Grupo Terra Livre - Grupo Greda Metiza de Lucho Cavour
Músicos
Abílio Manoel - Arrudinha - Ney - Claudio - Roberto Felenon - Beto - José Gomes - Halter - Sérgio - Walter Sanga - Sizão - Manoel Marques - Bolão - Demétrio - C. Alberto - Alain le Cour - Benito - Laro - Sbarro - Finelli - Ferer - Germano - Isquierdo - Tomazoni - Elias - Loriano - Michel - Dal Pino - Nadir - Buda - China - Ferrugem - Lucho Cavour - Cesar Junaro - Abdon Saravia - Jorge Gil - Mari - Wilson
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Abílio Manoel foi compositor, cantor, produtor musical e radialista. Nascido em Lisboa, Portugal, em 1947, imigrou com a família para o Brasil aos 8 anos de idade. O pai de Abílio fugira do regime fascista português, marcado pelo autoritarismo salazarista. Não era propriamente um militante de esquerda, fora denunciado apenas por não ser religioso.
Abílio estudou física na Universidade de São Paulo no final dos anos 1960. É na efervescência de shows promovidos pelos estudantes e de festivais universitários de música popular que Abílio se aventurou com as suas composições. Ganhou destaque nesse contexto e, em 1967 participou do Primer Festival Latinoamericano de la Canción Universitária, realizado pelos estudantes da PUC do Chile, em Santiago. Esse episódio foi uma verdadeira saga, pois sendo cidadão português, com passagem só de ida, o jovem estudante demorou mais do que o esperado para chegar à Santiago. Mas o esforço rendeu o prêmio de melhor composição para a canção "Minha Rua". De volta ao Brasil, participou de programas de TV e ganhou notoriedade, oportunizando a gravação do seu primeiro LP, em 1968. Com canções românticas e sambas no repertório, à época, no início da carreira, havia comparações ao estilo de Chico Buarque. Deveras, as influências eram perceptíveis, mas como dizia Abílio sobre tal analogia: "era tão honroso quanto prejudicial".
Aqui temos o quinto LP de Abílio, dedicado, sobretudo, à musicalidade latino-americana.
O movimento Nova Canção Latino-americana, marcado por contribuições de artistas chilenos, cubanos e argentinos, entre outros, influenciou a produção de brasileiros nesse período. Milton Nascimento, Dércio Marques e o Grupo Tarancón são ótimos exemplos dessa tentativa de reconexão com a cultura latino-americana e de furo ao cerco imperialista que nos separa de nossos vizinhos.
Embora não tenha despontado nas "paradas de sucesso", esse LP pode ser considerado um dos precursores na perspectiva de estabelecer pontes entre a música brasileira e a dos demais países da América Latina. Exceção aos estilos presentes no repertório desse disco, a faixa "O fado e o cravo de abril" foi censurada pelo regime militar, pois é uma clara referência à Revolução Portuguesa, a Revolução dos Cravos, ocorrida em 1974.
Abílio Manoel produziu o programa radiofônico "América do Sol" entre 1977 e 1986. Era um ponto de encontro para conhecermos a música popular tradicional e a Nova Canção dos nossos hermanos. Para saber mais, leiam o artigo de Tânia da Costa Garcia, disponível aqui.
