León Gieco - Dino Saluzzi - Jorge Cumbo - Oski Amante - Nito Mestre - María Rosa Yorio - Charly García - Oscar Moro - Willy Campins - Alfredo Toth - Rodolfo Gorosito - Sergio Polizzi - Luis Borda
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León Gieco é um músico argentino, nascido em 1951. Tem influência da música popular tradicional argentina, do folk, dos Beatles e Rolling Stones. Como anuncia o título, esse é o quarto álbum de sua extensa trajetória musical, sendo a primeira gravação solo de 1973.
Esse LP é pleno de pérolas (inclusive ao vivo). Destaco a canção Solo le pido a Dios, sucesso imortalizado por Mercedes Sosa, sobretudo, mas também mundo a fora. Curiosamente, Gieco não queria gravar essa canção por achá-la monótona. Ainda bem que seguiu o conselho de Charly García.
1 - Gente humilde 2 - Gracioso 3 - Um rosto de mulher 4 - Sinal dos tempos 5 - Meditação 6 - Tristezas de um violão 7 - Enigma 8 - Choro triste nº 2 9 - Esperança 10 - Lamentos do morro 11 - Naqueles velhos tempos
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Bellinati é um violonista e compositor brasileiro, paulistano, nascido em 1950. Estudou música no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo e no Conservatório de Genebra. Notabilizou-se como membro do fabuloso grupo Pau Brasil, atuou ao lado de nomes como Edu Lobo, Chico Buarque, Johnny Alf e Hermeto Pascoal.
Aqui temos um um registro icônico com peças de Garoto, sem data de lançamento e financiado por fabricantes de automóveis. Há também o mesmo repertório gravado e com faixas editadas na mesma ordem, pelo saudoso selo Marcus Pereira, datado de 1986. Não sabemos quem veio primeiro, adotamos arbitrariamente o ano da postagem. O encontro de Bellinati com Garoto é, como escreve Irati Antonio no encarte, genial!
Ennio Morricone 2 - La ballata di Sacco e Vanzetti (I Parte)
Joan Baez - Ennio Morricone 3 - Nel carcere
Ennio Morricone 4 - La ballata di Sacco e Vanzetti (II Parte)
Joan Baez - Ennio Morricone 5 - Sacco e il figlio
Ennio Morricone 6 - La ballata di Sacco e Vanzetti (III Parte)
Joan Baez - Ennio Morricone 7 - Libertà nella speranza
Ennio Morricone 8 - E dover morire
Ennio Morricone 9 - La sedia elettrica
Ennio Morricone
10 - Here's to you
Joan Baez - Ennio Morricone
Bônus da edição em CD
11 - Speranze di libertà (Version 2)
Ennio Morricone
12 - Nel carcere (Version 2)
Ennio Morricone
13 - Sacco e il figlio (Version 2)
Ennio Morricone
14 - Libertà nella speranza (Version 2)
Ennio Morricone
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Para quem assistiu ou não ao filme Sacco e Vanzetti, essa trilha segue emocionante. Reproduzo o texto presente na contracapa do LP, escrito por Rubens Ewald Filho, quem traz muita informação, mas no contexto brasileiro de 1981, ainda falha sobre Sacco e Vanzetti. Saliento, que faltou dizer que Sacco e Vanzetti foram assassinados pela "justiça" estadunidense. Tendo em vista que foram condenados mesmo depois que outro homem admitiu a autoria dos crimes, essa execução está nos marcos da política reacionária e xenófoba que caracterizam a sociabilidade capitalista historicamente.
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"'Durante nove anos, os brasileiros não puderam ouvir a 'Ballad for Niccola and Sacco', especialmente composta pelo maestro Ennio Moricone para as cenas finais do filme 'Sacco e Vanzetti', que conta a saga dos anarquistas italianos Nicola Vanzetti e Bartolomeu Sacco. Em 1927, os dois foram condenados à morte nos Estados Unidos. Em 1971, o governo brasileiro promoveu uma punição póstuma: proibiu a exibição do filme e a execução da música, cantada por Joan Baez. Agora, a música de Morricone tem sido ouvida em milhões de lares brasileiros e sob o patrocínio do governo federal. Ela serve de fundo para um filme, diariamente transmitido por todos os canais de televisão, que exalta as façanhas do Correio Aéreo Nacional e lembra as comemorações do seu 39º aniversário, marcadas para esta quinta-feira'.
