

 
 
1 - Tesouros da Terra
Celio Piazza - Deo Lopes
2 - Certos caminhos 
Celio Piazza - Deo Lopes
3 - O raio rubi
Toninho Veríssimo - Deo Lopes
4 - Pacífica
Celio Piazza - Deo Lopes
5 - Voarás
Paulinho Pedrazul
6 - Boca de Minas
Ronaldo Coelho - Deo Lopes
7 - Respire fundo
Walter Franco
8 - Ponto cruz
Dercio Marques - Gildes Bezerra
9 - Voar
Toninho Veríssimo - Deo Lopes
10 - Dia de festa
Irene Portela
11 - Nos olhos da serra
Teco - Fuchs - Eclis Damaceno
12 - Eterno menino
Célio Piazza - Deo Lopes
13 - Oficina
Deo Lopes
14 - Sabiá
Silene Araújo - Olívio Araújo
15 - Canção para Porto Seguro
Deo Lopes
16 - Tríade 
Uiles Wagner - Gildes Bezerra
17 - Beija flor 
Ronaldo Rayol - Deo Lopes
18 - Chorada 
Gereba - Patinhas
19 - Bicho branco 
Deo Lopes - Eduardo Franco
20 - Aquela estrela
Deo Lopes
 
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Aqui temos uma coletânea de Deo Lopes, lançada em CD, compilando os quatro primeiros LPs de sua carreira.
 
O Homem Traça diz: ROAM


Voarás


terça-feira, 28 de janeiro de 2025

Por Pouco - 2000 - Mundo Livre S/A

1  - O mistério do samba
Fred Zero Quatro - Marcelo Pianinho
2 - Concorra a um carro
Xef Tony - Fred Zero Quatro - Goró
3 - Por pouco
Fred Zero Quatro - Goró - Marcelo Pianinho
4 - Mexe mexe
Jorge Benjor
5 - Melô das musas (Musa da Ilha Grande)
Fred Zero Quatro
6 - Treme-treme (Shakin' all over)
Fred Zero Quatro - Johnny Kidd
7 - Meu esquema
Fred Zero Quatro
8 - Super Homem Plus
Fred Zero Quatro
9 - Ligação direta
Bactéria - Xef Tony - Fred Zero Quatro - Goró
10 -  Lourinha Americana
Mestre Laurentino
11 - 6:30 Am, Um Abraço!
Tom Zé
12 - Batedores (Resistindo ao Arrastão Global)
Bactéria - Xef Tony - Fred Zero Quatro - Goró - Marcelo Pianinho
13 - Minha Galera
Manu Chao
14 - Garota de Ipanema
Tom Jobim - Vinicius de Moraes

Músicos
Mundo Livre S/A
Bactéria Maresia - Chef Tony - Fred Zero Quatro - Fabio Regalia - Marcelo Pianinho
 
Participações
Maestro Tiquinho - Bid - Cassiano - Helder Vasconcelos - Mazinho - Mauricio Alves - Siba - Eder "O Rocha" - Swami Jr. - Joey Altruda - Comadre Fulözinha - Jorge Du Peixe - Otto - Valmir Gil - Reginaldo Gomes - Simone Soul - James Müller - Bocato - Nahor Gomes - Fernanda Lima

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Mundo Livre S/A é um grupo brasileiro surgido em 1984, no processo que deu origem ao Movimento Mangue, em Recife (PE). Fred Zero Quatro, vocalista da banda, foi o autor do manifesto que marcou o início do Manguebeat, juntamente com Renato L. e Chico Science. 
 
Esse é o quarto álbum do Mundo Livre S/A, como sempre, trazendo a sua marca crítica, sarcástica e criativa, transitando entre a tradição da música brasileira e a inovação. As letras desse álbum, dada a atualidade, fazem-nos questionar se não estaríamos, historicamente, rodando em círculos.

O Homem Traça diz: ROAM!
 