1 - Injuriado Eduardo Dusek 2 - Chocante Eduardo Dusek - Luiz Carlos Góes 3 - Nostradamus Eduardo Dusek 4 - Iracema Brasil Eduardo Dusek - Luiz Carlos Góes 5 - Olhar brasileiro Eduardo Dusek - Luiz Carlos Góes 6 - Singapura Eduardo Dusek 7 - A coitadinha Eduardo Dusek - Luiz Carlos Góes 8 - A deputada caiu Eduardo Dusek 9 - O pão Eduardo Dusek - Luiz Carlos Góes 10 - Ave Eduardo Dusek - Luiz Antonio de Cássio 11 - Folia no matagal Eduardo Dusek - Luiz Carlos Góes
Músicos Henrique Cazes - Oscar Bolão (Oscar Luiz Werneck Pellon) - Dazinho (Edgard Gonçalves) - Aluisio Didier - Eduardo Dussek - Braz Limongi - Antônia Gnattali - José de Aguiar Ribeiro - Carlos Watkins - Zé Arthur - Luis Almeida - Luiz Bezerra - Sílvio Barbosa - Heraldo Reis - Dazinho (Edgard Gonçalves) - José Barreto Sobrinho - Picolé - Antônio Cândido Sobrinho - Wanda Eichbauer - Jamil Joanes - Lamartine Carlos Gimenez - Roberto Gnattali - Caola (Carlos Didier) - Zênio de Alencar - Manuel Araújo - Edmundo Maciel - Zdenek Svab - Rodrigo - Antônio Santana - Paulinho Braga - Robson Jorge - Lincoln Olivetti - Verônica - Ariovaldo Contesini - Lúcia Adnet - Omar Cavalheiro - Élcio Cáfaro - Chico Batera
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Eduardo Gabor Dusek, ou Eduardo Dusek, nasceu no Rio de Janeiro, em 1 de janeiro de 1954. Iniciou a sua carreira no teatro aos 15 anos. Filho de mãe húngara e pai tcheco, uma família de artistas emigrados, é ator, cantor, compositor e pianista brasileiro. Em 1977 gravou o seu primeiro compacto com produção de Nelson Motta.
Nessa postagem temos o seu primeiro LP, lançado sob o impacto de sua participação no Festival MPB Shell de 1981. Embora a faixa "Nostradamus" não tenha sido classificada, ficou registrada na memória do público. O repertório é marcado por crônicas satíricas, com influência da musicalidade teatral, sobre o cotidiano da vida brasileira de então.
A faixa "Folia no matagal" foi um sucesso radiofônico, embalou muitos bailes de carnaval dos anos 1980, foi gravada também por Maria Alcina e Ney Matogrosso.
Cartola - Carlos Cachaça - Hermínio B. de Carvalho 8 - Festa da vinda
Cartola - Nuno Veloso 9 - Quem me vê sorrindo
Cartola - Carlos Cachaça 10 - Amor proibido
Cartola 11 - Ordenes e farei
Cartola - Aluizio 12 - Alegria
Cartola
Músicos
Cartola - Dino 7 Cordas (Horondino José da Silva) - Gilberto D'Ávila - Canhoto (Waldiro Frederico Tramontano) - Meira (Jaime Tomás Florence) - Jorginho do Pandeiro (Jorge José da Silva) - Wilson Canegal - Marçal (Nilton Delfino Marçal) - Luna - Wilson Canegal - Copinha (Nicolino Cópia) - Raul de Barros - Coro do Joab
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Esse LP é o primeiro da carreira de Cartola (Angenor de Oliveira - 1908/1980) que, embora seja um dos fundadores da Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira (1928), só foi gravado após os seus 66 anos de idade. O registro conta com a produção de João Carlos Botezelli (vulgo Pelão), que correu diversas gravadoras com esse projeto antes de ser acolhido pela Marcus Pereira. Teve a direção
artística de Aluizio Falcão e arranjos de Dino 7 Cordas. Contém alguns dos maiores
clássicos da música popular brasileira, como "Tive Sim", "Alvorada" e "O Sol Nascerá".
Esse é um dos discos que mais gosto dessa dupla. Um exemplo de miscigenação com viola e butuque do bom. As participações de Almir Sater tocando e Tetê Espíndola cantando são demonstrações das características boas dessa gente que faz melhor quando está junto. Destaco "Alojá Yang gira das ervas", quase um ponto com as riquezas verdes de cura, beleza e gostozura.