Foi assim na sua edição de 11 de junho de 1980, com o título de 'Agora Pode' que a revista 'Veja' comentou mais um episódio da saga de 'Sacco e Vanzetti' no Brasil. Relançado finalmente em 1980, com a abertura da censura, pode-se discutir livremente o drama que comove o mundo há mais de 50 anos. Dramas teatrais, filmes e até séries para a televisão já foram feitos sobre a dolorosa história dos dois emigrantes italianos, vítimas da discriminação racial e política.
Mas dentre todas as tentativas de reabilitar Sacco e Vanzetti e reabrir o seu caso, nenhuma foi mais contundente do que este filme de Giuliano Montaldo. Este diretor italiano (nascido em 1924), engajado na esquerda, tem uma carreira que inclui também fitas policiais (uma delas 'A Qualquer Preço', de 67 com Janet Leigh e Edward G. Robinson, rodada no Rio de Janeiro), mas principalmente dramas sobre temas polêmicos com a guerra ('Deus Está Conosco', 1969), a inquisição ('Giordano Brunos', 1973) e a política ('L 'Agneses va a Morire', 1975).
A trilha musical que Ennio Morricone compôs para o filme é considerada um de seus melhores trabalhos. Momentos de grande emoção, como aquele em que Sacco se encontra com a mulher e o filho na prisão, se alternam com momentos de muita tensão, como o do processo, ou a momentos fortemente dramáticos, como a última sequência do filme. A música, enfim, registra com muita eficácia a tese do diretor da revolta social como um componente anárquico enquadrado num particular momento histórico. Isto tudo é expresso com muita força principalmente nos trechos em que canta Joan Baez, que também é autora de certas passagens na letra de 'Ballata di Sacco e Vanzetti', que foi baseada nas cartas escritas no cárcere por Bartolomeu Vanzetti.
Ennio Morricone nasceu em Roma, em 1928, frequentou o conservatório de Santa Cecília e diplomou-se em composição e instrumentação para banda e música coral. Músico dos mais preparados e compositor de talento, escreveu música sinfônica e de câmara, mas sua atividade se desenvolve sobretudo no campo cinematográfico. Compôs música para mais de duzentas trilhas sonoras, colaborando com os mais famosos diretores: de Bolognini a Pontecorvo, de Petri a Montaldo, de Pasolini a Patroni Griffi.
A música de Morricone se distingue pela originalidade dos temas e pela moderna instrumentação, capaz de produzir melodias inéditas e provocantes. Principalmente esta segunda característica o qualifica para compor músicas que se baseiam em crônicas e em personagens do nosso tempo. Para exemplificar esta capacidade basta citar alguns filmes em que colaborou: 'Investigação de um Cidadão acima de qualquer Suspeita', 'A Batalha da Argélia', 'O Atentado', 'A Classe Operária vai ao Paraíso' e, naturalmente, 'Sacco e Vanzetti'.
A voz de Joan Baez, de timbre inconfundível, tem sido definida como uma maravilha de espontânea pureza". Nasceu em Nova York, em 1941, de mãe escocesa e pai mexicano e é unanimemente considerada a melhor cantora folk americana. Sua estreia aconteceu de maneira retumbante no 'Primeiro Festival de Música Folk' de Newport, em 1959. Desde então, Joan Baez esteve na crista da onda. Não somente por sua atividade artística, mas também pela intensa participação política e social.
Em 1962, realizou três turnês no sul dos Estados Unidos se opondo à todas as formas do discriminação. Ela mesma, filha de imigrantes, não foi bem tratada nos anos em que viveu na Califórnia; em 1964 participou de uma batalha muito dura contra as autoridades americanas, pois não queria pagar ao taxas que financiavam a Guerra do Vietnã; em 1967, durante uma manifestação pacifista foi presa junto com a mãe e uma irmã, e acabou ficando dez dias na cadeia. Depois destes e outros numerosos atos que caracterizaram sua vida e sua luta, Joan Baez se tornou símbolo nacional do protesto.
De tudo que foi dito é fácil imaginar como Baez se entusiasmou em colaborar com Ennio Morricone na elaboração da trilha sonora do filme 'Sacco e Vanzetti'."
