1 - Speranze di libertà
Ennio Morricone
2 - La ballata di Sacco e Vanzetti (I Parte)
2 - La ballata di Sacco e Vanzetti (I Parte)
Joan Baez - Ennio Morricone
3 - Nel carcere
3 - Nel carcere
Ennio Morricone
4 - La ballata di Sacco e Vanzetti (II Parte)
4 - La ballata di Sacco e Vanzetti (II Parte)
Joan Baez - Ennio Morricone
5 - Sacco e il figlio
5 - Sacco e il figlio
Ennio Morricone
6 - La ballata di Sacco e Vanzetti (III Parte)
6 - La ballata di Sacco e Vanzetti (III Parte)
Joan Baez - Ennio Morricone
7 - Libertà nella speranza
7 - Libertà nella speranza
Ennio Morricone
8 - E dover morire
8 - E dover morire
Ennio Morricone
9 - La sedia elettrica
9 - La sedia elettrica
Ennio Morricone
10 - Here's to you
Joan Baez - Ennio Morricone
Bônus da edição em CD
11 - Speranze di libertà (Version 2)
Ennio Morricone
12 - Nel carcere (Version 2)
Ennio Morricone
13 - Sacco e il figlio (Version 2)
Ennio Morricone
14 - Libertà nella speranza (Version 2)
Ennio Morricone
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Para quem assistiu ou não ao filme Sacco e Vanzetti, essa trilha segue emocionante. Reproduzo o texto presente na contracapa do LP, escrito por Rubens Ewald Filho, quem traz muita informação, mas no contexto brasileiro de 1981, ainda falha sobre Sacco e Vanzetti. Saliento, que faltou dizer que Sacco e Vanzetti foram assassinados pela "justiça" estadunidense. Tendo em vista que foram condenados mesmo depois que outro homem admitiu a autoria dos crimes, essa execução está nos marcos da política reacionária e xenófoba que caracterizam a sociabilidade capitalista historicamente.
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"'Durante nove anos, os brasileiros não puderam ouvir a 'Ballad for Niccola and Sacco', especialmente composta pelo maestro Ennio Moricone para as cenas finais do filme 'Sacco e Vanzetti', que conta a saga dos anarquistas italianos Nicola Vanzetti e Bartolomeu Sacco. Em 1927, os dois foram condenados à morte nos Estados Unidos. Em 1971, o governo brasileiro promoveu uma punição póstuma: proibiu a exibição do filme e a execução da música, cantada por Joan Baez. Agora, a música de Morricone tem sido ouvida em milhões de lares brasileiros e sob o patrocínio do governo federal. Ela serve de fundo para um filme, diariamente transmitido por todos os canais de televisão, que exalta as façanhas do Correio Aéreo Nacional e lembra as comemorações do seu 39º aniversário, marcadas para esta quinta-feira'.
Foi assim na sua edição de 11 de junho de 1980, com o título de 'Agora Pode' que a revista 'Veja' comentou mais um episódio da saga de 'Sacco e Vanzetti' no Brasil. Relançado finalmente em 1980, com a abertura da censura, pode-se discutir livremente o drama que comove o mundo há mais de 50 anos. Dramas teatrais, filmes e até séries para a televisão já foram feitos sobre a dolorosa história dos dois emigrantes italianos, vítimas da discriminação racial e política.
Mas dentre todas as tentativas de reabilitar Sacco e Vanzetti e reabrir o seu caso, nenhuma foi mais contundente do que este filme de Giuliano Montaldo. Este diretor italiano (nascido em 1924), engajado na esquerda, tem uma carreira que inclui também fitas policiais (uma delas 'A Qualquer Preço', de 67 com Janet Leigh e Edward G. Robinson, rodada no Rio de Janeiro), mas principalmente dramas sobre temas polêmicos com a guerra ('Deus Está Conosco', 1969), a inquisição ('Giordano Brunos', 1973) e a política ('L 'Agneses va a Morire', 1975).
A trilha musical que Ennio Morricone compôs para o filme é considerada um de seus melhores trabalhos. Momentos de grande emoção, como aquele em que Sacco se encontra com a mulher e o filho na prisão, se alternam com momentos de muita tensão, como o do processo, ou a momentos fortemente dramáticos, como a última sequência do filme. A música, enfim, registra com muita eficácia a tese do diretor da revolta social como um componente anárquico enquadrado num particular momento histórico. Isto tudo é expresso com muita força principalmente nos trechos em que canta Joan Baez, que também é autora de certas passagens na letra de 'Ballata di Sacco e Vanzetti', que foi baseada nas cartas escritas no cárcere por Bartolomeu Vanzetti.
Ennio Morricone nasceu em Roma, em 1928, frequentou o conservatório de Santa Cecília e diplomou-se em composição e instrumentação para banda e música coral. Músico dos mais preparados e compositor de talento, escreveu música sinfônica e de câmara, mas sua atividade se desenvolve sobretudo no campo cinematográfico. Compôs música para mais de duzentas trilhas sonoras, colaborando com os mais famosos diretores: de Bolognini a Pontecorvo, de Petri a Montaldo, de Pasolini a Patroni Griffi.
A música de Morricone se distingue pela originalidade dos temas e pela moderna instrumentação, capaz de produzir melodias inéditas e provocantes. Principalmente esta segunda característica o qualifica para compor músicas que se baseiam em crônicas e em personagens do nosso tempo. Para exemplificar esta capacidade basta citar alguns filmes em que colaborou: 'Investigação de um Cidadão acima de qualquer Suspeita', 'A Batalha da Argélia', 'O Atentado', 'A Classe Operária vai ao Paraíso' e, naturalmente, 'Sacco e Vanzetti'.
A voz de Joan Baez, de timbre inconfundível, tem sido definida como uma maravilha de espontânea pureza". Nasceu em Nova York, em 1941, de mãe escocesa e pai mexicano e é unanimemente considerada a melhor cantora folk americana. Sua estreia aconteceu de maneira retumbante no 'Primeiro Festival de Música Folk' de Newport, em 1959. Desde então, Joan Baez esteve na crista da onda. Não somente por sua atividade artística, mas também pela intensa participação política e social.
Em 1962, realizou três turnês no sul dos Estados Unidos se opondo à todas as formas do discriminação. Ela mesma, filha de imigrantes, não foi bem tratada nos anos em que viveu na Califórnia; em 1964 participou de uma batalha muito dura contra as autoridades americanas, pois não queria pagar ao taxas que financiavam a Guerra do Vietnã; em 1967, durante uma manifestação pacifista foi presa junto com a mãe e uma irmã, e acabou ficando dez dias na cadeia. Depois destes e outros numerosos atos que caracterizaram sua vida e sua luta, Joan Baez se tornou símbolo nacional do protesto.
De tudo que foi dito é fácil imaginar como Baez se entusiasmou em colaborar com Ennio Morricone na elaboração da trilha sonora do filme 'Sacco e Vanzetti'."
O Homem Traça diz: ROAM!