Andy Paley - David Rudder - Jeff Vincent - Paul Pesco 6 - Ifá, um canto pra subir
Vevé Calasans 7 - Hino das Águas
Aroldo Medeiros - Buziga 8 - Maravilha Morena
Jorge Portugal - Roberto Mendes 9 - Tudo à-toa
Peri Albuquerque 10 - Abra a boca e feche os olhos
Dito - Gerônimo
Participações especiais
David Rudder - Roberto Mendes
Músicos
Margarete Menezes - Ramiro Mussoto - Pedro Guiorlandini - Ângela Loppo - Titta - Silvinha Torres - Cláudio Martins - Villator - Luciano Silva - Guiga Scott - Joatan Nascimento - Claus Jake - Fred Dantas - Gibba - Carlinhos Marques - Renato Fechine - Carlinhos Brown - Álvaro Assmar - Andy Paley - Paul Pesco - Jeff Vincent - Café - Charles Negrita - Milton Cardona - Steve Sandberg - Vincent Velez - Bobby Porcelli - Ite Jerez - Angel Fernandes - Barry Rodgers - Louis Kahn - David Byrne - José Mangual - Marc Quinones - Ray Martines - Paquito Pastor - Roberto Mendes - Cesário Leoni
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Margareth Menezes da Purificação Costa, ou simplesmente Margarete Menezes, nasceu em 13 de outubro de 1962, em Salvador, Bahia. Iniciou a carreira artística como atriz, atuou entre 1980 e 1986. Desde 1987 desenvolve a carreira musical, inicialmente conhecida como expoente samba-reggae, tem um repertório mais abrangente. É impulsionadora do movimento afropop brasileiro, que tem por objetivo a promoção da cultura afro brasileira. Em 2023 se tornou Ministra da Cultura do Governo Lula.
Nessa postagem temos o segundo LP de Margareth Menezes, gravado em 1989, foi lançado em janeiro de 1990, sobre o lastro virtuoso do primeiro LP que chegou à marca de 100 mil cópias vendidas. Produzido por David Byrne e com a direção artística de Mayrton V. Bahia, o repertório é marcado pela diversidade de gêneros baianos misturados à algumas tendências pop daquele momento. Samplers e programações são experimentados ao lado de naipes de sopro e percussões, dando base ao estilo vigoroso de Margareth Menezes. Para além dos ritmos dançantes de um repertório sofisticado (a versão de Negra melodia é um reggae poderoso!), chamam atenção as letras com preocupações sociais. Destaco a faixa "Hino das Águas" como um desses exemplos.
1 - Foi Deus quem fez você (Luiz Ramalho) Intérprete: Amelinha 2 - Tão minha tão mulher (Carlos Colla - Mauricio Duboc) Intérprete: Maurício Duboc 3 - Demônio Colorido (Sandra Sá) Intérprete: Sandra Sá 4 - Mais uma boca (Fátima Guedes) Intérprete: Fátima Guedes 5 - Hino Amizade (Zé Ramalho) Intérprete: Zé Ramalho 6 - Saudade (Nato Gomes) Intérprete: Jane Duboc 7 - Rasta-pé (Chico Evangelista - Jorge Alfredo) Intérpretes: Jorge Alfredo & Chico Evangelista 8 - Essa tal criatura (Leci Brandão) Intérprete: Leci Brandão 9 - Nostradamus (Eduardo Dusek) Intérprete: Eduardo Dusek 10 - Festa da carne (Paulinho Rezende - Paulo Debétio) Intérprete: Mariama 11 - Anunciação (Diana Feital - J. Maranhão - Paulo Feital) Intérprete: Zezé Motta
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Dessa leva de classificados eu gostava muito de dançar "Rasta-pé", encantáva-me com a Leci Brandão e a Zezé Motta, além de me divertir com a apocalíptica "Nostradamus" do Duzek. Esta, aliás, poderia voltar às rádios, ou chegar ao "gosto" dos algoritmos, pois ainda é exemplar para o comportamento geral frente ao esgotamento dos recursos naturais implementado pelo capitalismo.