Super Homem Plus


segunda-feira, 27 de janeiro de 2025

Radio Bemba Sound System - 2002 - Manu Chao

 
1 - Intro
2 - Bienvenida a Tijuana
François Meslouhi
3 - Machine Gun
La Mano Negra
4 - Por donde saldra el sol?
Manu Chao
5 - Peligro
La Mano Negra - Manu Chao
6 - Welcome to Tijuana
François Meslouhi
7 - El viento
8 - Casa Babylon
La Mano Negra
9 - Por el suelo
Manu Chao
10 - Blood and Fire
Georges Boswell
11 - EZLN... Para Tod@s Todo
Manu Chao
12 - Mr. Bobby
Manu Chao
13 - Bongo Bong
Manu Chao
14 - Radio Bemba
Manu Chao
15 - Que paso que paso
Manu Chao
16 - Pinocchio (Viaggio in groppa al tonno)
Fiorenzo Carpi
17 - Cahi en la Trampa
Fiorenzo Carpi
18 - Clandestino
Manu Chao
19 - Rumba de Barcelona
Manu Chao
20 - La despedida
Manu Chao
21 - Mala vida
22 - Radio Bemba 
23 - Que paso que paso
24 - Pinocchio (Viaggio In Groppa Al Tonno)
Fiorenzo Carpi
25 - La Primavera
Manu Chao
26 - The monkey
La Mano Negra
27 - King Kong Five
La Mano Negra
28 - Minha galera
Manu Chao
29 - Promiscuity
Manu Chao
 
Músicos
Manu Chao - Madjid Fahem - Jean Michel Dercourt aka Gambeat - David Bourguignon - Gerard Casajus Gaita - Julio García Lobos - Bidji (Lyricson) - Roy Paci - Gianny Salazar Camacho - B-Roy
 
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Manu Chao, nascido José Manuel Tomás Arturo Chao Ortega em, 1961, é um músico espanhol nascido na França. Ele canta em diversos idiomas além do espanhol. Chao começou sua carreira musical em Paris, tocando nas ruas pautado pela diversidade musical. Foi fundador da banda Mano Negra, em 1987. Desde 1995, trabalha a sua carreira solo.
 
Este é um CD gravado de shows realizados em 2001, embora contenha um repertório já conhecido do período no Mano Negra,  Radio Bemba Sound System tem arranjos mais calcados pelo reggae, ska e rock. Radio Bemba Sound System também é o nome da banda de apoio de Manu Chao, batizada em homenagem ao sistema de comunicação usado na Sierra Maestra pelos rebeldes liderados por Castro e Guevara na Revolução Cubana. Trata-se de uma festa internacionalista para os "clandestinos" de todo o mundo.
 
O  Homem Traça diz: ROAM!


Clandestino


domingo, 26 de janeiro de 2025

Slave Mass - 1977 - Hermeto Pascoal

 

1 - Tacho (Mixing pot)
2 - Missa dos Escravos (Slaves Mass)
3 - Aquela valsa (That waltz)
4 - Cannon (Dedicated to Cannonball Adderley)
5 - Chorinho pra ele  (Little cry for him)
6 - Escuta meu piano (Just listen)
7 - Geleia de cereja (Cherry jam)
 
Bônus do CD
8 - Campo aberto (Open field)
9 - Pica Pau (Take 1)
10 - Star Trap (Part 2)

Músicos
Airto Moreira - Hermeto Pascoal - Hugo Fattoruso - Laudir de Oliveira - Raul de Souza - Ron Carter - David Amaro - Flora Purim - Alphonso Johnson - Chester Thompson
 
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Terceiro álbum solo de Hermeto, um dos que mais gosto. Os adjetivos sublime e provocador ainda são pouco para definir esse LP. Na dúvida, chame "zabelê pra poder te conhecer".

O Homem Traça diz: ROAM!


Tacho


sábado, 11 de janeiro de 2025

Eu queria ser um anjo - 1975 - Luiza Maria

 
1 - Na casca do ovo
Luiza Maria - Paulo Coelho - Rick Ferreira
2 - Maya
Luiza Maria
3 - Tão quente
Luiza Maria
4 - O príncipe valente
Paulo Coelho - Raul Seixas
5 - No fundo do poço
Marcio Werneck - Rick Ferreira
6 - Não corra atrás do sol
Luiza Maria
7 - O Anjo
Luiza Maria
8 - Miro giro
Luiza Maria
9 - Eu sou você
Eveline - Luiza Maria - Marcio Werneck - Rick Ferreira
10 - Universo e fantasia
Luiza Maria