1 - Uncle John's Band Jerry Garcia - Robert Hunter 2 - High Time Jerry Garcia - Robert Hunter 3 - Dire Wolf Jerry Garcia - Robert Hunter 4 - New Speedway Boogie Jerry Garcia - Robert Hunter 5 - Cumberland Blues Jerry Garcia - Robert Hunter - Phil Lesh 6 - Black Peter Jerry Garcia - Robert Hunter 7 - Easy Wind Robert Hunter 8 - Casey Jones Jerry Garcia - Robert Hunter
Músicos
Jerry Garcia -Bob Weir - Mickey Hart - Bill Kreutzmann - Phil Lesh - Ron "Pigpen" McKernan
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O Grateful Dead é uma das bandas mais destacadas no auge da movimentação hippie, criada em 1965, tinha, em seus primeiros anos a fama de jam banda, por conta da disposição experimental com seu som psicodélico. O nome da banda vem de um conto folclórico inglês sobre um viajante que encontra um cadáver em decomposição em um vilarejo.
O LP dessa postagem é o marco de uma guinada na carreira da banda. Trata-se de uma volta às origens folk e country, retomando a sonoridade acústica e a harmonização vocal, algo muito próximo do que Crosby, Stills, Nash & Young faziam à época. As letras de Robert Hunter refletem dilemas da juventude da época, enfrentando a reação conservadora frente ao sonho de paz, amor e liberdade ora solapado por perseguições, prisões e mortes. A canção Casey Jones reflete o choque com a realidade enquanto o "trem" avança inexorável.
1 - O mistério do samba Fred Zero Quatro - Marcelo Pianinho 2 - Concorra a um carro Xef Tony - Fred Zero Quatro - Goró
3 - Por pouco Fred Zero Quatro - Goró - Marcelo Pianinho 4 - Mexe mexe Jorge Benjor 5 - Melô das musas (Musa da Ilha Grande) Fred Zero Quatro 6 - Treme-treme (Shakin' all over) Fred Zero Quatro - Johnny Kidd 7 - Meu esquema Fred Zero Quatro 8 - Super Homem Plus Fred Zero Quatro 9 - Ligação direta Bactéria - Xef Tony - Fred Zero Quatro - Goró 10 - Lourinha Americana Mestre Laurentino 11 - 6:30 Am, Um Abraço! Tom Zé 12 - Batedores (Resistindo ao Arrastão Global) Bactéria - Xef Tony - Fred Zero Quatro - Goró - Marcelo Pianinho 13 - Minha Galera Manu Chao 14 - Garota de Ipanema Tom Jobim - Vinicius de Moraes
Músicos
Mundo Livre S/A
Bactéria Maresia - Chef Tony - Fred Zero Quatro - Fabio Regalia - Marcelo Pianinho
Participações
Maestro Tiquinho - Bid - Cassiano - Helder Vasconcelos - Mazinho - Mauricio Alves - Siba - Eder "O Rocha" - Swami Jr. - Joey Altruda - Comadre Fulözinha - Jorge Du Peixe - Otto - Valmir Gil - Reginaldo Gomes - Simone Soul - James Müller - Bocato - Nahor Gomes - Fernanda Lima
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Mundo Livre S/A é um grupo brasileiro surgido em 1984, no processo que deu origem ao Movimento Mangue, em Recife (PE). Fred Zero Quatro, vocalista da banda, foi o autor do manifesto que marcou o início do Manguebeat, juntamente com Renato L. e Chico Science.
Esse é o quarto álbum do Mundo Livre S/A, como sempre, trazendo a sua marca crítica, sarcástica e criativa, transitando entre a tradição da música brasileira e a inovação. As letras desse álbum, dada a atualidade, fazem-nos questionar se não estaríamos, historicamente, rodando em círculos.
François Meslouhi 3 - Machine Gun La Mano Negra 4 - Por donde saldra el sol?
Manu Chao
5 - Peligro La Mano Negra - Manu Chao 6 - Welcome to Tijuana François Meslouhi 7 - El viento
8 - Casa Babylon La Mano Negra 9 - Por el suelo
Manu Chao 10 - Blood and Fire Georges Boswell 11 - EZLN... Para Tod@s Todo
Manu Chao
12 - Mr. Bobby
Manu Chao
13 - Bongo Bong
Manu Chao
14 - Radio Bemba
Manu Chao
15 - Que paso que paso
Manu Chao
16 - Pinocchio (Viaggio in groppa al tonno) Fiorenzo Carpi 17 - Cahi en la Trampa Fiorenzo Carpi 18 - Clandestino
Manu Chao
19 - Rumba de Barcelona
Manu Chao
20 - La despedida
Manu Chao
21 - Mala vida
22 - Radio Bemba
23 - Que paso que paso
24 - Pinocchio (Viaggio In Groppa Al Tonno) Fiorenzo Carpi 25 - La Primavera
Manu Chao 26 - The monkey La Mano Negra 27 - King Kong Five La Mano Negra 28 - Minha galera
Manu Chao
29 - Promiscuity
Manu Chao
Músicos Manu Chao - Madjid Fahem - Jean Michel Dercourt aka Gambeat - David Bourguignon - Gerard Casajus Gaita - Julio García Lobos - Bidji (Lyricson) - Roy Paci - Gianny Salazar Camacho - B-Roy
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Manu Chao, nascido José Manuel Tomás Arturo Chao Ortega em, 1961, é um músico espanhol nascido na França. Ele canta em diversos idiomas além do espanhol. Chao começou sua carreira musical em Paris, tocando nas ruas pautado pela diversidade musical. Foi fundador da banda Mano Negra, em 1987. Desde 1995, trabalha a sua carreira solo.