1 - Agonia (Mongol) Intérpretes: Oswaldo Montenegro 2 - Devassa (Wania Andrade - Solange Boëke) Intérpretes: Fernanda 3 - A massa (Raimundo Sodré - Jorge Portugal) Intérpretes: Raimundo Sodré 4 - Porto Solidão (Zeca Bahia - Gincko) Intérpretes: Jessé 5 - O mal é o que sai da boca do Homem (Pepeu Gomes - Baby Consuelo - Galvão) Intérpretes: Baby Consuelo 6 - Rio Capibaribe (Toinho Alves - João de Jesus Paes Loureiro) Intérpretes: Quinteto Violado 7 - Clareana (Joyce) Intérpretes: Joyce Moreno 8 - Reunião de Bacana (Ari do Cavaco - Bebeto Di São João) Intérpretes: Exporta Samba 9 - Diverdade (Chico Maranhão) Intérpretes: Diana Pequeno 10 - Choro Alegre (Xico Chaves - Marcos Darlan) Intérpretes: Elza Maria 11 - O pinhão na amarração (Canto de Amarração) (Elomar) Intérpretes: Dércio Marques
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Disco de festival é uma salada sempre curiosa, pelas histórias dos indivíduos que participaram e pela diversidade dos estilos que elencam as coletâneas.
Nesse festival de 1980 "Agonia" levou o primeiro lugar (na minha opinião, uma canção coerente, é uma agonia chatíssima); em segundo ficou "Foi Deus quem fez você", embora seja romântica, possui uma letra cheia de possíveis trocadilhos divertidíssimos para a molecada da época (eu adorava um de ordem biológica); em terceiro veio "A massa", essa sim, deveria ter sido o primeiro lugar.
Destaco o Exporta Samba com a sua "Reunião de Bacana", a Diana Pequeno em seu início de carreira com "Diverdade" e Décio Marques com "Canto de Amarração", do Mestre Elomar. Na minha opinião são três libelos com posicionamento político importante tão importante para aquele ano de 1980, quanto hoje. E claro, aqui tem "Clareana" com a Joyce, hoje também Moreno; e tem também Baby e Pepeu com "O mal é o que sai da boca do Homem", um receituário "bíblico" proibido, na época, de tocar nas rádios.
Manassés é natural deMaranguape, Ceará. Iniciou a carreira musical profissional aos 17 anos, em 1975 imigrou para São Paulo, onde dividiu com Belchior apartamento e a vida modesta do início da carreira. Violonista, compositor e arranjador, participou de trabalhos históricos de expoentes da canção brasileira, como Ednardo, Amelhinha, Simone, Chico Buarque, Gal Costa, Fagner, entre outros.
Antes de ser reconhecido no Brasil teve seu trabalho disseminado pela França, onde morou por algum tempo, chegando a tocar com Paco de Lucia.
O LP presente nessa postagem é uma bela mostra da contribuição de Manassés à tradição do violão brasileiro.
Cássia Eller - Roberto Frejat - Jorge Helder - José Marcos - Nelson Faria - Elcio Cáfaro - Mac Willian - Dunga - Tom Capone - Peninha - Wanderley Silva - Márcio Faraco - Andréia Ernesto Dias
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Nem preciso falar muito, já há o bastante sobre essa moça na rede. Quase não acredito que esse seu primeiro disco já tem mais de 25 anos! Sempre que o ouço lembro de histórias e pessoas queridas.
Tive um "namoro" com o pôster desse disco por meses. Eu descia para a estação Barra Funda todos os dias após o trabalho, passava numa loja de discos que havia na Av. Francisco Matarazzo e lá estava Cássia deitada sorrindo com seus cabelos compridos. Os vendedores me negaram o pôster meses a fio. O pôster ficou famoso, contei para os meus amigos e graças a isso, numa festa de aniversário alguém que contou pra outro alguém tinha um marido na loja e o pôster virou meu presente de aniversário. Tantos outros pôsteres se foram, mas o da Cássia está por aqui.
Lembro de tantos espetáculos que assisti cercado de gente querida! No Anhangabaú, nos parques da cidade, mas teve um especial no SESC Pompéia: Cássa e Almir Sáter. Levei a minha mãe, que comigo curtiu os dois. A maioria do público estava lá pra ver o "violeiro da novela" e se chocou quando Cássia, no êxtase de sua performance, mostrou seus seios no palco (Chicão ainda estava pequenino na barriga).
Na véspera do desaparecimento de Cássia eu estava acampado, isolado da babilônia. À beira-mar, comentava com uma amigo o tanto de música boa que ouvimos da geração 90, Cássia teve destaque, pois sempre teve a manha de fazer brilhar tudo o que tocou (até o insosso Nando Reis!). Passamos alguns dias e encontramos um companheiro de viagem recém chegado da metrópole que nos contou sobre a morte de Cássia. Não acreditamos até voltarmos pra casa, éramos um tipo de gente que "chegou um dia a acreditar que tudo era pra sempre".