Músicos
Luiza Maria - Rick Ferreira - Arnaldo Baptista - Peninha - Chico Batera - Antonio Adolfo - Sérgio Dias - Jim Capaldi - Fernando Gama - Rui Motta - Lulu Santos - Luís Paulo - Miguel Cidras - Formiga - Genaldo Medeiros Maurílio - Moacir Santos - Dadi - Gustavo Schroeter - Peninha - Mu - José Roberto Bertrami - Alexandre - Paulinho Oliveira - Pedrinho
 
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Esse é um LP raríssimo e, em consequência, caro até demais. Na rede há pouca informação sobre a cantora. Entre esse álbum e aparições em trilhas de novelas e cinema e o lançamento de um CD de 1993 (Tarântula), há um hiato brutal. Luiza Maria Camargo Xavier, ou Luiza Xavier, ou Luiza Maria é carioca, cantora, compositora e poetisa. Para além da parca produção musical disponível, há a edição de livros de poesias e contos como "Save As" (2002), "Caldas em compotas" (2014) e "Quase música" (2020).

Luiza Maria assina sozinha seis das dez faixas, além de duas parcerias. Chama atenção a voz potente, rouca e grave, transitando entre o blues, o rock e o folk. Mais curioso ainda é a composição da equipe, com músicos que fizeram (fazem) a história do rock/pop, passando por bandas como Mutantes (da fase Sérgio Dias), Vímana, A Bolha, Veludo Elétrico, Módulo 1000, Som Nosso de Cada Dia, A cor do som e, até mesmo Jim Capaldi, que fizera parte do Traffic. Representantes parrudos da música brasileira também abrilhantam a produção, como Chico Batera, Antonio Adolfo e Moacir Santos. Destaque-se a faixa O príncipe valente, uma composição, até então, inédita de Paulo Coelho e Raul Seixas, e a curiosa canção "O Anjo", cuja instrumentação lembra "Viajei de trem", do saudoso Sérgio Sampaio. 

Considerando que 1975 foi o ano do estouro do "Fruto Proibido", de Rita Lee, o que esperava a gravadora com a super produção de "Eu queria ser um anjo"? Eis uma questão para os estudiosos.

O Homem Traça diz: ROAM!
 

Maya


sexta-feira, 10 de janeiro de 2025

Quando a sorte te solta um cisne na noite - 1982 - Marco Antônio Araújo

 

1 - Floydiana
Marco Antônio Araújo
2 - Alegria
Marco Antônio Araújo
3 - Adágio
Marco Antônio Araújo
4 - Quando a sorte te solta um cisne na noite
Marco Antônio Araújo
5 - Pop music
Marco Antônio Araújo

Faixas da Edição em CD
6 - Ilustrações
Marco Antônio Araújo
7 - Cavaleiro - Trilha do Balé Cantares
Marco Antônio Araújo
8 - Sonata para Cello e Violão
Marco Antônio Araújo
 
Músicos
Marco Antônio Araújo - Mário Castelo - Ivan Corrêa - Alexandre Araújo - Antônio Maria Pompeu Viola - Max Magalhães - Eduardo Delgado - Oiliam Lana

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Esse é o segundo álbum de Marco Antônio Araújo. Obviamente, as referências à banda Pink Floyd são literais em algumas faixas. Mas não é algo que diminua a produção desse grande músico, falecido tão precocemente. O diálogo entre o rock progressivo e a música erudita com sotaque mineiro garante a marca de originalidade de Araújo. Essa postagem contém as faixas do LP (com a ordem original), além dos bônus da edição em CD. Conforme atesta Paulo Roberto de Andrade, autor da biografia “Marco Antônio Araújo – Entre a música e o silêncio”, lançada em agosto de 2023, ainda há muitas peças inéditas, em número suficiente para três álbuns. Oxalá, em breve, sejam disponibilizadas para a nossa alegria.
 
O Homem Traça diz: ROAM!