Este é um CD gravado de shows realizados em 2001, embora contenha um repertório já conhecido do período no Mano Negra, Radio Bemba Sound System tem arranjos mais calcados pelo reggae, ska e rock. Radio Bemba Sound System também é o nome da banda de apoio de Manu Chao, batizada em homenagem ao sistema de comunicação usado na Sierra Maestra pelos rebeldes liderados por Castro e Guevara na Revolução Cubana. Trata-se de uma festa internacionalista para os "clandestinos" de todo o mundo.
1 - Tacho (Mixing pot) 2 - Missa dos Escravos (Slaves Mass) 3 - Aquela valsa (That waltz) 4 - Cannon (Dedicated to Cannonball Adderley)
5 - Chorinho pra ele (Little cry for him) 6 - Escuta meu piano (Just listen)
7 - Geleia de cereja (Cherry jam)
Bônus do CD 8 - Campo aberto (Open field) 9 - Pica Pau (Take 1) 10 - Star Trap (Part 2)
Músicos Airto Moreira - Hermeto Pascoal - Hugo Fattoruso - Laudir de Oliveira - Raul de Souza - Ron Carter - David Amaro - Flora Purim - Alphonso Johnson - Chester Thompson
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Terceiro álbum solo de Hermeto, um dos que mais gosto. Os adjetivos sublime e provocador ainda são pouco para definir esse LP. Na dúvida, chame "zabelê pra poder te conhecer".
Luiza Maria - Paulo Coelho - Rick Ferreira 2 - Maya Luiza Maria 3 - Tão quente Luiza Maria 4 - O príncipe valente Paulo Coelho - Raul Seixas 5 - No fundo do poço Marcio Werneck - Rick Ferreira 6 - Não corra atrás do sol Luiza Maria 7 - O Anjo Luiza Maria 8 - Miro giro Luiza Maria 9 - Eu sou você Eveline - Luiza Maria - Marcio Werneck - Rick Ferreira 10 - Universo e fantasia Luiza Maria
Músicos
Luiza Maria - Rick Ferreira - Arnaldo Baptista - Peninha - Chico Batera - Antonio Adolfo - Sérgio Dias - Jim Capaldi - Fernando Gama - Rui Motta - Lulu Santos - Luís Paulo - Miguel Cidras - Formiga - Genaldo Medeiros Maurílio - Moacir Santos - Dadi - Gustavo Schroeter - Peninha - Mu - José Roberto Bertrami - Alexandre - Paulinho Oliveira - Pedrinho
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Esse é um LP raríssimo e, em consequência, caro até demais. Na rede há pouca informação sobre a cantora. Entre esse álbum e aparições em trilhas de novelas e cinema e o lançamento de um CD de 1993 (Tarântula), há um hiato brutal. Luiza Maria Camargo Xavier, ou Luiza Xavier, ou Luiza Maria é carioca, cantora, compositora e poetisa. Para além da parca produção musical disponível, há a edição de livros de poesias e contos como "Save As" (2002), "Caldas em compotas" (2014) e "Quase música" (2020).
Luiza Maria assina sozinha seis das dez faixas, além de duas parcerias. Chama atenção a voz potente, rouca e grave, transitando entre o blues, o rock e o folk. Mais curioso ainda é a composição da equipe, com músicos que fizeram (fazem) a história do rock/pop, passando por bandas como Mutantes (da fase Sérgio Dias), Vímana, A Bolha, Veludo Elétrico, Módulo 1000, Som Nosso de Cada Dia, A cor do som e, até mesmo Jim Capaldi, que fizera parte do Traffic. Representantes parrudos da música brasileira também abrilhantam a produção, como Chico Batera, Antonio Adolfo e Moacir Santos. Destaque-se a faixa O príncipe valente, uma composição, até então, inédita de Paulo Coelho e Raul Seixas, e a curiosa canção "O Anjo", cuja instrumentação lembra "Viajei de trem", do saudoso Sérgio Sampaio.