Esse disco é recheado de asperezas, belezas e encantos para quem sabe "experimentar o delicado da vida".
1 - Riff 01 Lanny Gordin 2 - Tropicália Caetano Veloso 3 - Pérola Negra Luiz Melodia 4 - Back in Bahia Gilberto Gil 5 - Mal secreto Jards Macalé - Waly Salomão 6 - London, London Caetano Veloso 7 - Someday my prince will come Frank Churchill - Larry Morey 8 - Summertime DuBose Heyward - George Gershwin 9 - Eu preciso aprender a ser só Marcos Valle - Paulo Sérgio Valle 10 - Burning of the midnight lamp Jimi Hendrix 11 - Folha de papel Lanny Gordin 12 - Free com Scandurra Edgard Scandurra - Lanny Gordin 13 - Fly me to the moon Bart Howard
Músicos Lanny Gordin - Fernando Moura - Luiz Carlini - Frejat - Pepeu Gomes - Sérgio Dias - Edgard Scandurra - Ricardo Mosca - Ronaldo Diamante
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Alexander Gordin (1951-2023), notabilizado como Lanny Gordin, foi um dos guitarristas mais importantes da história da MPB. Iniciou a carreira profissional ainda menor de idade, tocou no Brazilian Octopus junto com Hermeto Pascoal e Heraldo do Monte, em 1969. A lista de participação em LPs históricos é vasta, passando por obras de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jards Macalé, Gal Costa, Tim Maia, entre outros.
Lanny só começou a gravar discos solos em 2001. Aqui temos versões marcantes e ecléticas com a participação de outros notáveis guitarristas brasileiros em standarts, além de composições próprias.
Ouvi Lanny quase a vida toda em trabalhos alheios, que seriam outra coisa se ele não estivesse lá. Lembro de uma apresentação em um pequeno bar em Pinheiros, bairro da Zona Oeste paulistana, nos anos 2000. A minha experiência tete-à-tete com o Lanny foi assim: poucos presentes, mesas próximas, olhares e sorrisos generosos ao público e o seu jazz preciso e comovente no ar.
5 - Ahé, Ahé 6 - De semana a semana 7 - Upa nega 8 - La Rana 9 - Ayer te vi 10 - La Rada
Músicos
Rubén Rada - Alberto Alonso - Trumpet - Eduardo Martiarena - Julio Frade - Roberto Giordano - Santiago Ameijenda - Marcos Szpiro - Julio Frade - Jorge Trasante - Alexis Buenseñor
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Omar Rubén Rada Silva ou Rubén Rada, também chamado de "El Negro Rada", é de Montevidéu, Uruguay, nascido em 1943, é um importante músico, compositor e cantor. Esse é o sétimo LP da sua carreira, o segundo depois de passar pelo grupo Totem. Aqui a música afrodescendente se destaca, embalada pela potente voz de Rada em suas composições e arranjos.
Moacir Santos - Dulcilando Pereira - Jorge Ferreira Da Silva - Geraldo Medeiros - Gabriel Bezerra - Armando Pallas - Giorgio Bariola - Peter Dautsberg - Watson Clis - Patricia Tattersfield - Wilson Das Neves - Nicolino Cópia - Geraldo Vaspar - Elias Ferreira - Chaim Lewak - Luiz Bezerra - Edmundo Maciel - João Gerônimo Menezes - Júlio Barbosa - Claudio Das Neves
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Moacir Santos (1926 — 2006) foi um grande arranjador, compositor, maestro e multi-instrumentista brasileiro. Esse é o seu LP de estreia, com as suas "coisas" numeradas apresentadas de forma desordenada. Trata-se de um disco marcante, em 2007 figurou entre os 100 melhores da música brasileira, título dado por uma revista estrangeira especializada em música. Reflexo da dimensão que os apreciadores da boa música brasileira, há décadas, dão à produção desse grande músico.