Quando a sorte te solta um cisne na noite


quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Infância - 1990 - Egberto Gismonti

Postagem original: 27/10/2013


01 - Ensaio de escola de samba
02 - 7 anéis
03 - Meninas
04 - Infância
05 - A fala da paixão
06 - Recife e O amor que move o sol e outras estrelas
07 - Dança n 1
08 - Dança n 2

Músicos 
Egberto Gismonti - Zeca Assumpção - Jaques Morelenbaum - Nando Carneiro

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Esse disco é marcado por ideias da infância, é quase um álbum de memórias das sensações, das euforias, dos medos e das descobertas, embalado por um conjunto com notórios e competentes músicos.

O Homem Traça diz: ROAM!

   

Meninas

quarta-feira, 8 de janeiro de 2025

Saudades - 1979 - Naná Vasconcelos

 

1 - O berimbau
Naná Vasconcelos
2 - Vozes (Saudade)
Naná Vasconcelos 
3 - Ondas (Na óhlos de Petronila)
Naná Vasconcelos 
4 - Cego Aderaldo
Egberto Gismonti
5 - Dado
Naná Vasconcelos
 
Músicos
Naná Vasconcelos - Egberto Gismonti - Orquestra Sinfônica de Rádio de Stuttgart - Mladen Gutesha

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Quarto álbum de Naná Vasconcelos, nesse registro figura o mestre da percussão solando majestosamente com o seu berimbau, a percussão fina e vocais intrincados ao lado de orquestra e de Gismonti. 

O Homem Traça diz: ROAM!

   

Cego Aderaldo

terça-feira, 7 de janeiro de 2025

A todo vapor - 1971 - Gal Costa

1 - Dê um rolê
Luis Galvão - Moraes Moreira
2 - Pérola negra
Luiz Melodia
3 - Mal secreto
Jards Macalé - Waly Salomão
4 -  Como 2 e 2
Caetano Veloso
5 - Hotel das estrelas
Duda Machado - Jards Macalé
6 - Assum preto
Humberto Teixeira - Luiz Gonzaga
7 - Bota a mão nas cadeiras
Folclore Baiano
8 - Maria Bethânia
Caetano Veloso
9 - Não se esqueça de mim
Caetano Veloso
10 - Luz do sol
Carlos Pinto - Waly Salomão
11 - Fruta gogóia
Folclore Baiano
12 - Charles, Anjo 45
Jorge Ben
13 - Como 2 e 2
Caetano Veloso
14 - Coração vagabundo
Caetano Veloso
15 - Falsa baiana
Geraldo Pereira
16 - Antonico
Ismael Silva
17 - Sua estupidez
Roberto Carlos - Erasmo Carlos
18 - Fruta gogóia
Folclore Baiano
19 - Vapor barato
Jards Macalé - Waly Salomão

Músicos
Gal Costa - Lanny Gordin - Jorginho - Novelli - Baixinho 

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Sexto LP dessa grande intérprete da música brasileira, registra o show que é um marco em sua carreira, integrando uma postura roqueira e a tradição popular. Lanny assina a direção musical dessa performance histórica. O álbum foi relançado em CD, em 1993, e ganhou nova evidência ao ter a faixa "Vapor barato" na trilha sonora do filme "Terra estrangeira", dirigido por Walter Salles (1995). Aliás, as trilhas sonoras têm esse grato poder de chacoalhar o baú e reacender o poder de canções solapadas pelo tempo. Penso que o mesmo ocorrerá com “É preciso dar um jeito, meu amigo”, composta em 1971 por Roberto e Erasmo Carlos, gravada pelo Tremendão, ao ser retomada na trilha sonora de "Ainda estou aqui", outro sucesso de Walter Salles. Curiosamente, a ordem das faixas na reedição em CD foi invertida, aqui mantemos a ordem do LP.
 
O Homem Traça diz: ROAM!
 