Considerando que 1975 foi o ano do estouro do "Fruto Proibido", de Rita Lee, o que esperava a gravadora com a super produção de "Eu queria ser um anjo"? Eis uma questão para os estudiosos.
1 - Floydiana Marco Antônio Araújo 2 - Alegria Marco Antônio Araújo
3 - Adágio Marco Antônio Araújo 4 - Quando a sorte te solta um cisne na noite Marco Antônio Araújo 5 - Pop music Marco Antônio Araújo
Faixas da Edição em CD 6 - Ilustrações Marco Antônio Araújo 7 - Cavaleiro - Trilha do Balé Cantares Marco Antônio Araújo 8 - Sonata para Cello e Violão Marco Antônio Araújo
Músicos
Marco Antônio Araújo - Mário Castelo - Ivan Corrêa - Alexandre Araújo - Antônio Maria Pompeu Viola - Max Magalhães - Eduardo Delgado - Oiliam Lana
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Esse é o segundo álbum de Marco Antônio Araújo. Obviamente, as referências à banda Pink Floyd são literais em algumas faixas. Mas não é algo que diminua a produção desse grande músico, falecido tão precocemente. O diálogo entre o rock progressivo e a música erudita com sotaque mineiro garante a marca de originalidade de Araújo. Essa postagem contém as faixas do LP (com a ordem original), além dos bônus da edição em CD. Conforme atesta Paulo Roberto de Andrade, autor da biografia “Marco Antônio Araújo – Entre a música e o silêncio”, lançada em agosto de 2023, ainda há muitas peças inéditas, em número suficiente para três álbuns. Oxalá, em breve, sejam disponibilizadas para a nossa alegria.
Esse disco é marcado por ideias da infância, é quase um álbum de memórias das sensações, das euforias, dos medos e das descobertas, embalado por um conjunto com notórios e competentes músicos.
Naná Vasconcelos - Egberto Gismonti - Orquestra Sinfônica de Rádio de Stuttgart - Mladen Gutesha
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Quarto álbum de Naná Vasconcelos, nesse registro figura o mestre da percussão solando majestosamente com o seu berimbau, a percussão fina e vocais intrincados ao lado de orquestra e de Gismonti.
Sexto LP dessa grande intérprete da música brasileira, registra o show que é um marco em sua carreira, integrando uma postura roqueira e a tradição popular. Lanny assina a direção musical dessa performance histórica. O álbum foi relançado em CD, em 1993, e ganhou nova evidência ao ter a faixa "Vapor barato" na trilha sonora do filme "Terra estrangeira", dirigido por Walter Salles (1995). Aliás, as trilhas sonoras têm esse grato poder de chacoalhar o baú e reacender o poder de canções solapadas pelo tempo. Penso que o mesmo ocorrerá com “É preciso dar um jeito, meu amigo”, composta em 1971 por Roberto e Erasmo Carlos, gravada pelo Tremendão, ao ser retomada na trilha sonora de "Ainda estou aqui", outro sucesso de Walter Salles. Curiosamente, a ordem das faixas na reedição em CD foi invertida, aqui mantemos a ordem do LP.
Douglas Germano - Edu Batata - Kiko Dinucci 7 - Oranian
Douglas Germano - Kiko Dinucci 8 - Obá Iná
Douglas Germano 9 - Obatalá
Kiko Dinucci
Faixa presente apenas no lançamento original pela web
10 - Ora iê iê o
D.P. / Kiko Dinucci - Thiago França - Juçara Marçal
Participação
Rodrigo Campos - Sérgio Machado - Samba Sam
Músicos
Kiko Dinucci - Thiago França - Juçara Marçal
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Esse é o primeiro álbum do trio Metá Metá, que reuniu o que havia surgido de melhor na cena musical paulista dos anos 2000. Um ponto de partida com parceiros diversos, que já apontava a marca inventiva calcada nas raízes afrobrasileiras, no jazz e na experimentação (como o sax de Thiago França, que tanto cumpre uma função percussiva, introduz contrapontos e efeitos para a performance brilhante de Juçara Marçal nos vocais). Originalmente foi lançado em 2011 pela web, depois ganhou versão em LP.