Marcos Paiva - Alessandra Leão - Filipe Massumi - Júnior Kaboclo - Jhony Guima - Pastoras do Rosário - Beto Montag - Júnior Kaboclo - Caçapa - Lívia Mattos - André Mehmari - Siba - Biancamaria Binazzi - Ronaldo Evangelista - Luca Raele - Alice Oliveira - Antônio Catan - Gaia Ferrara - Eugênio Cará - Natália Melo - Beatriz Sena - Yasmin Passos - Letícia Zanfolim - Pedro Fabra - Júia Vasconcelos - Bruna Sade - Lucas Mota Rodrigues - Bruna Kamei - Amanda Teixeira - Júlia Imamura - Roger Bassetto
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Esta é a segunda empreitada Goma-Laca, resultado dos estudos dos produtores do CD sobre a pesquisa realizada por Elsie Houston entre o fim dos anos 1920 e início dos anos 1930. A partir de escutas de registros em 78 rpm, em vídeos, em rádio e leituras de escritos, aqui encontramos recriações que buscam estabelecer pontes entre gerações, entre estilos, entre culturas e etnias que são base da diversidade brasileira.
O CD vem acompanhado de um rico libreto, onde podemos colher informações sobre os processos de pesquisa e de recriação das vinte faixas.
6 - Meu amor me agarra & geme & treme & chora & mata
Capinan - Jards Macalé
7 - Let's play that
Jards Macalé - Torquato Neto
8 - Farrapo humano
Luiz Melodia
A morte
Gilberto Gil
9 - Hotel das estrelas
Duda - Jards Macalé
Bônus ao vivo
10- Movimento dos barcos
Capinan - Jards Macalé
11 - Rua Real Grandeza
Jards Macalé - Waly Salomão
12 - Anjo Exterminado
Jards Macalé - Waly Salomão
Músicos
Jards Macalé - Lanny Gordin - Tutty Moreno
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Esse disco figura já há algum tempo entre os mais cultuados da Música Popular Brasileira, o LP de estreia de Jards - após o compacto duplo Só Morto. Em suas dez faixas é unânime o êxito, fundindo o samba, o rock e o jazz. Isso não se dá à toa, Jards produzira discos lapidares como Transa, Gal Legal e Gal Fatal. E mesmo Lanny e Tutty já tinham experiência acumulada com o jazz e do samba-jazz, o que garantiu a boa química para todo o disco. Sim, esse é um LP para curtir de cabo a rabo!
Outro destaque são as letras feitas por nomes como Torquato, Capinan e Waly Salomão. Muito longe de libelos românticos, como já vi escrito por aí, suas metáforas retratam a tensão do momento histórico brasileiro. Em 1972, a ditadura estava no pico da repressão sob o Governo Médice. O aparato repressivo agia em grande escala, diversos militantes que combatiam a ditadura foram presos, torturados e mortos nesse período. Portanto, a imagem da mulher amada pode facilmente ser substituída pela figura da pátria dilacerada por botas, paus de arara, tanques e metralhadoras. Aliás, esse artifício metafórico foi usado por muitos outros músicos populares nesse mesmo ano, Sérgio Sampaio que o diga com seu bloco na rua.
Jards tomou partido, militara no Rio de Janeiro (tenho testemunho de um velho combatente que fez segurança pra esse moço numa atividade de colagem de cartazes contra o regime no fim dos anos 60). Outra prova dessa posição de combate foi a organização do Show em comemoração do aniversário da declaração dos direitos do Homem (1973), que veio ser registrado em disco só em 1979 (LP Banquete dos Mendigos) quando o regime começou o processo de "abertura".