   

Vapor barato

segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Metá Metá - 2011

 

1 - Vale do Jucá
Siba Veloso
2 - Umbigada
Lincoln Antonio
3 - Papel sulfite
Jonathan Silva
4 - Trovoa
Maurício Pereira
5 - Samuel
Kiko Dinucci - Rodrigo Campos
6 - Vias de fato
Douglas Germano - Edu Batata - Kiko Dinucci
7 - Oranian
Douglas Germano - Kiko Dinucci
8 - Obá Iná
Douglas Germano
9 - Obatalá
Kiko Dinucci
 
Faixa presente apenas no lançamento original pela web
10 - Ora iê iê o
D.P. / Kiko Dinucci - Thiago França - Juçara Marçal
 
Participação
Rodrigo Campos - Sérgio Machado - Samba Sam
 
Músicos
Kiko Dinucci - Thiago França - Juçara Marçal
 
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Esse é o primeiro álbum do trio Metá Metá, que reuniu o que havia surgido de melhor na cena musical paulista dos anos 2000. Um ponto de partida com parceiros diversos, que já apontava a marca inventiva calcada nas raízes afrobrasileiras, no jazz e na experimentação (como o sax de Thiago França, que tanto cumpre uma função percussiva, introduz contrapontos e efeitos para a performance brilhante de Juçara Marçal nos vocais). Originalmente foi lançado em 2011 pela web, depois ganhou versão em LP.
 
O Homem Traça diz: ROAM!

   

Trovoa

domingo, 5 de janeiro de 2025

Nunca fomos tão brasileiros - 1987 - Plebe Rude

  
 
1 - Bravo mundo novo
André X - Philippe Seabra
2 -  Nova era techno
Plebe Rude
3 - 48
Plebe Rude
4 - Não tema
Plebe Rude
5 - Censura
André X - Philippe Seabra
6 - Nada
André X - Gutje - Jander Bilaphra
7 -  Nunca fomos tão brasileiros
Plebe Rude
8 - A ida
Philippe Seabra
9 -  Consumo
Plebe Rude
10 - Códigos
André X - Philippe Seabra
11 - Mentiras por enquanto
Plebe Rude
 
Músicos
André X - Philippe Seabra - Gutje - Jander Bilaphra

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O grupo Plebe Rude se originou em 1981, influenciado pela punk rock na cena de Brasília, em um momento de desgaste da ditadura civil/militar, o que não impedia que a repressão e a censura atuassem brutalmente (vide a prisão da banda após a apresentação no festival de rock de 1982, ocorrido em Patos/MG). 
 
Esse é o segundo LP da Plebe, traz uma produção mais sofisticada, sob a influência do rock inglês da época. As letras sarcásticas, com ampla crítica social, questionam a prática social capitalista e os aparelhos ideológicos a serviço da reprodução da ordem baseada na exploração. Entre tantas faixas interessantes, destaco a de nome "48", uma crítica à jornada de trabalho semanal de então (algo muito atual, tendo em vista a luta pela abolição da jornada 6x1). E mesmo a faixa "Mentiras por enquanto", remete-nos à manipulação de informações, prática tão atual e aprofundada com as fábricas de notícias falsas que vogam por redes sociais.

O Homem Traça diz: ROAM!

   

48

sábado, 4 de janeiro de 2025

Porto da Madama - 2015 - Guinga

 
 
1 - Cine Baronesa 
Guinga - Aldir Blanc
com Maria João
2 - Lígia 
Tom Jobim
com Esperanza Spalding
3 - Boa noite, amor 
José Maria Abreu - Francisco Mattoso
com Maria Pia de Vito
4 - Se queres saber 
Peterpan
com Mônica Salmaso
5 - Passarinhadeira
Guinga - Paulo César Pinheiro
com Maria João
6 - Caprichos do Destino 
Pedro Caetano - Claudionor Cruz
com Maria Pia de Vito
7 - Ilusão real 
Guinga - José Miguel Wisnik
com Mônica Salmaso
8 - Contenda 
Guinga - Thiago Amud
com Maria João
9 - Noturna 
Guinga - Paulo César Pinheiro
com Maria Pia de Vito
10 - Porto da Madama 
Guinga) - com Mônica Salmaso
11 - Canção da noiva 
Dorival Caymmi
com Maria João
12 - Serenata do adeus 
Vinícius de Moraes
com Esperanza Spalding
13 - Dúvida 
Luiz Gonzaga - Domingos Ramos

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Porto da Madama é um bairro de São Gonçalo (RJ), o nome se deve a uma notória comerciante francesa que habitara a localidade. Guinga, alcunha de Carlos Althier de Sousa Lemos Escobar, carioca desde 1950, violonista e compositor, emprestou o nome desse bairro para o seu 15º álbum que, não por acaso, traz belas e competentes vozes femininas, de portos distintos do mundo (Brasil, EUA, Itália e Portugal), para acompanhar com seu magnífico violão. Por esse disco Guinga foi premiado como melhor arranjador na 27ª edição do Prêmio da Música Brasileira de 2016.
 