1 - Bravo mundo novo André X - Philippe Seabra 2 - Nova era techno Plebe Rude 3 - 48 Plebe Rude 4 - Não tema Plebe Rude 5 - Censura André X - Philippe Seabra 6 - Nada André X - Gutje - Jander Bilaphra 7 - Nunca fomos tão brasileiros Plebe Rude 8 - A ida Philippe Seabra 9 - Consumo Plebe Rude 10 - Códigos André X - Philippe Seabra 11 - Mentiras por enquanto Plebe Rude
Músicos
André X - Philippe Seabra - Gutje - Jander Bilaphra
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O grupo Plebe Rude se originou em 1981, influenciado pela punk rock na cena de Brasília, em um momento de desgaste da ditadura civil/militar, o que não impedia que a repressão e a censura atuassem brutalmente (vide a prisão da banda após a apresentação no festival de rock de 1982, ocorrido em Patos/MG).
Esse é o segundo LP da Plebe, traz uma produção mais sofisticada, sob a influência do rock inglês da época. As letras sarcásticas, com ampla crítica social, questionam a prática social capitalista e os aparelhos ideológicos a serviço da reprodução da ordem baseada na exploração. Entre tantas faixas interessantes, destaco a de nome "48", uma crítica à jornada de trabalho semanal de então (algo muito atual, tendo em vista a luta pela abolição da jornada 6x1). E mesmo a faixa "Mentiras por enquanto", remete-nos à manipulação de informações, prática tão atual e aprofundada com as fábricas de notícias falsas que vogam por redes sociais.
Porto da Madama é um bairro de São Gonçalo (RJ), o nome se deve a uma notória comerciante francesa que habitara a localidade. Guinga, alcunha de Carlos Althier de Sousa Lemos Escobar, carioca desde 1950, violonista e compositor, emprestou o nome desse bairro para o seu 15º álbum que, não por acaso, traz belas e competentes vozes femininas, de portos distintos do mundo (Brasil, EUA, Itália e Portugal), para acompanhar com seu magnífico violão. Por esse disco Guinga foi premiado como melhor arranjador na 27ª edição do Prêmio da Música Brasileira de 2016.
Aqui temos a fusão de dois grandes LPs, gravados em 1973, editados em um CD, em 1992. As três primeiras faixas são do primeiro disco do Naná, Africadeus, as seguintes do LP do trio Naná Vasconcelos - Nelson Ângelo - Novelli.
Nessa época os três estavam envolvidos com a produção de Milton Nascimento.Naná e Novelli fizeram parte do Som Imaginário, uma banda que foi muito mais que banda de apoio (lançou três discos sob a liderança de Wagner Tiso). Naná tocou com muita gente, dentro e fora do Brasil, inclusive com Geraldo Vandré no show Caminhando, em 1968 (proibido pela censura).
Esses registros dos dois LPs dão conta de uma produção experimental, dialogando com a tradição da percussão colada ao canto típico das manifestações populares que formaram Naná. A faixa "Seleção de Folclore" é uma grata demonstração de que a tradição e a experimentação estão de mãos dadas, ao mesmo tempo a "modernagem se emparelha" na canção "Tiro Cruzado": eis o violão sincopado e o órgão com clima progressivo de Nelson, embalado pela vibração do baixo de Novelli.
Músicos Vera Figueiredo - Hermeto Pascoal - Gê Cortes - Itamar
Collaço - Arismar Do Espírito Santo - Derico Sciotti - Alex Frontera -
Silvia Goes - Ed Côrtes - Rubinho Chacal - Maurício de Souza - Valdir
José Ferreira - Mônica Côrtes - Fernanda Pecchio - Roberto Queiróz -
Sérgio Oliveira
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Vera é paulistana, nascida em 1957, estudou entre 1975 e 1977 no CLAM, tendo aulas com Rubens Barsotti, baterista do Zimbo Trio. Hoje, sendo musicista, compositora, produtora e professora, é reconhecida baterista dentro e fora do Brasil. Este é o seu disco de estreia, pós grupo Kali. Realizado em um momento em que a música amargava a introdução estéril de baterias eletrônicas, Vera, na contramão, mostrava a que veio com o seu furor criativo. Curiosidades: além de arranjos e participação de Hermeto Pascoal, aqui também figura Derico, mais conhecido por participações em famoso programa televisivo, entre 1990 e 2016.