1 - Nova ilusão Pedro Caetano - Claudionor Cruz 2 - Cantando Claudionor Cruz - Pedro Caetano 3 - Abre os teus olhos Paulinho da Viola 4 - Dívidas Paulinho da Viola - Elton Medeiros 5 - Perdoa Paulinho da Viola 6 - Mente ao meu coração Francisco Malfitano 7 - Pra Que Mentir? Noel Rosa - Vadico 8 - Velório Do Heitor Paulinho da Viola
9 - O carnaval acabou Paulinho da Viola
10 - Coisas do mundo, minha nega Paulinho da Viola 11 - Vela no breu Paulinho da Viola - Sérgio Natureza 12 - Meu novo sapato Paulinho da Viola
Músicos
Paulinho da Viola - Copinha - Cesar Faria - Cristóvão Bastos - Hércules Pereira Nunes - Chaplin - Rafael - Mareuza - Sérgio Natureza - Dininho - Elton Medeiros - Chiquinho - Bethy - Elizeu Felix - Marçal - Jorginho do Pandeiro
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Paulo César Batista de Faria é o nome de batismo do Paulinho da Viola. Nascido no Rio de Janeiro, em 12 de novembro de 1942, é um dos maiores compositores e interpretes do samba carioca. Formado musicalmente em contato com os mestres desses gêneros, tem em sua obra longeva composições primorosas no panteão dos clássicos da música brasileira.
Esse LP marca o oitavo ano de suas gravações em discos solo, foi lançado no mesmo ano que o LP "Memórias Chorando", caso que repete os dois discos de 1971, homônimos.
Denise Assunção - Paulo Lepetit - Gigante Brasil - Luiz Waak - Alzira Espíndola - Tetê Espíndola - Neuza Pinheiro
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Esse é quarto disco do Itamar Assumpção, o primeiro por uma gravadora convencional. Ouvi dizer que alguns torcem o nariz por esse fato, mas o texto de Paulo Leminski justifica o novo suporte da coerente produção independente de Itamar: "Muito mais gente merece ouvir os 24 quilates deste artista idem. Afinal, Itamar depende ou independe? Depende."
Essa fase coincide com a excursão pela Alemanha. Lembro de ir ver o espetáculo de despedida na Sala Guimar Novaes (Funarte) e o disco anunciava, o Nego Dito é Intercontinental! Pra quem gosta de lembrar muito mais coisas dessa carreira fabulosa é só assistir ao filme "Daquele instante em diante", do Rogério Velloso. Aqui você encontra Itamar fazendo samba, uma performance marcante da Tetê Espíndola e superparcerias com Leminski, Alice Ruis e Waly Salomão.
Depois do lançamento do LP já vi três versões em CD. A mais recente faz parte da Caixa Preta. Mas a primeira versão em CD foi feita junto com o primeiro disco da Ná Ozzetti e, talvez por falta de espaço, a última faixa foi excluída. Aliás, as crias do Itamar já sofreram bastante inclusive nas gravadores "independentes", com esdrúxulos reordenamentos de faixas (aconteceu com o Beleleu da Baratos&Afins) e a condensação de três LP's em dois CD's (Bicho de Sete Cabeças também da Baratos&Afins). Segue uma amostra do talento do Rogério Velloso, com um clip feito para a música "Espírito que canta".
Intérprete: Ruy Maurity 13 - Fogo sobre terra Vinícius de Moraes - Toquinho
Intérpretes: Quarteto em Cy e MPB 4
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Trilha sonora de uma novela da Rede de TV Globo, ainda em processo de disputa pela hegemonia que se consolidou posteriormente, naquele período um franco aparelho ideológico da ditadura civil militar, eis aqui uma play list (como se diz hoje) curiosa, sob a direção musical de Eustáquio Sena e João Melo. Curiosa por quê? Primeiro motivo: pela majoritariedade das composições serem de autoria da dupla Toquinho e Vinícius. Segundo: pela versão da famosa canção de Toquinho, de nome "Aquarela", aparecer aqui com outra letra e nome, "Uma rosa em minha mão". Terceiro: por trazer uma faixa instrumental, interpretada por Toquinho e de autoria exclusiva de Vinícius, mais notabilizado por sua poesia e letras. Quarto: por pelo registro estreante de Djavan.
Infelizmente, LPs desse tipo não traziam mais informações sobre as faixas, tais como os músicos que participaram das gravações e arranjos. De todo modo, trata-se de uma trilha de muita qualidade, sobretudo quando comparamos às das novelas da atualidade.