O Homem Traça diz: ROAM!
 
   

Porto da Madama

sexta-feira, 3 de janeiro de 2025

Africadeus - 1973 - Naná Vasconcelos, Nelson Ângelo, Novelli

Postagem original: 21/04/2013
 

1 - Africadeus
Naná Vasconcelos
2 - Aboios
Naná Vasconcelos
3 - Seleção de Folclore
Naná Vasconcelos
4 - No sul do Polo Norte
Nelson Angelo
5 - No norte Do Polo Sul
Nelson Angelo
6 - Aranda
Nelson Angelo - Ronaldo Bastos
7 - Toshiro
Novelli
8 - Baião do Acordar
Novelli
9 - Garimpo
Nelson Angelo
10 - Tiro Cruzado
Márcio Borges - Nelson Angelo
11 - Pinote
Naná Vasconcelos

Músicos
Naná Vasconcelos - Nelson Ângelo - Novelli

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Aqui temos a fusão de dois grandes LPs, gravados em 1973, editados em um CD, em 1992. As três primeiras faixas são do primeiro disco do Naná, Africadeus, as seguintes do LP do trio Naná Vasconcelos - Nelson Ângelo - Novelli.
 
Nessa época os três estavam envolvidos com a produção de Milton Nascimento. Naná e Novelli fizeram parte do Som Imaginário, uma banda que foi muito mais que banda de apoio (lançou três discos sob a liderança de Wagner Tiso). Naná tocou com muita gente, dentro e fora do Brasil, inclusive com Geraldo Vandré no show Caminhando, em 1968 (proibido pela censura).

Esses registros dos dois LPs dão conta de uma produção experimental, dialogando com a tradição da percussão colada ao canto típico das manifestações populares que formaram Naná. A faixa "Seleção de Folclore" é uma grata demonstração de que a tradição e a experimentação estão de mãos dadas, ao mesmo tempo a "modernagem se emparelha" na canção "Tiro Cruzado": eis o violão sincopado e o órgão com clima progressivo de Nelson, embalado pela vibração do baixo de Novelli.

O Homem Traça diz: ROAM!

   

Tiro Cruzado

quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Vera Figueiredo - 1990

 
 
1  - Julinho
Vera Figueiredo
2  - Jamaica
Bruce Scott
3  - Eco
Vera Figueiredo
4  - Tudo bem
5 - Merry Christmas, Mr. Lawrence
Ryuichi Sakamoto
6 - Batuque na casinha do Figão
Vera Figueiredo
7 - Araçá
Vera Figueiredo
8 - Rumba meu boi
Vera Figueiredo
9 - Paraíba
Luiz Gonzaga
10 - De Vera
Hermeto Pascoal
 
Músicos
Vera Figueiredo - Hermeto Pascoal - Gê Cortes - Itamar Collaço - Arismar Do Espírito Santo - Derico Sciotti - Alex Frontera - Silvia Goes - Ed Côrtes - Rubinho Chacal - Maurício de Souza - Valdir José Ferreira - Mônica Côrtes - Fernanda Pecchio - Roberto Queiróz - Sérgio Oliveira 
 
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Vera é paulistana, nascida em 1957, estudou entre 1975 e 1977 no CLAM, tendo aulas com Rubens Barsotti, baterista do Zimbo Trio. Hoje, sendo musicista, compositora, produtora e professora, é reconhecida baterista dentro e fora do Brasil. Este é o seu disco de estreia, pós grupo Kali. Realizado em um momento em que a música amargava a introdução estéril de baterias eletrônicas, Vera, na contramão, mostrava a que veio com o seu furor criativo. Curiosidades: além de arranjos e participação de Hermeto Pascoal, aqui também figura Derico, mais conhecido por participações em famoso programa televisivo, entre 1990 e 2016.

O Homem Traça diz: ROAM!

   

Julinho