Mais uma experiência instrumental excelente, emplacada pelo selo Som da Gente: eis a efêmera e prodigiosa Banda Metalurgia (dica do camarada Iluvatar). A Banda Metalurgia foi formada em São Bernardo do Campo, em meio à efervescência das grandes greves dos metalúrgicos, que tanto recuperaram as lutas populares no fim da ditadura militar, quanto abriram espaço para a redemocratização no Brasil. O nome da banda tanto se refere a essa rica experiência histórica, quanto à centralidade dos metais na sonoridade pesada e prenha de jazz rock e música latina, incluindo a brasileira da melhor qualidade. No centro de tudo isso está o grande trombonista Bocato.
Karen Dalton - Richard Bell - Harvey Brooks - Marcus Doubleday - Robert Fritz - Amos Garrett - John Hall - Dan Hankin
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Karen Dalton era de ascendência cherokee, nasceu Karen J. Cariker, em 1937, em Enid, Oklahoma, EUA. Faleceu em 1993, depois de anos de drogadição, foi vitimada pela AIDS. Iniciou carreira nos anos 1960, na cena de Nova York, em 1961 apresentava-se em locais comuns a Bob Dylan e Fred Neil. Comparada a Billie Holiday, fato que não a agradava, mas inevitável por conta de seu timbre, trouxe em seu repertório folks, blues e country, com reinterpretações melancólicas e muito pessoais. Ela preferia apresentações em pequenos espaços e só gravou o primeiro LP em 1969. Esse é o seu segundo LP, um destaque na parca produção de Karen. Nessa postagem temos a edição de 50 anos de aniversário, com capa dupla e encarte de 20 páginas. Trata-se de um disco que toca profundamente a sensibilidade dessa traça que vos escreve.
Esse é o disco de estreia dessa artista que, acima de tudo é uma experimentalista. Ela mistura recursos eletrônicos a uma musicalidade que junta ocidente e oriente. Alguns podem extranhar, mas assim mesmo a faixa "O Superman" figurou nas paradas de sucesso do Reino Unido àquela época. O Disco é minimalista e marcado pela poesia, a palavra, recursos eletrônicos e crítica. A produção desse disco influenciou outros estilos mais recentemente, como no caso da faixa "From the Air", que descreve o vôo final (fatal) de um avião sobre Nova York, usada num Rap, repercutiu politicamente em relação o 11 de setembro de 2001 deles.
Quer saber mais, vá à fonte: aqui. Eu fico hipnotizado com esse som e destaco Sweaters, pois é um bom exemplo do que essa Traça disse acima.
Dora Fiori - Eduardo Fiori - Selene Rosina Rodrigues da Cunha 2 - Estados bonitos do Brasil
Bocato 3 - Epaminondas
João Miguel Valença - Bocato
4 - Big Ben
Bocato 5 - 130 milhas
João Miguel Valença - Bocato 6 - Lixo atômico (Instrumental)
Dora Fiori - Eduardo Fiori - Selene Rosina Rodrigues da Cunha
Músicos Tuco Freire - João Luiz Freitas Vale "Dum" - Jonas Tadeu Domingos - Enio Moro Júnior - Edmilson Forni - Itacyr Bocato Jr - Luiz Claudio Faria - Selene Rosina Rodrigues da Cunha - Voluzzi Gomes da Silva - Mauro Boim - Claudio Aparecido Moro - Carlos Alberto - Elenilson Gonçalves - Marcelo Boim - Luiz Carlos
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Itacyr Bocato Junior, ou simplemente Bocato, nasceu em São Bernardo do Campo, cidade industrial do Estado de São Paulo, em 1960. A sua experiência musical se iniciou com bandas escolares, desenvolveu-se no curso de composição e regência da Universidade Estadual Paulista (UNESP) e a sua carreira se construiu acompanhando músicos brasileiros como Seu Jorge, Rita Lee, Ney Matogrosso, Roberto Carlos, Elis Regina, Carlinhos Brown, Itamar Assumpção, além da extensa produção de álbuns autorais.
Aqui temos o seu primeiro registro autoral, um EP em 45 rpm. A influência do punk rock e de temas urbanos são marcantes, misturando-se aos arranjos instrumentais para o naipe de sopros, convida-nos a experimentarmos coreografias livres.